terça-feira, 19 de julho de 2011

Imagem da Igreja na mídia.


Muticom debate imagem da Igreja na mídia

Diácono Magelo 19 de julho de 2011 03:00

O diretor da Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger, abriu o ciclo de debates do primeiro painel do 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), na manhã de ontem (18/07), no Ginásio da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). O encontro começou na noite de anteontem (17/07) e reúne mais de 800 comunicadores de todo o país.

Erlanger fez uma análise da presença da Igreja na mídia. Ele chamou a atenção para a necessidade da Igreja trabalhar sua imagem na mídia. "Qualquer trabalho de comunicação precisa fazer trabalho de imersão para saber como a gente quer ser visto", disse. "A Igreja tem que ter um centralismo democrático. Como a Igreja quer ser vista? Isso precisa circular em todos os grupos", acrescentou.

Com dados que apontam palavras e sites católicos mais acessados, Erlanger criticou a falta de conexão entre os sites católicos. Ele chamou a atenção também para a necessidade de que sejam corrigidos erros presentes na rede mundial de computadores em relação à Igreja. "Erros factuais precisam ser corrigidos. A situação da Santa Igreja nas redes sociais é preocupante porque seus detratores falam sem qualquer reação da instituição", ressaltou.

Segundo Erlanger, os sites de conteúdo católico são, em primeiro lugar, o catolico.org.br; em segundo, igreja-catolica.com; em terceiro, igrejacatolicacarismatica.org.br. "Não é o da CNBB que aparece em primeiro lugar", criticou.

Erlanger concluiu sua intervenção insistindo que a Igreja precisa trabalhar em rede. "Precisamos aprender a fazer redes. A Igreja Católica era a maior rede do mundo", observou. O Muticom, criado em 1998, é promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e realizado pela Arquidiocese e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Este ano discute o tema "Comunicação e Vida: diversidade e mobilidades".

FONTE
www.cnbb.org.br

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Postado por Diácono Magelo no DIÁCONOS PERMANENTES em 7/19/2011 03:00:00 AM

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Divisão do Pará: Deputado quer cancelar...


O deputado estadual Celso Sabino (PR) ingressou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Câmara Federal, questionando a autorização do Parlamento Federal à realização do plebiscito sobre a divisão do Estado do Pará para criação de dois novos Estados, Carajás (região sul e sudeste) e Tapajós (região oeste). A ação pede uma medida liminar para barrar o processo de elaboração do plebiscito, alegando que o ato da Mesa Diretora, que colocou em votação os projetos de Decreto Legislativo Nº 731/2000 e Nº 2300/2009, que previam a convocação de consulta popular sobre o desmembramento do Pará, pode ter sido aprovado com vícios e ter sido abusiva.

INTERESSE

Também é questionado no mandado de segurança o real interesse dos dois parlamentares que propuseram os projetos para elaboração do plebiscito. O PDC Nº 2300/09 é de autoria do senador Leomar Quintanilha (PMDB/TO) e o PDC Nº 731/00 é de autoria do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB/RR). “Ambos não são parlamentares eleitos no Estado do Pará. Partindo do princípio de que o Senado Federal é composto por representantes dos Estados federados, é de se questionar a legitimidade de parlamentares que não vivem a realidade paraense desejarem a divisão do Estado”, acentua a ação movida por Sabino.


Os dois projetos foram aprovados na quinta-feira, dia 5 deste mês, no final da tarde. O deputado alega que o plenário estava esvaziado e a votação foi apenas simbólica. A ação é assinada pelo advogado Diego Castelo Branco e requer que a votação seja anulada e que uma nova votação seja realizada, mas com várias condições: que seja incluída em pauta apenas após a realização do estudo oficial pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a viabilidade econômico-social dos novos Estados, que seja esclarecida a forma de realização do plebiscito e que a Assembleia Legislativa do Pará seja ouvida após os estudos técnicos.

Sabino considera que a Mesa Diretora da Câmara de Deputados atuou de forma abusiva ao permitir a votação e aprovação dos projetos, através de votação simbólica e sem a ocorrência de estudos técnicos oficiais. Também acredita que é abusivo aprovar um plebiscito sem previsão orçamentária para realização do pleito. “Temos que esclarecer os pontos obscuros do processo”, justifica Sabino.

O deputado afirma que há muitas questões que precisam ser muito bem expostas. Por exemplo, se serão realizados dois plebiscitos - sobre Tapajós e Carajás -, se serão realizados no mesmo dia ou em períodos diferentes e também sobre quem está apto a votar.

“Por si só, já nos leva a questionar a legitimidade desse processo. É preciso respeitar o regimento interno da Câmara Federal, a Lei Complementar que trata da realização de plebiscitos e a Constituição Federal”, ressalta.

Celso Sabino se posiciona contrário à criação de mais dois Estados, alegando que eles não teriam arrecadação suficiente para se manterem, portanto, precisariam de recursos federais para sobreviverem. Segundo Sabino, a economia das duas regiões que pretendem se desmembrar é movida pelo minério e madeira, produtos desonerados para exportação, e a atividade pecuária, que dispõe de diferimento fiscal. (Diário do Pará)

Separação rima com dilapidação e malversação.


Separação rima com dilapidação. Divisão rima com malversação.

Retalhar estados sob a justificativa de que isso é uma saída contra a falta de dinamismo administrativo não passa de conversa fiada de quem está de olho na gastança, que sempre anda junto com a corrupção.

