segunda-feira, 17 de maio de 2010

ESPOSA DE DIÁCONO


ESPOSA DE DIÁCONO

“Pastorear o povo de Deus” é um trabalho que apresenta grandes variações, de acordo com a época e com o lugar, mas os princípios bíblicos em relação à liderança permanecem constantes.

Na bíblia, “sacerdotes”, “profetas e “diáconos” podem também fazer alusão a posições semelhantes de liderança e muitos não eram casados por causa das circunstâncias difíceis.

Mulheres que se casaram com esse tipo de homens (sacerdotes, profetas e diáconos) ficaram ligadas a uma exigência dupla: uma vida sem lucros no mundo e um comportamento que demonstrava os mais altos padrões de integridade espiritual.

Para desenvolver uma fé completa no sustento diário dado por Deus é necessário passar por provações freqüentes.
A provisão dada pelo Senhor a seus servos é ilustrada na bíblia pelo conselho dado por Eliseu à viúva de um profeta (2 Reis 4,1-7).

Paulo também ensinou que o trabalhador é digno de seu salário (1 Tim.5,18), mas o povo de Deus, freqüentemente, falhava nisso ou era muito pobre para fornecer o sustento suficiente.

A lei mosaica responsabilizava Arão, o sumo sacerdote de Israel, e sua tribo de Levi de cuidar de todos os aspectos do culto comunitário. Os sacerdotes levitas deviam representar Deus para o povo até que a lei fosse cumprida em Cristo.

Isso exigia uma vida de santidade. Suas esposas eram escolhidas entre as virgens (Lv.21,7-13). A lei do Sinai providenciou sustento para os sacerdotes e para suas famílias de maneira adequada (Nm.18,8-20), mas, nos anos seguintes, a pobreza e a decadência espiritual ficaram registradas.

Malaquias denunciou fortemente o divórcio e a degeneração pessoal entre os sacerdotes (Ml.2,11).
Ao escrever para Timóteo seu jovem discípulo e pastor, Paulo cita as qualidades de reverência e de domínio próprio necessário à vida das esposas dos líderes espirituais (1 Tim. 3,11-12).

O estilo de vida da igreja hoje pede um nível de compromisso da mulher que serve como esposa do diácono. Equilibrar casamento, casa e família como devoção exemplar e dedicação ao ministério do esposo, requer da esposa, um espírito altruísta e de zelosa compaixão pela causa de Cristo.

Como é bom poder observar uma esposa virtuosa ao lado do esposo diácono. Ela ordena as prioridades certas – nutri um relacionamento pessoal com Deus (Mt. 6,33), ministra ao marido (Pv. 18,22; 19,14), cuida dos filhos (2 Tm1,5) e, depois cuida da casa (Tt 2,5), ainda acrescenta outras atividades que o tempo e a energia lhe permitem (Pv.31,10-31).

A esposa do diácono tem seu valor como pessoa ao assumir com humildade o papel de servidora. Ajuda o esposo como parceira espiritual, ajudando-o a obedecer à palavra de Deus e a realizar os ministérios espirituais. Ajuda como congênere de mãos dadas com o Criador para dar continuidade às gerações. Ajuda como confidente para oferecer consolo e amizade ao esposo e aos filhos. E ainda serve como companheira para proporcionar incentivo e inspiração.

Tem ainda de ter uma aparência agradável, que traz orgulho ao esposo, caráter piedoso, sem uma atitude materialista, eficácia na administração do lar, valorizando as tarefas domésticas. Ajuda como assistente espiritual do esposo, principalmente quando ele está emocionalmente e espiritualmente exausto.

Sempre tem disposição para usar sua energia, criatividade e determinação para ser digna de respeito por todos que convivem com ela.

Que a Virgem Maria, possa sempre guardar e proteger essas mulheres de força, garra, compromisso e amor pelo serviço do Reino ao lado de seus esposos diáconos.

Diac. Luiz Gonzaga
Arquidiocese de Belém/PA.
Amazônia – Brasil

diaconoluizgonzaga@gmail.com.br
diaconoluizgonzaga.blogspot.com

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O MEDO DE SENTIR MEDO


O MEDO DE SENTIR MEDO
Psicóloga Lúcia Abreu

Tenho recebido diversos e-mails de pessoas pedindo ajuda por estarem vivenciando situações de medo. No consultório, recebo pessoas que relatam situações onde fica bem claro que, estão com medo de sentir medo.
O medo é uma reação saudável e protetora do ser humano. O medo “normal” vem de estímulos reais de ameaça à vida. A cada situação nova inesperada que representa um perigo, surge o medo. Mas e quando tudo tem causado medo e não conseguimos agir? Todo mundo teme algo – assaltos, aviões, doenças, solidão, entre outras coisas. A intensidade do medo é intensificada pelo histórico de vida de cada um. Por tanto, diante de nossos pavores, só nos resta duas alternativas: lutar ou fugir.
Em princípio, lutar pode ser uma reação positiva. Isso não quer dizer que fugir seja uma reação negativa. Tudo depende da situação e é preciso reconhecer os próprios limites. Quando há uma situação de ameaça real a sua vida, o medo não é uma reação patológica, mas de proteção e auto preservação.
O mesmo não acontece quando estamos sob domínio do pânico e o medo passa a tomar conta de nossa consciência. Quando em pânico, a pessoa nem foge nem enfrenta, mas fica paralisada e sem controle. Nesses casos deve-se buscar a sua origem para conseguir agir.
Situações reais de perigo exigem discernimento, mas o medo irracional, sem causa real, deve ser enfrentado. Nosso inconsciente não diferencia fantasia de realidade. Por isso, ficar pensando em todas as vezes que não conseguiu, ou ainda, que nem adianta começar, baseando-se nas experiências anteriores negativas, fará com que sua mente reaja de acordo com esse pensamento, pois o medo nasce da associação que nossa mente estabelece com essas experiências, sem discernir que não ocorrerão mais. Sua mente não sabe distinguir o que é passado e presente, realidade e fantasia. E se esse seu pensamento continuar presente, sua mente irá acreditar nele como real.
Além dos perigos iminentes e reais, nossos temores podem aparecer por causa das associações que fazemos ao longo da vida. Por exemplo: uma criança que teve sua casa destruída durante uma tempestade pode sertir-se ameaçada por uma tragédia toda vez que chover intensamente. Querendo ou não, sua mente fará essa relação. Quando alguém diz que não consegue, que vai desistir, porque sabe que não irá conseguir, geralmente são pessoas que estão com a auto-estima muito baixa e que se amam muito pouco ou não se sentem capazes de cuidar de si mesmas. Querem formulas mágicas, resultados imediatos. Querem o impossível, pois assim fica mais fácil justificarem para si mesma que irão desistir por medo.
Procure descobrir o que o medo simboliza para você, o que ele representa, pois, quanto mais o negarmos, mais poderoso ele se torna. Explore seu medo, descubra o que está por trás dele. Se tiver dificuldade para fazer isto, procure ajuda profissional. A pessoa mais prejudicada nesse processo todo é você mesma. Por isso arregace a manga e trabalhe contra tudo isso, sem pensar em desistir. Afinal ou o medo controla você ou você o controla. Qual você prefere?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

PAI MISERICORDIOSO - FILHO PRÓDIGO

Por Dom Alberto Taveira Corrêa*

A parábola do Filho Pródigo ou do Pai Misericordioso é tão conhecida que imediatamente nos recorda inúmeras histórias de jovens “descabeçados” que partem pelo mundo. Em nosso Brasil, há muitas experiências de instituições que se tornam sinais da misericórdia do Senhor para com tais pessoas. Uma delas, presente em quase todo o país e em outros países, se chama “Fazenda da Esperança”. No próximo dia 22 de março, como último ato como Arcebispo de Palmas, celebrarei a Missa de ação de graças pelos dez anos de nossa Fazenda da Esperança. Todas as semanas, Deus me deu a graça de estar com eles.

Toca-nos profundamente o coração encontrar ali pessoas que efetivamente não têm mais nada a perder, pois jogaram fora até a p rópria dignidade. Mas constatamos, acompanhando-os de perto, que há uma luz que não se apaga, a capacidade de amar. Há dentro deles, moças e rapazes, e muitas pessoas adultas, uma sede profunda que é o sinal do amor de Deus, como um imã poderosíssimo, que os atrai para o Evangelho.

E basta uma palavra para recomeçar o caminho, empreender a corajosa volta para o Pai. Para muitos bastou viver um dia a palavra “Vou voltar para meu pai” e tudo ficou novo no coração e em volta deles. Outros se converteram radicalmente porque alguém lhes disse com a vida “Este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado”.

E o caminho é simples, ainda que exigente, pois feito para pessoas ousadas: Viver o Evangelho, uma palavra a cada dia, sair de si para amar o próximo, partilha das experiências da Palavra. Tudo isto fecundado pela Eucaristia e pela Oração.

Quando se descobre o amor de Deus, nasce em nosso coração uma imensa saudade, saudade de Deus! Saudade de quem está mais perto do que se pode pensar, saudade do amor que nos acolhe. E começa o caminho de volta, para encontrar o Pai que não se cansa de olhar, na curva da estrada, aguardando o retorno do filho. O Pai tem sede de abraçar e de perdoar!

A parábola que ouvimos é como um cabide, no qual podemos dependurar a roupa - a vida! - que quisermos. É uma história em que entram dois filhos que igualmente entristeceram seu pai. Os dois se mostram duros com ele, ignorando sua bondade, um pela desobediência, outro “apesar” de sua obediência. Não há na parábola um terceiro filho e nós somos obrigados a descobrir que somos um ou outro, ou um e o outro.

Mas também o pai é singular, um pai que não se preocupa com sua própria dignidade, que não faz nada para opor-se ao capricho insolente e estúpido do filho mais novo. É um pai que com o filho mais velho não se decidiu dizer “quero”, “entre para a festa”. Parece que não soube educar seus filhos!

É que não nos encontramos numa casa da terra. Este pai que pede ao invés de mandar, que dá e não sabe dizer não, que perdoa no lugar de castigar não tem outro igual aqui em baixo, é o nosso Pai do Céu, cujo nome conhecemos: Deus é Amor.

O amor é a única lei da casa do Pai. Mas o amor tem por condição a liberdade. Não há ser humano que possa ser obrigado a amar. Deus, que nos ama e porque nos ama, e porque espera de todos nós o amor, e não quer de nós outra coisa senão o amor, correu o grande risco do amor e, para nós, o grande risco da liberdade com que nos criou.

Temos este prodigioso e triste poder de negá-lo ou de regatear o amor de Deus. Esta é a história dos dois filhos da parábola, a história do pecado, a nossa história. O filho menor abandonou o pai não porque desejasse uma vida dissoluta, mas porque não queria continuar obedecendo ao pai, queria ocupar o lugar do pai. Seu pecado começou quando deixou de amar o seu pai acima de tudo. O pecado é uma rebelião de nosso eu contra Deus.Depois do pecado do rebelde e infiel, vem o pecado discreto, insuspeitável, o pecado da maioria de nós que aqui estamos, o pecado do filho mais velho, que era modelo de obediência. Certamente foi citado muitas vezes como exemplo e consolo do velho pai. Tudo perfeito, se um incidente não pusesse a nu seu coração. É mais ou menos assim. Quando se fala de pecadores, muitas vezes vocês e eu pensamos em outras pessoas. E aqui está a ocasião, quem sabe inesperada, para nos reconhecermos também pecadores, carentes da misericórdia. Os santos sabiam que eram pecadores e diziam isto com frequência, pois eram conscientes de sua situação. Sem dúvida, Deus oferece a cada um de nós oportunidades semelhantes àquela do filho mais velho, esperando pacientemente que entremos para a sala da festa, sem exigências, apenas para amar.

