quinta-feira, 9 de junho de 2011

A distância não separa o orgulho de ser do Pará.


A distância não separa o orgulho de ser do Pará

SAUDADES

Karla Nazareth queria respirar novos ares e conhecer novos mercados profissionais. Cheia de expectativas, em 2008 ela mudou-se para Porto Alegre para trabalhar como designer editorial. Por lá, conheceu um gaúcho com quem trocou alianças em 2010. Da união nasceu Nina, hoje com oito meses.

Até conseguir uma vaga no curso de história na Universidade de Coimbra, Randy Rodrigues ralou um bocado em Portugal. Trabalhou como garçom, auxiliar de armazém e em uma fábrica de queijadas (doce típico da região). Ele mora sozinho e cursa mestrado em Ciências da Arte e do Patrimônio na FBAUL Universidade de Lisboa.

Após receber um convite para trabalhar em Brasília, Aletheia Vieira largou tudo em sua terra natal e foi abraçar a oportunidade. Já trabalhou com política e hoje é assessora de comunicação de um sindicato na capital federal.

Roberta Trindade

Roberta Trindade mora no Canadá há três anos. Ela conheceu o namorado canadense pela internet e foi passar uma temporada no país. O fruto desse relacionamento nasceu dois anos depois e atende pelo nome de Sophie Trindade Dusseault.

Desde o início de maio, o publicitário Victor de Souza Albuquerque, de 29 anos, foi morar em Nova York para trabalhar. Por conta das atividades, o lazer ficou para depois e ele teve que ficar afastado da namorada e dos familiares.

Karla, Randy, Aletheia, Roberta e Victor moram no exterior por motivos diferentes. Mas uma coisa eles têm em comum: todos são paraenses.

Abrir passagem para deixar uma nova cultura entrar, assimilar diferentes hábitos e costumes, ambientar-se em local desconhecido não é tarefa fácil para quem sai de casa. Para matar a saudade do Pará, eles mantêm consigo algo que os liga ou os representa como paraenses fora da sua terra natal.

As relações entre as pessoas e seus objetos, suas práticas, são entendidas pela antropóloga Telma Amaral como um jogo dinâmico feito de recusas e identificações culturais. "Quando estamos no nosso Estado é comum que rejeitemos nossa identidade. Somos conhecidos como cablocos fora do Pará, mas entendemos isso como pejorativo, então chegamos até a recusar essa identidade.”

Porém, quando o paraense sai de casa, a história muda: “Fora do país temos uma necessidade de identificação, de resgate de identidade cultural. É comum, por exemplo, que a gente forme grupos com pessoas da nossa região, do nosso país, buscamos semelhança para nos fortalecer enquanto identidade", comenta a especialista.

E quando o que fala mais alto é a paixão pelo futebol, a busca pelos sabores da terra ou desejo de manter a fé, mesmo à distância?

Fonte: diário on line

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