quarta-feira, 8 de junho de 2011

"Reconcilie-se com o seu irmão antes de apresentar a sua oferta a Deus".


“Reconcilie-se com o seu irmão antes de apresentar a sua oferta a Deus”.
(Mateus 5,23-24)

Jesus revelou um princípio que governa o ato de ofertar: “quando formos apresentar-nos a Deus com uma oferta e lembrarmos que um irmão ou irmã em Cristo tem algo contra nós, devemos primeiro nos reconciliar com a pessoa e só então trazer a oferta”.

Esse princípio revela um aspecto muito importante das ofertas, que é muitas vezes esquecido ou subestimado.

O nosso relacionamento com Deus é tão imprescindível quanto o que mantemos com outros membros do Corpo de Cristo e do clero.

Se por um desentendimento criamos uma brecha em nosso convívio com um membro da família de Deus ou do clero, não poderemos aproximar-nos do Senhor com a nossa oferta, pois ela não será aceita.

No texto do evangelista Mateus citado a cima, Jesus não diz: “Se você tiver algo contra o seu irmão ou irmã”. Ao contrário, Ele afirma: Se o “seu irmão tem algo contra você”.

Se alguém nos maltratou e temos uma queixa contra essa pessoa, devemos perdoá-la. Cristo afirma também: “E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados” (Mc.11,25).

Se nos lembrarmos de algo que fizemos ou falamos que entristeceu alguém, se ofendemos uma pessoa com palavras ou com ação, devemos procurá-la e reconciliar-nos com ela.

Temos de pedir perdão e se possível “compensar os nossos atos”. Só depois de reconciliar-nos com o irmão em Cristo, com o irmão do clero é que estaremos aptos a comparecer diante de Deus com a nossa oferta, e Ele aceitará.

Agora, ao invés de perdoarmos, falamos: “Eu não dou o meu perdão a essa pessoa, quero ele longe de mim”.

Como nos oferecer ao Pai então? Não libero o perdão ao irmão adotivo, ao irmão de sangue, ao irmão em Cristo, ao esposo, a esposa, ao filho, ao pai, a mãe, não libero o meu perdão ao irmão de clero.

Como posso então me oferecer como “pessoa de Cristo” sobre o presbitério para renovar no altar do Senhor o sacrifício de oferecimento que Ele fez pelos homens e por mim?

A alguns digo: “Não dou o meu perdão a ele”, mas, prego com intrepidez junto à assembléia a necessidade de “perdoar sempre?” Paradoxo me parece!

Deus não está interessado em que cumpramos um ritual religioso de pura contribuição artificial, seja na oferta material, seja na oferta de se colocar como “pessoa de Cristo”, para a renovação do sacrifício do Filho de Deus pelos homens.

Ele não busca sacrifícios, mas deseja que as nossas ofertas estejam baseadas em nosso relacionamento com Ele e os irmãos.

Amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todas as forças e amar ao próximo como a nós mesmos “é mais importante do que todos os sacrifícios e ofertas” (Mc.12,33).

Ira, dissensão, ciúme, inveja, falta de perdão e, relacionamentos rompidos com membros do Corpo de Cristo, do clero... (por muitas vezes uma pequena bobagem dita em um momento impensado) interrompem a nossa comunhão com o irmão e com Deus, lacera o corpo clerical e expõem a imaturidade de alguns (mesmo veterano) que deveria agregar ao invés de espalhar, deveria dar o exemplo ao invés do contra testemunho.

Sabendo, faz em sua vida desconhecer a Palavra do Senhor.

Não podemos dar espaço para o Diabo. No instante em que Deus falar conosco no Espírito ou por meio de sua Palavra, temos de agir imediatamente. Se deixarmos o tempo passar, estaremos rejeitando o que ouvimos. Isso representa para o Diabo a oportunidade de dar mais um passo em seu plano de endurecer o nosso coração, nos fazendo afastar de nossos irmãos, inclusive irmãos de clero.

Antes de trazer uma oferta ao Senhor, antes de se oferecer como oferta “pessoa de Cristo”, devemos avaliar se alguém tem motivo de queixa contra nós. Devemos humilhar-nos e pedir perdão compensando as nossas atitudes, se possível. Somente assim a nossa comunhão será restaurada com o irmão e com Deus.

O Senhor deseja que tenhamos um coração perfeito para que possamos apresentar-lhe as nossas ofertas. Será que isso é possível? Leia 1 Crônicas 29,2-9.

Deus e Senhor nosso, perdão por nossas faltas e por vezes deixarmos a nossa condição humana falar mais forte que a vossa Palavra, e o seu incomensurável amor pelos homens.

Diácono Luiz Gonzaga
Arquidiocese de Belém-Pará-Amazônia-Brasil

diaconoluizgonzaga@gmail.com
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