Hoje é dia da alegria, dentro de nossa caminhada quaresmal. Nesta semana, é bom confrontar com o Senhor nossas idas e vindas, nossas crises pessoais, nossos sonhos e aventuras, o abraço do Pai e a Festa da Reconciliação.

Aqui, na festa da Eucaristia, o Senhor nos acolhe e nos pede hoje arrependimento, conversão e disposição para recomeçar.

* Administrador Diocesano da Arquidiocese de Palmas - Tocantins e arcebispo eleito de Belém do Pará.

ALERTA PARA OS RELACIONAMENTOS...


ALERTA PARA OS RELACIONAMENTOS VIRTUAIS

Psicóloga Lúcia Abreu
Os relacionamentos virtuais vêm fazendo a cabeça de todo mundo, sejam adolescentes ou mais velhos. Mas todo cuidado é pouco, pois não é sempre que temos surpresas agradáveis com nosso suposto parceiro virtual, tendo em vista que ele pode ser totalmente o oposto do que foi dito: ele pode estar com você e com outra pessoa ao mesmo tempo e, ainda, pode apenas estar brincando com seus sentimentos. Este contato virtual permite que se criem fantasias e idealizações que possam, infelizmente, não se concretizar, nos deixando frustrados e tristes. Além de que o relacionamento virtual trás risco para toda a família, pois a pessoa do outro lado do computador pode ser um psicopata, um pedófilo, um assassino, um bandido entre outros. Então, a partir do momento que você assume um relacionamento pela internet você automaticamente pode estar correndo sérios riscos.
Na internet é comum que pessoas se aproveitem do anonimato para criarem personagens que são muitas vezes o oposto daquilo que realmente são. Elas se transformam: o feio fica bonito, o velho vira jovem, homens e mulheres trocam de sexo, o lobo vira cordeiro, o tímido vira eloqüente para satisfazerem suas próprias fantasias. Assim, ao vender essa falsa imagem, quem está do outro lado passa a viver também essa fantasia. Na verdade ambos estão vivendo suas próprias fantasias, criando expectativas. Essa parece ser uma das principais causas das decepções no momento do encontro pessoal: cria-se uma expectativa de que o outro corresponda ao personagem criado, o que nem sempre acontece na realidade. É claro que a frustração pode ocorrer antes do encontro, uma vez que podem surgir problemas inerentes a todo e qualquer tipo de relacionamento.
Em qualquer momento estamos fadados a conhecer pessoas. Se vamos nos relacionar com elas ou não vai depender da nossa vontade. O mesmo acontece nas relações virtuais. Seja off-line, seja on-line, essas relações se iniciam pelo que vemos ou queremos ver no outro, ou seja, um indivíduo se envolve com o outro baseado nas suas próprias expectativas. Sentimos-nos atraídos pela beleza física, inteligência, bom humor, interesses em comum, caráter, valores, confiança, entre outros. Muitas vezes os internautas se apaixonam sem se conhecer, mas a paixão não passa na maioria das vezes de uma quimera. A pessoa se apaixona pelo sentimento, pela felicidade, pelo sonho muito mais do que pela pessoa real. A sensação principal que leva a esse sentimento é o desejo de aceitação.
A violência está em toda parte, no dia a dia, podendo acontecer o mesmo numa relação off-line. Seja qual for o motivo de se estabelecer um relacionamento, virtual ou não, o importante é usar o bom senso.
Lúcia Abreu é psicóloga clínica com especialização em terapia de casal e família.
E-mail luciafmabreu@yahoo.com.br

segunda-feira, 19 de abril de 2010

COMPARTILHANDO UMA HERANÇA ESPIRITUAL

COMPARTILHANDO UMA HERANÇA ESPIRITUAL

Após participar de uma reunião de pais de crianças que estão se preparando para receber o sacramento da eucaristia, pude observar o quanto toda a responsabilidade da educação espiritual das crianças está sendo jogada pelos referidos pais para os catequistas.

É bom lembrar que os pais e a família são os primeiros catequistas, pois a família é chamada a se “Igreja Doméstica”.

O lar deve transmitir um exemplo vivo e eficaz de verdadeiro cristianismo. As crianças devem ser ensinadas a falar com Deus sobre tudo, desde as decisões mais importantes até uma simples busca por uma vaga de estacionamento (Mateus 18,19-20).

É preciso que a fé se torne parte da vida diária dos filhos e dos pais. Uma maneira eficiente de se conseguir isso é dispor de tempo para oração em família e leitura da bíblia regularmente e infundir fé na rotina da vida familiar – reunir-se para rezar, cantar, conversar sobre o Senhor, sobre a bíblia, aplicando sempre princípios cristãos às situações da vida diária.

Uma herança espiritual ergue uma muralha de segurança e de proteção ao redor do lar. Que privilégio e responsabilidade maravilhosos para as mulheres, como mães e esposas, é providenciar um ambiente assim para seus entes queridos (Prov.31,18).

O privilégio de transmitir essa herança espiritual vai além dos limites do círculo familiar imediato. O eco de um lar verdadeiramente cristão pode espalhar-se e persistir muito tempo depois da influência inicial. Permanecemos fiéis a Deus, porque Ele permanece fiel a nós (Salmo 89,1).

Seria tão bom se todas as famílias cristãs pudessem realizar um pequeno culto em família, não precisa ser longo e árido – apenas uma leitura bíblica ou uma breve oração.

Ler a bíblia e rezar deve ter tanta importância para os pais que eles não desistem de tentar incutir esses atos como hábitos na família, mesmo que sejam interrompidos ocasionalmente (Dt.6,7).

Bem poucas famílias cristãs passam algum tempo junto rezando e lendo a bíblia. Como é inestimável a experiência de ter os pais compartilhando verdades espirituais da Palavra de Deus e ouvir a mãe ou o pai pedirem a benção e a proteção de Deus sobre cada membro da família!

Arrumar tempo, descobrir a melhor fórmula e ser paciente e persistente são os desafios comuns associados ao culto familiar. A família precisa lutar para ser persistente.

Seus filhos desenvolverão amor pelas escrituras e uma confiança habitual no poder da oração.
Toda herança familiar de fidelidade deve começar com alguém. Talvez em sua família o início seja com você.

Quem sabe assim, não transferimos demandas, responsabilidades para algo que deve ser nosso papel prioritário.

Que o Espírito Santo nos dê a sabedoria e o discernimento para uma boa educação de nossos filhos e de nossa família.

Diac. Luiz Gonzaga
(Arquidiocese de Belém – Pará)
Amazônia – Brasil

diaconoluizgonzaga@gmail.com
diaconoluizgonzaga.blogspot.com

sexta-feira, 9 de abril de 2010

PUREZA SEXUAL


PUREZA SEXUAL

Como diácono permanente da Arquidiocese de Belém/PA, estou diretamente envolvido nas comunidades, principalmente de periferias. É muito comum eu ser convidado a visitar famílias que estão passando por dificuldades, principalmente de relacionamento matrimonial.

Quase sempre ouço relatos de senhoras que foram traídas por seus maridos através do adultério. Decepcionadas, desorientadas, sem esperança, estas senhoras, esposas e mães, estão ávidas por respostas para perguntas tais como:
“Porque ele fez isto comigo, eu nunca dei motivos para me trair!” ou ainda: “Faço tudo para ele, sou boa esposa, porque fui traída, eu não merecia!”

Queridos, a vida amorosa do cristão é um campo de batalha. Cada mulher ou homem cristão, precisa considerar a autoridade de Cristo sobre as paixões humanas e sossegar o coração na pureza.

Castidade significa abstenção de atividade sexual fora do casamento, o que é obrigação cristã. Para o cristão, esta é a regra: abstenção total de atividade sexual antes do casamento e fidelidade total dentro do matrimônio.
Veja ai na sua bíblia, o que nos relata o apóstolo São Paulo em 1Cor. 7,1-9.

Os cristãos devem dar valor à santificação do sexo. Isto significa aprender a disciplina da espera, da solidão, da incerteza, da esperança, da confiança e do compromisso incondicional com Cristo – um compromisso que quer independente da paixão que possamos sentir total pureza.

A castidade pressupõe ser severo com qualquer ato ou pensamento que não seja adequado ao tipo de compromisso que temos com Deus. Assumir que todo desejo sexual é natural, saudável e dado por Deus como mostra de seu amor é uma mentira muito poderosa.

Deus não nos concede desejos que não estão de acordo com seus princípios de santidade, integridade e pureza.
É muito cômodo afirmarmos que somos “tentados por Deus”, pois foi Ele quem criou este “bicho bom”. Mentira sem tamanho veja o que nos fala São Tiago 1,13.
“Ninguém ao ser tentado diga: É Deus que me tenta, pois Deus não pode ser tentador do mal, nem Deus tenta ninguém. Cada um é tentado pelo próprio desejo que, alicie e seduz”.

Para estes que pensam desta forma, achando que estão sendo “tentados por Deus”, seria bom darem uma olhada no Salmo 107,17 que diz:
“Alguns, embrutecidos por causa de sua conduta desregrada, sofrem por causa de suas culpas”.

E o que é muito pior ainda leva igualmente outros a sofreram, como esposas e filhos que, observam suas famílias serem laceradas por conta de desejos embrutecidos e desregrados de seus cônjuges.
Evidentemente que isto não acontece somente na periferia das grandes cidades ou com famílias de baixa renda ou ainda somente com homens, mas, com muitas mulheres também que transgridem a Lei Divina, “não cometerás adultério”

A pureza sexual é um dos itens mais importantes para se manter o casamento longe de atividades que poluem, corroem, infectam ou destroem – física, emocional ou espiritualmente.

Pureza significa estar livre de impurezas de qualquer espécie que estraguem o gosto ou o prazer, que reduzam o poder ou que adulterem a coisa do jeito como deveria ser.
Dentro do casamento, a união sexual é natural, saudável e prazerosa, não somente durante um momento, mas, durante toda a vida conjunta.

A intimidade sexual é natural no sentido segundo o qual o criador originalmente a designou para ser. Quando virgindade e pureza não são mais protegidas nem prezadas, não há mais graça, tudo ficam monótono e profundamente tedioso.

Procurando apegar-se a algo que satisfaça e que preencha o coração em qualquer lugar, acaba-se não encontrando nada em lugar nenhum.
Pureza antes do casamento consiste em dar-nos a nós mesmos para e pelo outro em obediência a Deus.

A paixão deve ser controlada por princípio. Esse princípio é o amor – não meramente erótico sentimental ou sexual. Não há outro caminho para controlar a paixão e não há outro meio para se alcançar a pureza e a alegria.

Se você escolheu evitar o pecado da sexualidade imoral, este é o ideal de Deus, mas se você já perdeu a sua virgindade, a mensagem do evangelho proclama o renascer, um novo começo e uma nova criação.
É o que nos exorta São Paulo em 2 Cor.5,17.
“Se alguém é cristão é criatura nova. O que era antigo passou, chegou o novo”.

É muito comum também ouvir da boca de alguns cristãos em meio a conversas dentro de minha caminhada, frases como esta:
“Ter duas ou mais mulheres era comum no povo da bíblia e porque não hoje ser assim?”

A poligamia, ainda que fosse prática de algumas testemunhas do antigo testamento, não era, de modo nenhum, o ideal de Deus para o casamento. Como ordenado por Deus, o matrimônio é a união entre duas pessoas – um homem e uma mulher (Gn. 2,24)

Adão e Eva eram monógamos. Após a queda, a instituição do matrimônio sofreu com a entrada do pecado no mundo, assim como todos os outros aspectos da criação.
Verifique que, os efeitos predominantes da bigamia e poligamia são extremamente negativos. Observe:

* O relacionamento de Abraão com a serva de Sara, Agar, resultou em muita inveja e discórdia (Gn.16,5).
* Os filhos do Rei Davi com várias mulheres guerrearam entre si pelo poder do trono (2 Samuel 5,13; 13,22-30)
* As 700 mulheres e 300 concubinas de Salomão desviaram seu coração de Deus (1 Reis. 11,1-8).

Nenhum exemplo de poligamia é citado no novo testamento. Jesus reiterou o plano original de Deus que “os dois se tornarão uma só carne” como o ideal do matrimônio (Mc. 10. 2-9).

Epíscopos e diáconos, líderes da Igreja primitiva eram, explicitamente, ordenados a serem esposos de uma só mulher (1 Timóteo 3,2.12; Tito 1,6).

Ao mesmo tempo, o ensino do novo testamento sobre matrimônio repudia o adultério, o divórcio, bem como o ato de desposar e de se divorciar de várias mulheres sucessivamente (Mateus 5,27-32; Rom.7,2-3).

Não é possível hoje com todo o conhecimento bíblico, doutrinal, teológico e pastoral que possuímos cairmos no mesmo pensamento e prática de vida de alguns do antigo testamento, pois o próprio filho de Deus, Jesus Cristo condenou esta prática (Marcos 10,2-9).

Que a luz do Santo Espírito nos conceda os dons da sabedoria e da fortaleza para lutarmos contra a destruição de nossas vidas e de nossas famílias.

Diácono Luiz Gonzaga
Arquidiocese de Belém/PA
Amazônia – Brasil

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sexta-feira, 26 de março de 2010

"Diante da realidade que nos cerca..."


Diante da realidade que nos cerca, devemos nos calar?

Recentemente um jovem de nossa paróquia foi brutalmente assassinado a sangue frio, um tiro na cabeça ceifou a vida de um rapaz que estava prestes a completar 25 anos de idade.
Nunca uma morte havia me abalado tanto, creio que o fato de ser alguém próximo a mim, fez-me olhar este fato com outros olhos, os olhos da indignação, tristeza, decepção e revolta....
Indignado com o fato de ficarmos a mercê da violência, triste por ver partir alguém tão jovem; decepcionado com o assassino, esse ser humano que não teve o mínimo de amor ao seu semelhante, pois para ele mais importante que uma vida, foi um bem material; revoltado com nossos políticos, que se trancam em suas mansões e em seus carros blindados e o povo “que se dane!”... E nós? Acomodamos-nos com tudo isso? Ficamos inertes? Aceitamos tudo calado? Vamos continuar a votar, nos mesmos políticos de sempre? Recentemente em nosso conjunto ouve grande revolta por parte de alguns moradores por causa do muro que construíram ao redor da igreja católica, ouve protestos, pichação no muro, distribuição de panfletos, etc.. Sou a favor sim de protestos, entretanto fico a me questionar sobre tais protestos, pois nossos ônibus continuam precários e nada ouço e nada vejo, o conjunto cada vez mais violento, e cadê os protestos? Talvez na cabeça de alguns poucos isso não importa... Fazer barulho por causa de um muro é mais importante que uma vida. Recentemente chegou em minha residência um jornal de teor contrário a direção da achajus, será que é preocupação realmente ou será somente joguetes políticos, é preciso sim mostrar erro, não devemos nos calar, e se esta nova diretoria está em erro, que se acuse realmente, porém, vamos também levantar nossas bandeiras de indignação com nossa “segurança publica”, que é quase nula em nosso conjunto, pois o que mais observamos no dia-a-dia são histórias de assaltos provocados por inúmeros jovens, o caso que citei no início teve um fim trágico. Não nos calemos meu povo, e que esse não seja mais um dado estatístico, pois William era um jovem cheio de vida, que deixou para trás uma família desesperada e destruída. Alguém após a tragédia disse que Deus quis assim, discordo! Deus não quer a maldade humana, Deus não quis que acontecesse e se aconteceu, foi porque faltou amor ao seu semelhante, jogar a culpa para Deus não vai mudar a realidade que nos cerca...
“Partiu num dia qualquer sem ao menos dizer adeus. E o que ficou? Um coração que sofre como quem espera a próxima entrada da estação. E o que separa o frio do calor é a emoção de saber que vou poder te encontrar um dia. Eternamente te encontrar, eternamente encontrar Você” (Rosa de Saron)

Ontem foi William, amanhã poderá ser eu, você, seus pais ou seus filhos.... Pensemos nisso!

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!!!

Por Alexandre Brito



Xande Brito- Paz e Bem!

quarta-feira, 17 de março de 2010

" A mentalidade consumista..."


“A MENTALIDADE CONSUMISTA FAZ DE DEUS
UM SERVO DO HOMEM”

Uma das características mais marcantes da sociedade atual é o consumismo, decorrente do capitalismo vigente. Vivemos numa sociedade de alto consumo. Em épocas remotas as sociedades eram, essencialmente, comunidades de subsistência e, posteriormente, caracterizavam-se pela troca de produtos.

Com a chegada da modernidade, com a Revolução Industrial, as relações comerciais mudaram, e a sociedade ficou dominada pelo capital. Atualmente, com o desenvolvimento notável da tecnologia, tem o potencial de criar diversos produtos que, por meio da mídia, entram em nossas casas pedindo para que os consumamos.

A cada dia surgem novos produtos, de diferentes formas, com uma variedade incrível. As pessoas se tornam clientes, com direito de escolha, afinal, na sociedade de consumo sobram opções.

Parece que apesar dos benefícios existentes nessa sociedade consumista, uma grande parte da população brasileira tem sido vítima deste consumismo desenfreado.

Segundo dados do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, três em cada dez brasileiros, a maioria mulheres, compram compulsivamente, sendo, portanto, portadores da “oneomania” (doença caracterizada pelo consumismo compulsivo).

A baixa auto-estima e o sentimento de vazio, característicos dessa nossa era, são responsáveis diretos pelo desenvolvimento dessa doença. Em busca da felicidade e da auto-satisfação as pessoas consomem diversos produtos, não pela necessidade, mas, pelo simples fato do prazer de comprar.

Não há nada de errado em consumir, o problema é o consumismo. São duas coisas diferentes. O consumista consome mais que o necessário para sobreviver e faz da compra um estilo de vida.

É preciso ficar atento, pois, temos nesta cultura consumista um bom número de cristãos católicos. Alguns já possuem suas próprias gravadoras, revistas e uma infinidade de outros produtos.
Sendo assim, a mentalidade consumista tem encontrado lugar entre nós católicos, de sorte que nos tornamos uma massa de consumidores de produtos comercialmente relacionados à nossa fé.

Já existem diversos sites específicos para atender às demandas do público cristão consumidor dos produtos evangélicos, com tiragem de 20.000 exemplares, e até feiras internacionais de artefatos cristãos, como CDs, DVDs, livros, etc...
Esse mercado movimenta, mais ou menos em torno de 3,5 bilhões de reais por ano.

É importante lembrar que, o que nos faz melhores cristãos não é ouvirmos CDs ou assistir DVDs evangélicos, ou colar adesivos relacionados à fé em nossos carros, motos, bicicletas, usarmos camisetas deste ou daquele produto, mas, outras atitudes como o amor a Deus, que se manifesta no amor ao próximo, no cuidado com a natureza, o planeta, no serviço ao irmão.

Não é por meio de “produtos evangélicos” que o evangelho vai impactar a sociedade moderna, mas por meio de vidas firmadas, alicerçadas no amor e serviço ao irmão.
Estamos dispostos a nos “oferecer” para o bem de todos que estão ao nosso redor?

Não sejamos espectadores consumistas enquanto a sociedade desaba ao nosso lado. Mas sirvamos ao próximo, plantando vida num mundo de morte. Esse é o evangelho do Reino de Deus.

Esta claro que a mentalidade consumista traz conseqüências não muito boas para a fé cristã.
O consumismo pode fazer os individuas transferirem o valor de descartável não só às coisas que compram, usam e trocam, mas a pessoas, regras, normas morais, relacionamentos, e princípios.

É preciso não reduzir o Reino de Deus a uma empresa com diversos produtos à nossa disposição.
Há “bens” neste reino que não podemos comprar como a salvação, à graça de Deus, os dons espirituais, a fé.
No reino de Deus não deve haver espaço para a “síndrome de Simão” (Atos 8,9-23). É bom lembrar, também, o que aconteceu àqueles que transformaram o templo de Jerusalém em “supermercado”. Jesus os repreendeu severamente (Mc.11,15-17).
A fé cristã, para não perder sua essência, não pode se render à mentalidade consumista, nem adquirir uma ética de consumo compulsório.
O desejo de consumir compulsoriamente nos distancia da motivação para servir. E para servir foi que Cristo morreu por nós (Efésios 2,10).

A mentalidade consumista faz de Deus um servo, à medida que exigimos que Ele satisfaça nossos desejos. Devemos servir a Deus, não nos servir dele.
Que o Espírito Santo nos dê a sua sabedoria na condução de nossa caminhada cristã. Que o seu discernimento nos faça a ver que é preciso servir e não ser servido.

Diácono Luiz Gonzaga (Arquidiocese de Belém/PA. Amazônia – Brasil.)

diáconoluizgonzaga@gmail.com
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OS FILHOS CESCEM MAIS...


OS FILHOS CRESCEM, MAS O AFETO NÃO DIMINUE

Psicóloga Lúcia Abreu

Um dia as mães (e porque não dizer os pais também) tomam um choque: percebem que seus filhos estão cada vez mais se tornando donos de seu nariz. Para alguns casais, especialmente para algumas mães esse momento é muito difícil, porque elas foram educadas para educar; viver em função dos filhos, criar seria a meta, o objetivo principal da vida.
Vou me deter no modelo de mãe “dominadora”, a que foi criada para ser mãe.
Quando os filhos começam a sair sozinhos, trabalhar, ou estudar fora, a sensação que as mães têm é de abandono e ingratidão. Muitas acham que como deram de tudo pros filhos ( e deram mesmo), não se conformam que o filho agora assuma as rédeas da vida; Pra ela é como se ele estivesse literalmente descartando a mãe. Agora ele não pára mais em casa, não telefona, enfim... ele passa a viver apenas o momento dele. E a mãe não se conforma com isso: passa a atacar de forma inconsciente, os amigos e os namorados, na tentativa de sabotar seus relacionamentos e assim ter o filho ou a filha de volta aos seus braços maternos.
Só que os filhos não percebem a coisa dessa maneira. O que pode parecer ingratidão para as mães, para os filhos é algo absolutamente natural. Essa discrepância em perceber as coisas se dá por causa da diferença de idade, e conseqüentemente de gerações, de hábitos, etc...
Vamos olhar pelo ângulo do filho:
Num determinado momento, ele percebe que já está grande demais para "ficar deitado eternamente em berço esplêndido"; ele nota que não terá mãe e pai para sempre. Nesse momento, eles percebem que precisam "dar um jeito na própria vida", e começam a buscar o relacionamento com o mundo.
Claro que nem tudo são flores na vida deles: existem atritos, conflitos, decepções, mas isso faz parte do crescimento. É fundamental para a formação do sujeito que ele passe por esse caminho de pedras.
Na cabeça deles (muitas vezes) o pensamento que passa é o seguinte:
"Eu sei que sou amado pelos meus pais, mas não sei se sou amado pelo mundo. Preciso lutar para ser aceito na sociedade da mesma forma que sou aceito pelos meus pais. A única maneira de fazer isso é ir a luta pelo meu espaço".
A mãe dominadora acha que deve conduzir o filho passo a passo nos caminhos da vida. Ela se anula por muito tempo além do necessário, na tentativa de sabotar o contato do filho com o mundo. E sem sucesso. O resultado disso é conhecido por todos: a depressão e a melancolia.
É fundamental que a mãe perceba que, embora os filhos cresçam, o afeto não diminui. Muda-se apenas a forma de demonstrá-lo. Os filhos não deixam de amar os pais quando começam a amar outras pessoas, eles estão apenas passando adiante um sentimento que receberam no berço.
Para as mães que não conseguem se desprender, a sugestão é que procurem outras atividades que lhe dêem prazer. É fundamental que ela se perceba VIVA; que ela se perceba como uma PESSOA que não precisa manter vínculos de apego para ser uma pessoa inteira. E isso só se consegue com muita força de vontade, e em alguns casos, com a ajuda de um especialista.

Lúcia Abreu é psicóloga clínica com espec. em terapia de casal e família.

quinta-feira, 11 de março de 2010

'SOU MULHER PARA QUE?"


SOU MULHER PARA QUÊ?
Psicóloga Lúcia Abreu
Você e eu fazemos parte da metade da humanidade, as mulheres. É natural então que nos perguntemos se isto tem um sentido especial. Qual é a contribuição específica que eu posso dar e o que se espera de mim como mulher? Não como profissional, como ser humano, como ser social, mas como mulher.
O que observamos é que na mulher costumam predominar certas características que chamamos de femininas. E volto a perguntar “O que é que eu sinto que tenho para dar ou para viver especificamente como mulher neste mundo, neste meu trabalho, neste meu casamento, neste meu relacionamento com meus filhos? E o que é que os outros esperam de mim como mulher?” Pode ser que as respostas não coincidam. Mas fazer este tipo de pergunta já é um passo para me definir melhor em relação a meu sexo.
Aliás, não existem respostas padrões. Existe, sim, uma sensação em cada mulher de que ela pode dar algo de diferente na vida, precisamente porque é mulher, e esse algo é tão importante quanto o que o homem pode dar, embora diferente, já que ela faz parte dos 50% da humanidade.
A primeira idéia que me vem é que a mulher é um mistério, assim como a vida, a morte e o sofrimento são mistérios. Mas a vida se desenvolve melhor onde há uma mulher com seu calor, proteção, alimento, compreensão (não explicação).
Isso tudo tem a ver com o feminino. O gosto pelo enfeite, pelo perfume, pelas cores, pela arrumação da casa, a intuição, certa magia, a fada e a bruxa, todas essas características são predominantemente femininas. Mas gostaria aqui de me limitar a um aspecto da psique da mulher, que têm sido menos estudado. Trata-se da noção de tempo, da maneira como é vivido pela mulher e que se diferencia da vivência da psique masculina.
A mulher vive o tempo muito mais como duração, por um lado, e por outro, de maneira mais cíclica, enquanto que o homem vive o tempo mais como uma sucessão de instantes e de maneira mais linear. Na vida cotidiana isso se manifesta de múltiplas formas. Na vida sexual, para a mulher não existe apenas o tempo, ou o instante do clímax sexual, mas todo um tempo antes e depois, que fazem parte da relação sexual.
Isto cria inúmeros conflitos entre o homem e a mulher, quando não é respeitada essa diferença do tempo de cada um. Mas manifesta-se também em relação aos planos para o futuro, no tempo que você define como ideal para realizar alguma coisa; é um tempo mais psicológico do que físico. Manifesta-se na sensação, geralmente mais forte na mulher, de pertencer a uma história, por ela fazer história principalmente através da procriação.
Há momentos em que uma noção de tempo deveria prevalecer sobre outra noção de tempo, e vice-versa, para qualquer ser humano, seja homem ou mulher. O interessante é que cada um descubra outra maneira de vivenciar o tempo e assim abrir o horizonte mental.
Poderíamos analisar muitos outros pontos em que as maneiras feminina e masculina de conceber a vida são diferentes. Então, para que ser mulher? Não se trata de modo algum de dizer que existem padrões ideais de comportamento, nos quais o masculino e feminino teriam vez igual. Isso é fantasia pura.
O importante é irmos descobrindo em nós o nosso próprio modo de vivenciar as coisas e sabermos ouvir qual é o modo do outro, para assim termos uma vivência mais ampla e completa da vida.

terça-feira, 9 de março de 2010

VENÇA O CONSUMISMO


“VENÇA O CONSUMISMO E NÃO DEIXE QUE ELE DOMINE VOCÊ”

Podemos perceber de uma maneira bem cristalina que o mundo de hoje é estigmatizado pela febre do consumismo.
Isto fica evidente quando os meios de comunicação se encarregam de veicular mensagem explicitas propondo este ou aquele produto como “melhor” do que o outro.
-“Compre já...”. – “Troque agora...” – “Ligue e peça o seu...”

O autor da carta aos Hebreus 13,5 diz: “Vivei sem avareza. Se contente com o que tendes, pois Deus mesmo disse: Não te abandonarei nem te desampararei”.

Ocorre que, a mídia não prega isso, claro, ela e os meios de comunicação querem vender, por isso está instaurada a ideologia consumista que é a marca da nossa sociedade contemporânea.

Deus não é contra você adquirir bens, é bom, agora, deve acontecer dentro de um planejamento financeiro. Por isso devemos gastar somente o que ganhamos.

Veja bancos e agiotas não estão preocupados se você tem ou não dinheiro para pagar uma dívida, eles querem e exigem que você os pague custa o que custar.

Salomão em suas sábias palavras diz: “O rico domina sobre os pobres e o que toma emprestado é servo do que empresta” (Prov. 22,7).

O apóstolo Paulo corrobora com Salomão quando diz: “Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males” (1 Tim. 6,10)

O consumismo da sociedade contemporânea trabalha pelos meios de comunicação, incutindo nas mentes das pessoas, necessidades que elas não precisam necessidades que não são necessárias.

O cristão precisa saber nitidamente a diferença entre o que é supérfluo necessário e indispensável.
A sociedade prega que tudo é indispensável, prega o prazer em todas as formas, o prazer de comprar e o prazer de ter, possuir.

O culto ao prazer se chama ‘hedonismo’. Vivemos em uma sociedade hedonista. Diante do hedonismo Paulo exorta: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobreviverão tempos trabalhosos. Porque haverá homens... mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus... destes, afasta-te”. (2 Tim.3,1-5).

O que é preocupante também é ver que, o consumismo tem dado o ar de sua graça em nossa Igreja.
Graças a Deus a Campanha da Fraternidade deste ano vem nos fazer refletir. “Não podemos servir a Deus e ao dinheiro” (MT.6,24).

As palavras de Cristo são claras: “ou Deus ou ao dinheiro”. A quem estamos servindo? A quem o cristão serve?

Diante do abominável consumismo em que jaz no mundo e igualmente invade a Igreja é necessário atitude por parte de todos para nos desapegarmos das riquezas e do dinheiro.

Podemos observar hoje uma mentalidade consumista dentro de nossa Igreja. E são com essa mentalidade consumista que muitos católicos vão as celebrações eucarísticas.

Aqueles que se assentam nos bancos das Igrejas, não são mais adoradores de Deus, são hoje críticos, tais quais os críticos de cinema e de futebol.

Estes “críticos” dão nota para a homilia do padre. Estão atentos para ver se a irmã “Doquinha” desafinou ou não no canto. Estão desejosos de assistir um show do ministério de música. Ávidos por louvor com “fogo”.

Estes “críticos” não entram na Igreja, porém sim, em um ‘fast foods’ religioso. “Pagaram” com a oferta, o dízimo a esmola e querem ser bem servidos.
Para estes, a “igreja” é apenas uma loja com mercadorias religiosas a serem consumidas.

As palavras de Jesus a samaritana deve ser uma boa resposta para estes “críticos”.
“Deus é Espírito e importa que os que o adoram o adorem em Espírito e em verdade” (Jô.4,24).

Será que não nos contentamos com o que temos? Temos a Igreja de Cristo, os Sacramentos e a Eucaristia. Jesus respondeu a homens ansiosos quanto à comida e o vestir o seguinte dentre tantas coisas.

“Mas buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e as demais coisas vos serão acrescentadas. E não vos preocupes com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã cuidará de si mesmo, basta a cada dia a sua preocupação.” (Mt.6,33-34)

Precisamos fugir dos sofismas de uma sociedade consumista, ela quer que você seja um consumidor em potencial para sempre estar endividado. Assim ela (sociedade consumista) conseguirá três coisas:

1- Deixará você amargurado se não consumir.
2- Deixará você envergonhado diante dos credores para que você não pregue o evangelho a eles.
3- Transformará você num escravo do trabalho, pois você terá de trabalhar mais e mais para pagar suas dívidas, assim não terá tempo de ir a Igreja e sempre quando você for rezar estará cansado e indisposto para Deus.

Vença o consumismo e não deixe que ele domine você. Essa é uma grande guerra que o cristão precisa vencer.

Diácono Luiz Gonzaga
Arquidiocese de Belém – Belém/Pará – Amazônia Brasil

diaconoluizgonzaga@gmail.com
diaconoluizgonzaga.blogspot.com

terça-feira, 2 de março de 2010

"DUALIDADE DO VIVER"


Dualidade do viver

É possível que seu navegador não suporte a exibição desta imagem. Dualidade em nosso viver são capazes de nos deixar inertes em nossa caminhada de cristão, é um dissabor que pode corroer a alma, quando estamos diante de Deus, tudo que é oculto se torna claro, e não tem como fugir. Muitas vezes queríamos fugir, queríamos que Deus fosse cego e surdo diante de nossas fragilidades humanas, só sei dizer que isso machuca e faz sofrer, de um lado um ser que luta para alcançar o céu, luta para ter o mínimo de santidade, luta para fazer o que é bom e certo, mas do outro lado do hemisfério de nossa vida, existe outro ser que é puxado com força descomunal e neste lado negativo do viver, o mal toma conta do que é bom em nós, e o errado no lugar do que é correto, porém a razão fica a porta como um grande “leão de chácara” a querer nos proteger, e a razão não se cala, grita em alto e bom som “sai deste lugar, ai não é onde deverias estar!”, entretanto, o ser quando está neste lugar recheado de escuridão quase não consegue enxergar a luz, quase não escuta a voz da razão e a voz de Deus que habita em nós, é como se ficasse cego e surdo para o ser que é bom dentro de nós.

Quando o lado ruim de nosso ser, toma-nos conta, ouve-se apenas “algo lá no fim do túnel” a repetir “aqui que é bom, aqui fazes o que queres, aqui ninguém te condena, aqui és livre!!!” e os olhos ficam quase inertes diante de tanta “tentação”, com visões prazerosas, e o ser queima de euforia, pois está neste lugar parece ser muito bom, só que nunca devemos esquecer que é euforia passageira, diferente da alegria verdadeira, que vem de Deus.

Não é fácil ser um lutador neste mundo de ilusão, nós escolhemos o lugar que queremos ficar, ou ficamos ou saímos do território chamado “trevas”, o vazio toma conta, lágrimas são derramadas, é um gritar sem som, é um estar algemado sem algemas.

É possível que seu navegador não suporte a exibição desta imagem. É possível que seu navegador não suporte a exibição desta imagem. Dentro de si, os dois seres lutam ferozmente por sua alma, é o bem e o mal; o certo e o errado; é a luz, é as trevas; a tempestade a brisa; a noite e o dia, é as lágrimas é o sorriso... É algo difícil de descrever, só quem passa por esta luta é que pode entender tais palavras, mas sei de uma coisa, a libertação de nossos caminhos obscuros depende simplesmente de nós. Se quisermos estar no caminho de Deus, devemos lutar, lutar e lutar.. “E se cairmos?” Alguém certo dia me perguntou, “levante filho, por mais impossível que pareça” respondi.

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

Por: Alexandre Brito

"A velhice sob a ótica dos jovens"


A VELHICE SOB A ÓTICA DOS JOVENS
Psicóloga Lúcia Abreu
Há muito tempo venho lidando com jovens, quer no consultório quer em aulas de orientação sexual ou na escola. Durante todo este tempo, uma atitude dos jovens vem me impressionando sobremaneira: a forma como eles se referem aos velhos. Fico curiosa tentando entender o que é que os leva a ver da maneira que vêem a velhice e, ao mesmo tempo, sinto-me entristecida ao ver este tipo de preconceito presente em grande parte de nossa juventude.
Em consultório, no mais das vezes em que algum adolescente comenta sobre pessoas idosas, este comentário de forma alguma vem acompanhado de uma atitude de respeito ou de gratidão. Pelo comentário, os jovens tendem a olhar para os velhos como se olha para algo que não tem mais o menor valor, algo que já deu o que tinha que dar e que, por isto, é desprezível.
Sei que alguns vão argumentar que isto é típico da juventude desde os tempos imemoriais pois os jovens estão começando um caminho já trilhado pelos velhos e, inconscientemente, os jovens sabem que o caminho terá por fim a velhice. Desprezar os velhos seria, assim, a forma de negar a possibilidade do fim da juventude, sendo uma manifestação da tão falada onipotência adolescente. Rejeitando os velhos, os jovens rejeitam a velhice que começa a nascer neles próprios.
Não nego que este tipo de argumento tem lá sua dose de razão, mas penso que ele é por demais simplista. Este tipo de explicação é parcial e alienante, como a maioria das explicações sobre ser humano que não levam em conta o contexto em que uma ação se dá, como se nós pudéssemos ser apenas parcialmente sociais.
O tempo passa e, o olhar cultural vai buscando novo foco, principalmente depois do advento da informática. O futuro passa a chamar a atenção do olhar cultural, pois é lá que as coisas acontecerão, é lá que terá resultado o esforço social de hoje. O jovem passa a ser o referencial, na medida em que nele está a necessária agilidade para acompanhar os passos do progresso humano. Novas profissões surgem, fazendo com que nem os pais nem os avós possam ser parâmetros para uma escolha de atividade profissional. O critério do jovem para a escolha profissional está principalmente na tentativa de previsão sobre como estará o mercado de trabalho daqui a algum tempo, vale dizer: no futuro.
Cheios deste novo poder, os filhos enfrentam, ativos, os pais que, indecisos e cheios de psicologismos, não sabem como se fazer respeitar, deixando de sinalizar aos jovens os importantes limites que a vida nos impõem e com os quais só com o tempo aprendemos a lidar sem necessitarmos de uma assessoria mais experiente.
Quero terminar dizendo que de forma alguma penso que seja privilégio dos jovens este descaso para com as pessoas da terceira idade, este descaso para com o passado. Isto está presente em todos nós. Os jovens somente são mais ingênuos e mostram mais claramente aquilo que com o tempo vamos aprendendo a disfarçar cinicamente.
A autora é psicóloga com especialidade em terapia de casal e família.
E-mail – lmt@oi.com.br

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

'IR AS CAUSAS E NÃO FICAR ..."


“IR AS CAUSAS E NÃO FICAR SÓ NOS PALIATIVOS”

Questionar, tentar remover as causas da miséria da fome e não ficar só atingindo os efeitos de forma paliativa reside toda a luta da Igreja.
Não podemos mais nos contentar só em socorrer de forma paternalista as necessidades prementes.

Evidentemente que, as urgências devem ser socorridas. A quem está morrendo de fome não se vai fazer discurso de justiça social... nós temos que dar o pão.
É hora de atacar as causas, mudar os sistemas injustos, as estruturas de pecado que levam a injustiça.

É hipocrisia, fingimento, falsidade ou diria até, comodismo de alguns, para não dizer, safadeza, profanar a Palavra de Cristo quando dizem:
“Pobres sempre tereis entre vós” (Mateus 26,11), achando que isso possa servir como um anestésico na consciência.

A estes que pensam assim, é bom lembrar-se de lerem o que Jesus irá dizer depois, em Mateus 25,44-46: “malditos, afastai-vos...”
Os pobres, a justiça social, sempre foi bandeira do evangelho, sempre foi escopo da Igreja de Cristo.
Ocorre que querem fazer a Igreja se calar, se fechar nas sacristias. Alguns meios de comunicação se metem a dar lições de doutrinas evangélicas, teológicas, bíblicas e pastorais. Não perdem ocasião para difamar a Igreja com interpretações maléficas e mentirosas.

Colocam o seu poderio de comunicação para berrarem contra qualquer ação da Igreja que beneficie os pobres e cobre a justiça social.
A Campanha da Fraternidade que se iniciou na quarta feira de cinzas com o lema: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”, quer levar todos os cristãos a refletirem a respeito da situação de injustiça social que está de forma estampada para todos verem e que marginaliza nossos irmãos mais necessitados.

É preciso entender que, a injustiça não é uma situação conjuntural, não é um estado de coisa que deva ser resolvido com paliativos ou esmolas para matar a fome. É um mal de estrutura. Injustiça estruturada, institucionalizada e orquestrada.

É bom lembrar que, no tempo de Jesus, a esmola era um meio privilegiado, integrado no sistema econômico para, remediar a injustiça. Dar esmolas, fazer de todo os bens individuais uma doação, podia ser a maneira de se fazer irmão dos indigentes, assumindo-se, portanto, sua situação ou seu estado (Atos 2, 42 – 47).

Não se tinha, ainda, consciência da alienação produzida por gestos de assistência. Não se tratava, ainda, de assumir ações coletivas para a transformação da sociedade.

Hoje, somos ainda solicitados a dar esmola. E é preciso confessar que certas situações dramáticas nos obrigam a esmolar. Mas sabemos que estes gestos supletivos não nos tornam irmãos das pessoas assistidas, mesmo quando, cheio de boas intenções, nós assim o desejamos.

Isto porque, objetivamente, aquele que dá e aquele que recebe não estão no mesmo nível...

É importante trabalhar pela instauração de uma sociedade que não fabrique mais pobres, isto é, por uma sociedade em que se realizem condições objetivas para que os homens se tornem livremente irmãos.

Precisamos de outras estruturas econômicas, outra maneira de ser cristão. Não se trata apenas de fidelidade a uma palavra “dê esmola”, cuja realização tranqüiliza a consciência.
É preciso acabar com uma sociedade baseada na exploração de uns pelos outros, no tirar proveito do outro pela sua condição social.

Portanto, a ação da Igreja, solícita e responsável, fiel ao evangelho, deve mesmo ir às causas e gritar por mudanças profundas e não contentar-se com o paliativismo.

A missão da Igreja de Cristo é denunciar tudo aquilo que se opõe a justiça do Reino. Denunciar tudo aquilo que se opõe à construção de uma sociedade melhor, justa e fraterna.

Em Gálatas 3,28, Paulo exprime bem a nova dimensão de uma existência, plenamente humana, revelada por Jesus.
“Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher, pois todos vós sois um só em Cristo Jesus.”

Mas, os privilégios têm suas raízes profundas. O mundo só se modifica lentamente. Nosso sistema social permanece, profundamente, marcado pela subordinação da mulher ao homem, dos pobres aos ricos.
O direito ao trabalho não é o mesmo para um e outro. A “organização social” é tal que, muitos subordinam suas vidas às tarefas subumanas, degradantes.

A miséria de muitos, procede em parte, da ganância de poucos que, num verdadeiro corporativismo, levam a muitos a condição de verdadeiros indigentes.

Nossa sociedade, infelizmente, permanece dominada pelos poderosos e gananciosos que, tiram da mesa dos pobres o “pão de cada dia’ deixando para estes, as “migalhas” que levam a desigualdade social.

A Igreja é, diretamente, desafiada todos os dias por esta desigualdade social, pelos privilégios de alguns.
Jesus questionou, bastante, fortemente os privilégios e as hierarquias que, a sociedade judaica estabelecia, tanto no domínio social, quanto no domínio religioso.

Pela sua solidariedade com os pecadores, com os pequenos, com os sem – lei, com os impuros, Jesus contestou fortemente as estruturas de uma sociedade que ousava se apoiar em Deus para justificar a separação entre aqueles que ensinam e os que escutam entre os que decidem e os que obedecem entre os que devem ser honrados e os que devem ser excluídos ou condenados a uma condição de miséria.

O contexto modificou-se, mas, não mudou muito a realidade das coisas. A sociedade continua tendo, como sempre teve seus marginalizados, excluídos, desclassificados, aos que ela (sociedade) dá apenas o direito do silêncio, da mordaça na boca.

Ainda não aprendemos a nos colocar à mesa para comer com os excluídos, marginalizados, para ouvi-los. É preciso entender que, paliativismo, simpatia e generosidade, não bastam para a transformação da história e como conseqüência, da sociedade.

É necessário buscar, a partir de agora, com a reflexão da Campanha da Fraternidade viver uma mudança real com o máximo de lucidez política e uma coragem profética enraizada na Palavra do Cristo.

Que a Luz do Espírito Santo possa conduzir o povo de Deus, dando a todos nós sabedoria e discernimento, afim de, acolhermos o Reino de Deus em nossas vidas e em nossa história.

Diácono Luiz Gonzaga
Arquidiocese de Belém – Pará/ Amazônia – Brasil.

diaconoluizgonzaga@gmail.com
diaconoluizgonzaga.blogspot.com.br

Diácos X Padres....


Diáconos X Padres
Quem perde?
A igreja católica.

Gostaria de comentar o texto publicado pelo diácono permanente José Carlos Pascoal, assessor de comunicação do CND, publicado em 09/11/09 na página da comissão nacional dos diáconos com o tema “acidental ou essencial” e acrescentar alguma coisa mais.

Meus irmãos, o Catecismo da Igreja Católica no nº 1571 diz: “...constitui um importante enriquecimento para a missão da Igreja”.
Mas, quem constitui esse enriquecimento para a missão da igreja? Os diáconos permanentes.
Eu fico então a me perguntar: - Até onde isto que diz o catecismo pode ser aproveitado pelo povo de Deus?

Após conversar com vários irmãos de diaconato, pude constatar toda uma angústia e em alguns até mesmo uma depressão espiritual por causa do diaconato.
Mas a que se deve isso? Os vários fatores. Poderíamos enumerar muitos, mas, vamos a alguns.

Somos muitas vezes deixados de lado. O enriquecimento que poderíamos produzir gerar na Igreja com nossa experiência de homens casados, pais de família, provedores de um lar, homens seculares, nos é castrado.

Somos chamados por Deus e pelo Sacramento da Ordem a vivermos uma missão de “serviço”. Cabem a nós diáconos permanentes “servir a todos”. Mas será que temos feito isto?

Infelizmente, a grande maioria dos diáconos permanentes do Brasil tem encontrado enormes dificuldades em seus ministérios. Não somos nem lembrados (como se refere nosso irmão diácono Pascoal da assessoria do CND em seu texto).

Como se não bastasse o esquecimento temos alguns padres que não nos aceitam não nos querem para o serviço do altar, muito menos em suas paróquias para o serviço ao qual fomos chamados e ordenados.
Ora, porque então convidar um homem para participar de uma escola diaconal? Porque então, tantas escolas diaconais pelo Brasil a fora? Porque então ter resgatado o diaconato a partir do vaticanoII se, aqueles que foram chamados, estudaram se prepararam, são homens íntegros, não podem servir, não podem colocar seu ministério a serviço de todos!

Ciúme, inveja, desrespeito, despreparo de alguns ordenados que, deixam os seminários cheios, robustos de liturgia e teologia, mas, estão completamente vazios estéreis de Deus, de caridade, de amor, de partilha de compaixão e misericórdia pelo povo de um “deus” que dizem servir.

É preocupante olhar em volta e observar uma paróquia com tantas comunidades (como aqui no norte do Brasil) e essas comunidades não serem atendidas espiritualmente por falta de padres ou diáconos ou leigos em condições de poderem transmitir a Palavra de Deus.

O pior acontece quando, dentro da paróquia, existe um diácono permanente e por capricho, orgulho ou vaidade do padre, este diácono não pode servir, não pode colocar-se a ‘servir a todos’, porque o “pároco” não quer diácono na sua paróquia, preferindo convidar o ministro da eucaristia (nada contra) ao diácono para realizar a Celebração da Palavra no domingo.

O diácono que se preparou por 3 ou 4 anos para o ministério é jogado no ostracismo. É deixado de lado como um saco de batata.
Ou ainda, quando alguns padres utilizam seminaristas que, muitas vezes ainda estão no primeiro ou segundo ano de filosofia não está nem na teologia, não receberam nem as “ordens menores” (leitorado e acolitato) e se enchem de vaidades. Vestidos como padres, ostentando o “clesma”, sentem-se “padres” sem ao menos saber para que lado vai a missa, mandando muitas vezes mais que os próprios padres, levando o diácono a situações constrangedoras.
O que aconteceria se após 7 ou 8 anos de intensa preparação para o presbiterado, depois de ordenado, na celebração de sua primeira missa, o padre fosse substituído pela freira e ele ficasse somente olhando?

O documento de Aparecida no número 206 diz: “Cada diácono permanente deve cultivar esmeradamente sua inserção no corpo diaconal, em fiel comunhão com seu bispo e em estreita unidade com os presbíteros e os demais membros do povo de Deus.”

Veja o que diz, “cultivar fiel comunhão com o bispo e em estreita unidade com os presbíteros...”.
Segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, a palavra “estreitar” quer dizer: “tornar mais íntimo”.

Bem que nós diáconos temos procurado este estreitamento, este “tornar-se mais íntimo” com os padres, mas, eles insistem em viver o afastamento, a separação ao estreitamento.

É claro e evidente que isso não é regra, pois se caso fosse, coitado de nosso povo e de nossa igreja. Temos padres fantásticos, envolvidos com a causa do Reino de Deus. Padres zelosos, acolhedores, amigos e íntimos dos diáconos e de seu rebanho. Padres que se preocupam com o diácono e sua família estão sempre perguntando como está o ministério, se está precisando de alguma ajuda maior para que possa fazer chegar o Reino aos irmãos. Vive na prática o papel de ‘pastor de almas’ e não de “administrador de gabinete paroquial”. Onde se encontra o “conselho paroquial”? Serve para algo em algumas paróquias? Ou só é denominação?

Segue o Documento de Aparecida dizendo no nº 206: “Quando estão a serviço de uma paróquia, é necessário que os diáconos e presbíteros procurem o diálogo e trabalhem juntos”.

Acho que isso é utopia que apresenta o documento. “Diálogo e trabalho juntos”. O que mais observamos são divergências, falta de amor e caridade. Arrogância e discriminação. Presunção e egoísmo por parte de alguns que tem na paróquia, a sua “fortaleza”, deixando somente entrar, participar da mesma, apenas aqueles que lhe agradam ou comungam do mesmo pensamento para não lhe contrariar.

Que fica bem claro. SOMOS MINISTROS SAGRADOS. Diz o documento157 (diretório do ministério e da vida dos diáconos permanentes) na página 89, nº 1: “Mediante a imposição das mãos e a oração consagratória, ele (diácono) é constituído ministro sagrado, membro da hierarquia. Esta condição determina o seu estado teológico e jurídico na Igreja”.

Assim sendo, o diácono precisa ser * R E S P E I T A D O*.

Não que queiramos honras ou glórias (2 Cor. 10,31 “quer comais quer bebais quer façais qualquer coisa, fazei-o para a glória do Senhor”), mas, que sejamos tratados com atenção e dignidade por parte de alguns que, sobem no presbitério para pregar o amor, a acolhida e a dignidade, mas, não vivem aquilo que pregam.

Ou será que tudo isso é fantasia? Não passa apenas de linhas escritas sem validade? Ou será que o sacramento da ordem somente tem valor para o grau, episcopal e presbiteral?

Graças a Deus e a Virgem de Nazaré, posso desenvolver meu ministério com tranqüilidade na paróquia em que sirvo hoje (Santa Rita de Cásia – Ananindeua/PA) e tenho se não, uma relação 100% com o pároco, pelo menos estamos procurando dialogar e trabalhar da melhor maneira possível, buscando o povo, tendo como escopo, o povo de Deus.

Antes de ir ‘trabalhar’ na paróquia de Sta. Rita, tive uma experiência horrível, muito dolorosa. Servia em uma comunidade do meu bairro, quando fui chamado para uma reunião na mesma. Lá chegando para a minha surpresa, ouvi do coordenador da comunidade que o padre havia dito que se eu continuasse a visitar e celebrar na comunidade ele (padre) tinha “poder” para fechar a mesma. Tudo isso por que segundo ele (padre) a comunidade estava dando mais atenção ao diácono do que a ele (padre).
Será que era porque eu estava mais presente do que o padre? Ouvia mais a queixa, o lamento a angustia a aflição do povo do que o padre? Visitava mais os doentes do que o padre? Procurava orientar mais o povo do que o padre? Será que era porque era periferia e eu estava lá, enquanto o padre...................!

Ora meus irmãos, isto não existe. Estamos todos no mesmo barco e remando para o mesmo lado. Jesus que é Jesus pediu a colaboração de doze homens, depois vieram mais setenta e dois e assim por diante.
Não professamos a mesma fé? Não estamos na mesma igreja? Não cremos no mesmo Deus? Então isto de fechar a comunidade não existe, é ciúme bobo que não leva a nada, pelo contrário, dispersa o povo de Deus.

O diácono não quer fazer às vezes do padre, não temos essa pretensão, nós temos plena consciência de que fomos ordenados para o serviço (altar, palavra e caridade). Ocorre que, não querem nos deixar. Não estão permitindo que sejamos “servidores de todos”. Se não estão nos deixando servir naquilo para o qual fomos ordenados, imaginem cuidar de uma paróquia.

Vamos ler o que diz o código de direito canônico: Cân.517, parágrafo 2: “Por causa da escassez de sacerdotes, se o Bispo diocesano julgar que a participação no exercício do cuidado pastoral da paróquia, deva ser confiado a um diácono...”. Q U I M E R A ?

Não quero ser arrogante, mas o nosso papel hoje, em um mundo pluralista, é o de ajudar em muito a igreja católica e para isso fomos ordenados. O diácono está a serviço para ir onde o padre não pode estar.

Agora: Não vão e não nos deixam ir. “É meu território paroquial e aqui entra quem eu quero”. Esta é a mentalidade de alguns padres, I N F E L I Z M E N T E, o que é uma pena. E assim quem perde? A igreja católica.

O Livro dos Atos 3,6 diz: “Eu não tenho nem ouro nem prata, mas dou-te aquilo que tenho”.
A igreja católica tem a nós, diáconos permanentes e não está nos aproveitando. A igreja não está nos oferecendo ao mundo, por capricho e inveja de alguns. Esta nos preferindo “CASTRAR” a lançar seus servidores para “águas mais profundas”. Somos chamados pelo Documento de Aparecida nº 205 a: “acompanhar a formação de novas comunidades eclesiais”.
Como acompanhar se não nos permite nem a chegar perto. Ou ainda, a comunidade ser fechada porque o diácono está lá ajudando na evangelização?

O Documento de Aparecida segue dizendo agora no nº208: “A V conferência espera dos diáconos um testemunho evangélico e impulso missionário para que sejam apóstolos em suas famílias, em seus trabalhos, em suas comunidades e nas novas fronteiras da missão”.

É o que todos nós queremos “SERVIR” como apóstolos, pela causa do Reino de Deus. É só nos deixarem, nos respeitarem, nos acolherem e reconhecer em cada um de nós diáconos permanentes, uma extensão do padre e da igreja católica nas comunidades.

Quero deixar claro uma coisa. Minha intenção não é fazer apologia contra padre a favor de diácono e sim buscar um despertar em todos nós, padres e diáconos para esse problema que a Igreja insiste em tapar com a peneira, mas que na realidade angustia a todos, pois quem perde como já me reportei é a igreja é o povo da periferia que não pode se deslocar para os grandes centros urbanos para participar da Santa Eucaristia. Acabam ficando sem a Eucaristia e sem a Palavra. Quem perde é o padre e o diácono que, ao invés de buscarem juntos a edificação do Reino de Deus aqui na terra, estão é dispersando a grande massa, ávida por escutar a Palavra de Senhor. E enquanto ‘brigamos’ os nossos irmãos que vivem de proselitismos, arrebanham as nossas ovelhas para o seu redil.

Vamos todos fazer uma grande meditação. Vamos todos buscar no respeito uns aos outros a sintonia e a harmonia necessária para juntos, remarmos a favor da mesma maré, do mesmo Deus do mesmo Reino e da mesma Igreja Católica Apostólica Romana da qual professamos.

Diácono Luiz Gonzaga (Arquidiocese de Belém- Amazônia- Brasil).
diaconoluizgonzaga@gmail.com

domingo, 21 de fevereiro de 2010

DIACONATO PERMANENETE



DIACONATO PERMANENTE

Nos últimos anos temos visto na Igreja o incremento do ministério do Diácono Permanente. Não resta dúvida de que os padres conciliares foram inspirados para esta restauração. A retomada desse ministério, como uma vocação própria, é uma grande riqueza para nós.
Tive a oportunidade de poder vivenciar várias experiências ligadas ao diaconato permanente, seja em minha paróquia, seja iniciando a escola diaconal em minha primeira diocese ou então continuando uma caminhada das mais antigas do Brasil, na arquidiocese anterior a que servi.
Percebi a importância e o valor do diaconato permanente, tanto no campo social como na presença evangelizadora da Igreja nos diversos âmbitos e também nas comunidades. Posso testemunhar por minhas experiências a riqueza da vida, da missão e trabalho diaconal o bem que se faz à Igreja.
Nem sempre as pessoas compreendem como esse passo que o Concílio Vaticano II nos deu foi profético. Muitos selecionam do Concílio apenas aquilo que querem e não acolhem esse grande dom que nos foi dado. Muitas comunidades no Brasil e no exterior já deram grandes passos nessa direção, enriquecendo a Igreja local com os diversos carismas e dons.
Se nos atualizamos com alguns números do Anuário Pontifício, ficamos impressionados com a vida diaconal em algumas dioceses nos Estados Unidos: Nova York conta com 377 diáconos, Los Angeles possui 261, e Boston com 257. Os pastores dessas megalópoles, com todos os seus desafios pastorais e sociais tão grandiosos quanto os nossos, souberam acolher a proposta conciliar e deram passos que hoje marcam o trabalho dessas Igrejas.
O importante é que “é preciso superar uma inércia ministerial das Igrejas, acostumadas a ver só um tipo de ministério ordenado na comunidade” (doc. 57 - pg. 22 – Estudos da CNBB - 1988). A ação do Espírito Santo se adiantou às nossas necessidades e missão.
Aqui na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro começou uma das primeiras iniciativas para a ordenação de diáconos permanentes ainda com o meu predecessor, Cardeal Dom Eugênio, sendo ele também um dos pioneiros na defesa desse ministério.
Tive a graça de suceder em Belém e aqui no Rio de Janeiro a Arcebispos pioneiros que trilharam esse caminho, e foram fieis ao Concílio, com a organização desse ministério hierárquico. Acredito que seria muito importante uma história dessa vocação, seus inícios, passos e com mais dados e fatos em nossa Igreja do Rio de Janeiro.
A nossa Arquidiocese criou a sua Escola Diaconal, onde os candidatos passam quase 5 anos de intensa formação doutrinal, pastoral e sacramental, de acordo com as horas-aula que são exigidas segundo os documentos que organizam a formação diaconal.
Com toda esta história e com o trabalho sendo bem desenvolvido, peço a Deus que nos envie muitas vocações para que possamos incrementar ainda mais, com o diaconato permanente, a nossa missão evangelizadora e catequética nesta grande cidade. Tive a alegria de ordenar, no dia 28 de novembro passado, o mais novo grupo de diáconos permanentes, que vem somar forças com aqueles que já caminham e servem a esta Igreja com generosidade e alegria. Agora necessitamos de olhar adiante e para o futuro.
Confio principalmente aos párocos o discernimento vocacional para que, consultadas as comunidades e os conselhos paroquiais, indiquem candidatos para serem encaminhados nessa direção. Em uma cidade como a nossa não podemos nos acomodar e sim nos colocar à escuta do Senhor para que saibamos acolher os trabalhadores que Ele envia para a messe.
Os párocos devem perceber em suas comunidades aqueles homens capazes de assumir essa caminhada vocacional, e também estar abertos para as vocações que lhe chegam espontaneamente ou indicadas por pessoas conhecidas que querem o bem da Igreja.
A própria comunidade paroquial é fonte de vocações desses homens que estão dispostos a uma doação mais radical e profunda pela causa do Evangelho. É um belo testemunho que temos ao nosso redor com tantas pessoas de diversas situações culturais e sociais se colocarem a serviço do povo de Deus com generosidade e alegria, autorizados pelas esposas e com a alegria dos filhos.
Somos chamados a dar testemunho e nos empenharmos numa lógica de comunhão ministerial, onde percebamos que a vida ministerial deve estar completa para que possa transparecer todo o múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, cabeça e fundamento de toda a vida vocacional na Igreja.
E que possamos, assim, perceber toda a riqueza de vocações e de serviços que existem no corpo da Igreja, onde todos estão a serviço de um único Senhor e de um único Evangelho. Todos, sendo diferentes na sua caminhada vocacional, e sendo diferentes no modo de vida na qual assumem os seus propósitos de bem servir à Igreja de Cristo, devem ter o firme propósito de completar em si mesmos o único ministério do Cristo, e do qual emanam todas as vocações.
Quero pedir, portanto, a todos os sacerdotes, e em especial aos párocos de nossa Arquidiocese, que, em comunhão com as diretrizes desta nossa Igreja particular do Rio de Janeiro, possam se empenhar para o frutuoso incremento das vocações diaconais. Quero reafirmar que estarei sempre empenhado, seguindo a linha de ação pastoral de meus predecessores, no desenvolvimento da vida diaconal em nossa Arquidiocese, com tanto vigor quanto tenho pelas vocações sacerdotais e religiosas.
Recordo que a seleção prévia dos candidatos nas paróquias já é um chamado, e se reveste de grande importância. A formação e o discernimento aperfeiçoarão esse chamado.
O caminho institucional é o que atualmente está em vigor: os nomes dos possíveis candidatos são enviados à Comissão Arquidiocesana dos Diáconos Permanentes (Cadiperj), e, uma vez aceitos, poderão ingressar no período do propedêutico, com duração de um ano, e ao seu término poderão ser inscritos na Escola Diaconal Santo Efrém.
Peço ao Senhor da Messe que nos envie boas e santas vocações diaconais para a nossa Igreja de São Sebastião do Rio de Janeiro. O cânon 385 nos recorda que: “O Bispo diocesano incentive ao máximo as vocações para os diversos ministérios”.
Assim respondo com alegria ao pedido que a Mãe Igreja me pede: promover as vocações em todos os seus ministérios, e, agora, aqui, especialmente, o ministério diaconal.
+ Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

REBELDIA SEM MOTIVO APARENTE


REBELDIA SEM MOTIVO APARENTE
Psicóloga Lúcia ABREU
A rebeldia é considerada praticamente uma condição da adolescência. Neste período da vida, eles resolvem testar o mundo à sua volta e, principalmente, os pais. É claro que existe uma inquietação saudável, de contestar as coisas e descobrir novos mundos. Entretanto, há jovens que apresentam um comportamento “rebelde” sem nenhum motivo aparente, transformando suas vidas e a dos familiares num verdadeiro caos. Pais e filhos travam batalhas diárias tentando impor suas vontades e, na maioria das vezes, sem chegarem a um acordo.
É inegável que os filhos têm estes tipos de atitudes para chamar a atenção dos pais. Hoje em dia falta limite, a criança que não tem alguém que a repreenda provoca de alguma forma. Quanto mais solta está, mais vai querer que o adulto olhe, desta forma o filho “avisa” que está carente, que precisa de alguém para dizer o que pode e o que não pode fazer.
Os adolescentes mais rebeldes são os mais amedrontados, por isso a criação de leis internas pode ser um bom caminho. É preciso negociar. No início estabeleça pequenas regras, que tem que ser combinadas e respeitadas pelas duas partes. Fale com firmeza, mas sem grosseria e cuidado com o tom de voz. Muitos pais em vez de falar, gritam e com isso acabam perdendo a autoridade.
A diferença entre as gerações de pais pode ser apontada como um dos principais provocadores da rebeldia sem causa dos adolescentes na modernidade. Os pais dos anos 50 e 60 não tinham diálogo com os filhos e eram autoritários. Depois, eles se transformaram e passaram a acreditar que sendo amigos teriam uma relação melhor com os filhos e, com isso, raras vezes diziam não.
A permissividade dos pais acarreta a falta de limites para os filhos, fazendo com que o adolescente se rebele sem motivos. Os pais perdem o rumo da educação dos filhos quando tentam ser amigos e esquecem-se de dar limites. Não adianta ser autoritário, mas sim ter autoridade. A autoridade tem que ser exercida com diálogo, mostrando principalmente o respeito que os filhos têm que ter aos pais.
Com certeza, dizer sim aos filhos é mais agradável do que dizer um não, mas, o que nos permite definir e demarcar limite, é o não. Estabelecer limites não é proibir tudo e sim definir o momento adequado para se conceder ou negar algo.
Atitudes de rebeldia por parte dos filhos afeta toda a família. Para os pais, gera uma sensação de incompetência e de impotência. Eles acordam para o fato de que os filhos cresceram, expressam suas vontades de forma diversa da deles, não seguem os parâmetros da família, são mais influenciados pela mídia e por amigos. Enfim, pai e mãe percebem que perderam o controle e que precisam voltar a conhecer seus filhos!
Os filhos também pagam o preço pela desobediência, pois a atitude provoca uma desorganização emocional. Eles sabem que quebram regras e se sentem culpados.
A melhor atitude a ser tomada é dialogar dentro de casa. Pais e filhos devem ser claros e precisos quanto às suas dificuldades. Devem expressar francamente seus medos, remorsos, falhas, limitações. Procurem expor suas reclamações, usando um tom de voz baixo e linguagem respeitosa só assim vocês poderão ajudá-los a reencontrar o afeto e a paz de que precisam.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

COMPETIR.


“COMPETIR”

A competição, no sentido de lutar por um mesmo objetivo, pode ser uma coisa saudável.
Motiva-nos a estudar mais ou a correr mais rápido. Não há nada de errado no desafio e no incentivo para se alcançar um objetivo.
Entretanto, quando o pecado abre uma brecha e entra no espírito de competição, o objetivo do sucesso pessoal é deturpado, tornando-se uma obsessão.
Essa competição pode tirar o foco de nossa atenção do objetivo final e mover-nos a fazer comparações com os outros. Isso torna errada a competição.
Vejamos o que nos diz Paulo:
(2 Cor.10,12) “ Não nos atrevemos a igualar-nos nem a comparar-nos a alguns dos que fazem a própria recomendação. Eles, ao contrário, ao se tornarem como medida de si próprio, acabam sem perceber”.
Infelizmente, a competição tornou-se tão comum em nossa cultura, que assumimos que ela é aceita por Deus de qualquer forma. Acontece que as escrituras não concordam com essa posição.
O ideal definido na Bíblia é a cooperação, a concórdia e a unidade entre os cristãos. Várias metáforas são usadas para descrever e exemplificar essa cooperação: somos parte de um todo, o “corpo de Cristo”, a “geração escolhida” e “sacerdócio real” (1 Cor. 12,27; Ef.2,20-22; 1 Pedro 2,9).
O presente do Espírito Santo para a Igreja Primitiva veio quando os cristãos “estavam reunidos no mesmo lugar” (Atos 2,1). O apóstolo Paulo falou, em várias ocasiões, sobre a necessidade da união no Espírito (Ef.4,3).
Quando Jesus visitou, Maria e Marta elas utilizaram os seus dons em servir. Maria sentou-se aos pés de Jesus, amando e sendo amada por Ele. Marta, uma mulher “realizadora” e prática, começou a preparar a comida e o lugar para o descanso do Mestre. Entretanto, Marta desviou-se de seu objetivo de servir a Jesus e começou a avaliar o desempenho de Maria. Ambas as mulheres estavam servindo com boa intenção.
O problema ocorreu quando Marta esqueceu o fato de que ambas “jogavam no mesmo time” e resolveu julgar a irmã (Lc.10,41-42).
Queridos, os dons do Espírito existem para que trabalhemos em harmonia uns para com os outros, conforme o Espírito Santo direcionar, para que, então, todo o corpo de cristãos trabalhe em conjunto.
(1 Cor. 12,7. 11-12) “ A cada um é dada uma manifestação do espírito para o bem comum... Mas tudo é realizado pelo mesmo e único espírito, repartindo a cada um como ele quer. Como o corpo, sendo um, tem muitos membros, e os membros, sendo muitos, formam um só corpo, assim é Cristo”.
Nós somos responsáveis pelo bem-estar uns dos outros, devemos rezar uns pelos outros, fomos chamados para ter um mesmo pensamento e viver em paz.
(2 Cor. 13,11) “De resto, irmãos, ficai alegres, restabelecei-vos, consolai-vos, estai de acordo e em paz; e o Deus do amor e da paz estará convosco”.
De fato, se uma discussão surge, devemos dar “preferência” ao outro – ou desistir de nossos direitos para alcançar harmonia.
(Rom.12,10) “ O amor fraterno seja afetuoso, estimando os outros mais que a si mesmo”.

Diác. Luiz Gonzaga (Arquidiocese de Belém /Pará – Amazônia – Brasil)
diaconoluizgonzaga@gmail.com

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

"O SENHOR DOS EXERCITOS"


“SENHOR dos Exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança.” (Salmos 84:12)
Senhor dos Exércitos… Esta passagem no Livro de Salmos nos revela este grande segredo, e quando realmente entendemos, aceitamos e praticamos esta confiança nEle… o milagre acontece.
Nestes dias, por causa da nossa filha, temos assistido, e muito, aos desenhos dos “The Veggie Tales” (Os Vegetais). São desenhos baseados em passagens e ensinamentos bíblicos, tem sobre Josué, Jonas, Gideão, o bom samaritano, e muitos outros! O que estamos vendo agora fala sobre “Davi e Golias” é uma história feita para crianças, algo muito lindo, e para falar a verdade, acho que eu e meu amor gostamos mais do que a Bella!!! (rsrsrsrsrs) O que sei é que esta história me despertou nesta noite, não a do desenho, mas a verdadeira em 1 Samuel 17:45, de como Davi enfrentou aquele gigante chamado Golias. E as palavras de Davi foram: “Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado.” Davi conhecia esse segredo!!! Por isso ele não teve medo de ir ao encontro do problema, pois sabia como solucioná-lo. Isso só veio a acontecer depois de 40 dias seguidos de muita afronta por parte de Golias, ele queria que “um” do exército de Israel fosse ao seu encontro para que lutassem cada um representando o seu povo, onde o lado que perdesse seria escravo do lado vencedor, mas Israel ficou tão em “choque” com o seu tamanho (+/- 3m de altura) que nenhum homem teve forças para ir ao seu encontro, foi quando surgiu Davi, que, com uma pedra, matou aquele gigante.
Mas a pergunta que ardeu em meu coração foi: “por que, muitas vezes, agimos mais como o exército de Israel e não como Davi?” Aquele povo já tinha visto Deus agir, livrar, fazer proezas em muitos outros momentos de suas vidas, mas “por que se esqueceram disso tudo naquele momento?” Não vou falar em tom de crítica contra este povo, e vou falar por mim mesmo (pois talvez você pense diferente…), mas eu sou igualzinho a eles!!! Os milagres acontecem todos os dias, seja provisão, livramentos, cura… e muitas vezes, quando surge um novo obstáculo, um novo “gigante” em minha vida, o primeiro pensamento que vem é: “Agora ta difícil… Não sei o que fazer… Será?” e, ao invés de clamar ao Senhor dos Exércitos por mais um milagre, me entrego à murmurações, lamentações, tristeza, dúvida… louvado seja Deus por minha esposa, que sempre que me vê desse jeito me lembra que nós servimos à um Deus que é poderoso para fazer muito mais do que pedimos ou pensamos (Efésios 3 : 20)!!! Mas… “Por que oscilamos tanto?” Se um dia fomos libertos, em Cristo, devemos viver como tais, livres, pois a verdade já nos foi revelada!!! “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32) O Senhor deseja ver o nosso posicionamento, fazer a nossa parte, que é “confiar nEle”. Como está em 1 Reis 18:21: “Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.” A pergunta foi lançada!!! Não vamos fazer parte deste povo que ficou sem resposta, que não teve forças nem coragem para defender a sua fé, mas sim daquele povo que pode levantar a cabeça e declarar: “Eu sei em quem tenho crido. Maior é o que está em mim do que o que está no mundo!!!” É isso o que Ele procura, pessoas decididas, verdadeiras, entregues não às suas dúvidas e medos, mas sim à certeza da vitória que um dia lhes foi revelada!!!
É hora de nos posicionarmos, não vamos esperar o próximo “gigante” surgir à nossa frente. Aquele que fez ontem, é fiel para fazer hoje, e fará amanhã também. Não estamos largados ao nada, sem ter a quem recorrer, mas nós temos um Pai que está disposto a tudo por Seus filhos. E Este pai está buscando estes filhos, pessoas que sabem que não estão perdidas, que tem Alguém em quem podem confiar. Ele só está esperando o seu chamado para vir correndo para socorrê-los, como está em João 4:23: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” Ele está olhando sobre a terra, buscando os Seus filhos!!! Não vamos esperar mais “40 dias de afronta” deste mundo para lembrarmos ou assumirmos nossa identidade. Vamos fazer como Davi: “Eu sou filho, e o meu Pai, além de pai, é o Senhor dos Exércitos. A quem temerei?”
A guerra já está declarada, uma guerra não só contra o mundo com todo o seu engano e maldade tentado nos oprimir mais e mais a cada dia, mas uma guerra também contra o nosso próprio “eu”, que em muitos momentos insiste em lutar na sua força ou na sua forma de pensar, onde o resultado sempre vem a ser decepção, dor… Você pode olhar para esta palavra e pensar: “Você não sabe a luta que é o meu casamento…” ou: “Eu não acho emprego em lugar algum…” ou: “Esses meus filhos, não sei mais o que fazer…” Sei que as lutas são muitas e que os “gigantes” se levantam a cada dia, mas… devemos lembrar e confiar que maior do que qualquer “gigante” é o nosso Deus!!! Sei que não é fácil, mas devemos vencer o nosso “eu” e entregar estas lutas a quem realmente pode vencê-las, o Senhor dos Exércitos. E declarar, seguindo o exemplo de Davi: “Problemas, no casamento… emprego… filhos… eu venho a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, a quem tens afrontado.”
Não desista desta luta, fique firme, sem dúvida você verá mais um “gigante” caindo derrotado à sua frente. Como está em Romanos 8:37: “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.”
Diácono Luiz Gonzaga (Arquidiocese de Belém)
diaconoluizgonzaga@gmail.com.br

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Não deixe a benção...


Não deixe a sua benção ser transferida para outro

Você já imaginou, Deus resolve te abençoar: aquele sonho que você tinha na vida esta prestes a se tornar realidade, a casa dos seus sonhos, o carro que tanto queria seu casamento realizado com festa e tudo, a viagem dos seus sonhos. Der repente tudo isso que era para você, é transferido para outro. Você ficaria decepcionado, arrasado ou até choraria não é mesmo?


Eu tenho uma triste noticia para você, muitas bênçãos de Deus, que são para você, são transferidas para outros e você nem percebe.


A bíblia diz: que Deus já nos abençoou. Efésios 1:3 - "Bendito o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais, nos lugares celestiais, em Cristo".
Deus já nos abençoou;
Ele já nos abençoou com todas as bênçãos;
Essas bênçãos estão armazenadas num lugar chamado "lugares celestiais";


É a nossa fé que traz as coisas que já nos pertencem.
Mas infelizmente, por causa do pecado, por não perseverarem, por não ter paciência de esperar essas bênçãos, e até por falta de Fé, elas podem ser transferida para outros, não deixe isto acontecer.


Uma vez tinha um homem, que era bem de vida, mas era um homem de cara fechado, carrancudo, vivia sempre de mau humor.
Um dia ele estava no caixa de um supermercado, esperando sua vez de passar a sua mercadoria.
Uma senhora já de idade estava com alguns Paes e leite, e pediu permissão ao homem para passar a sua frente, era rapidinho
Disse a senhora: meu filho, deixa eu passar a sua frente, é rapidinho, e o senhor tem muitas mercadorias para passar.
O homem respondeu: em primeiro lugar, eu não sou seu filho, faça como todos esperem a sua vez.
A mulher coitada ficou triste, mas não abriu a sua boca, e ficou na fila aguardando a sua vez. Quando era a sua vez de passar seu pão e leite, tocou a sirene da loja, fogos de artifício foram soltos, confetes, foi àquela festa. O supermercado estava completando o seu milésimo cliente, e como premio a pessoa contemplada poderia gastar de graça três mil reais em mercadoria.
O homem ficou com cara de bobo, se ele tivesse deixado a senhora passar a sua frente, o próximo era ele, o premi0o era para ele, mas por causa da sua ignorância ele perdeu a sua benção.


Passando esse episódio para o mundo espiritual, quantas pessoas perdem sua benção, aquilo que Deus preparou para ele, é transferido para, por causa das suas atitudes e muitas vezes até pecado contra Deus.
UM EXEMPLO BIBLICO:
Texto básico: I Sm 2. Este texto fala que por causa do pecado o sacerdócio de Eli foi transferido a Samuel
No v. 12 diz: – Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não conheciam o Senhor”.
O v. 17 afirma que "era, pois muito grande o pecado desses jovens perante o Senhor, porquanto os homens desprezavam a oferta do Senhor.
O que podemos perceber é que estes jovens estavam entregues a si mesmos, faziam o que era mal aos olhos do Senhor, sendo desobedientes, e desprezavam a oferta do Senhor. Eli que era o sacerdote, e seu pai, não corrigiram seus filhos, então Deus levantou um homem, para dizer ao sacerdote:
Não me manifestei, na verdade, à casa de teu pai... E eu o escolhi dentre todas as tribos de Israel para sacerdote, para oferecer sobre o meu altar, para acender o incenso e para trazer o éfode perante mim; e dei à casa de teu pai todas as ofertas queimadas dos filhos de Israel. Por que dais coices contra o sacrifício e contra a minha oferta de manjares, que ordenei n a minha morada, e honras os teus filhos mais do que a mim, para vos engordades do principal de todas as ofertas do meu povo de Israel? I Samuel 2:28-29
Eu o escolhi – Você foi separado, para que a glória de Deus fosse manifesta dentre todas as tribos. O sacerdote Eli negligenciou ao seu chamado, consentiu que seus filhos pecassem contra Deus. E o mais triste aconteceu, Deus o substitui pelo profeta Samuel.
Deus decidiu, não tenho mais compromisso contigo, (v.35) E eu suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o meu coração e a minha alma, e eu lhe edificarei uma casa firme, e andará sempre diante do meu ungido. Tome muito cuidado a benção que seria para você pode ser transferida para outro. Deus tirou o sacerdócio de Eli e passou para Samuel,


OUTRO EXEMPLO BÍBLICO
No cap. 8 de I Samuel, o povo pede a Deus um rei, e o escolhido foi Saul.
Saul, era moço e o mais belo da sua tribo, Benjamim. Samuel o unge rei, como havia sido designado pelo Senhor. Saul com passar do tempo começa a cometer vários erros em seu reinado.
E um desse erros cruciais foi, desobedecer a Deus. Através de Samuel, o Senhor deixara uma ordem: exterminar os amalequitas! Tudo seria deveria ser destruído, até os animais..
Saul desobedece e faz acordo com o rei Agague, e poupa sua vida e leva consigo os animais do rei. Na sua chegada Saul é repreendido pelo profeta Samuel. I Samuel 15:22 “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.”
E Samuel dá uma sentença a Saul dizendo: PORQUANTO TU REJEITASTES A PALAVRA DO SENHOR, ELE TAMBÉM TE REJEITOU A TI, PARA QUE NÃO SEJAS MAIS REI. I Samuel 15:23
Que tristeza para Saul, ser substituído, ser trocado. E Deus colocou em seu lugar a Davi um homem segundo o coração de Deus. Quando Davi chegou, o Senhor disse a Samuel: "Unge-o! É esse!". Samuel tomou o vaso de óleo e ungiu Davi na presença de seus irmãos. Desde então, repousou sobre Davi o espírito do Senhor.
Conclusão: A benção que Deus tem, é para você, não deixe ser transferida para outro, tome posse daquilo que esta reservada para sua vida.