Ao mesmo tempo em que a Assembleia Legislativa do Pará se transforma no palco iluminado de farras com o dinheiro público, a Câmara dos Deputados, em Brasília, resolve aprovar dois projetos de decreto legislativo para a convocação de plebiscito para decidir sobre a criação de novas unidades.

Com a aprovação das matérias, a população do Pará vai decidir se aceita ou não o desmembramento da unidade federativa para a formação de dois novos estados, do Carajás e do Tapajós. A proposta aprovada sobre Carajás será promulgada, enquanto a do Tapajós ainda terá de passar pelo crivo dos senadores.

A aprovação dos dois plebiscitos contou com amplo apoio de parlamentares da base e da oposição, à exceção do PSOL. O líder do partido, deputado Chico Alencar (RJ), foi sintético, objetivo e direto. Ao lembrar que atualmente tramitam no Congresso pelo menos 12 projetos que tratam da criação de novos estados, o parlamentar sentenciou: “É uma falácia achar que a criação de novos estados e municípios fortalece a Federação”.

O parlamentar está certo. Isso é um balela. E os que insistem em propagar essa balela correm do debate quando se lhes contrapõem número e fatos que mostram o despropósito da tentativa de retalhar territórios.

Os adeptos do separatismo preferem fincar os pés naquele surrado argumento de que é preciso conferir às populações o direito constitucional de se manifestarem sobre se querem ou não criar novos estados.

Esquecem os separatistas de buscar elementos consistentes para rebater fatos indicando que a criação de novos estados só interessa a políticos interessados em fortalecer seus currais eleitorais e vitaminar esquemas de poder que mantêm segmentos sociais na mesma exclusão de antes, quando ainda eram governados pelos estados que deram origem aos novos.

Esquemas de poder que vicejam em novos estados são muito parecidos com os que foram postos em prática na Assembleia Legislativa do Pará, nos últimos anos.

Em estados que são criados, a farra com o dinheiro público começa justamente pelo empreguismo desenfreado. Em novos estados, a farra com o dinheiro público embriaga caciques que se regalam com desperdícios que negam, em tudo e por tudo, a alegação repetida intensamente de que o fortalecimento da Federação é facilitada com a criação de novas unidades. Quando novos estados são criados, os caciques políticos tendem a mirar primeiro em seus próprios quintais, em seus próprios currais, de olho nas próximas eleições.

A população paraense precisa, desde logo, ficar de olho nesses aventureiros que estão desbravando caminhos e removendo obstáculos para retalhar o Estado do Pará. Os paraenses precisam, desde logo, ficar atentos para que não se criem condições ideais, adequadas e propícias para ampliar a farra com o dinheiro público, como a que esteve em curso nos últimos anos, na Assembleia Legislativa do Estado. É preciso que os paraenses, mesmo antes desses plebiscitos, se convençam de que, como dito, divisão rima com malversação. (Editorial O Liberal)

Políticos que querem dividir o Pará são alvos de açãos.


Partidários da criação de Carajás e Tapajós, Lira Maia e Asdrúbal Bentes são alvos de ações

Lideranças envolvidas diretamente nas articulações para a criação de dois novos Estados dentro do atual território do Pará têm pendências com a Justiça. A realização de um plebiscito para a criação de Carajás e Tapajós foi aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados e pode permitir que estes políticos tentem candidaturas para cargos de ainda maior expressão, como governadores e senadores.

Um dos principais negociadores na Câmara da aprovação da proposta de plebiscito para a criação de Tapajós, o deputado federal Lira Maia (DEM) é um dos campeões em números de processos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ex-prefeito de Santarém, possível futura capital do novo Estado, ele é investigado ou réu em inquéritos e processos que apuram crimes de responsabilidade, desvio de verbas e irregularidades em licitações.

Em 2009, o plenário do STF aceitou duas denúncias contra o parlamentar. Na primeira delas, ele foi acusado de envolvimento em irregularidades em 24 processos licitatórios para compra de merenda escolar da rede pública de Santarém. Na época dos fatos ele era prefeito do município. De acordo com informações divulgadas na ocasião pelo STF, o suposto superfaturamento teria sido de quase R$ 2 milhões.

No outro inquérito, o deputado foi denunciado por formação de quadrilha e desvio de verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). As supostas irregularidades teriam ocorrido também na época em que ele foi prefeito de Santarém.

Lira Maia diz haver motivações políticas nos processos judiciais contra ele. "Todos os processos foram abertos com motivação política, como forma de tentar me descredenciar perante os eleitores numa tentativa de arregimentar algum proveito político em minha região."

No caso da compra de merenda pública, ele afirma que suas contas foram aprovadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Em relação ao outro processo, diz que o caso está sendo analisado pelo Tribunal de Contas.

Reduto eleitoral. Outro defensor da criação do Estado do Carajás, Asdrúbal Bentes (PMDB) também tem pendências na Justiça. Ele foi acusado pelo Ministério Público de oferecer laqueadura de trompas em troca de votos na eleição municipal de 2004. Bentes fez o parecer pela aprovação da proposta na Comissão da Amazônia e foi o deputado mais votado na região do possível Estado nas últimas eleições.

Em 2007, o STF aceitou uma denúncia e determinou a abertura de ação penal. Atualmente, ele é secretário da Aquicultura e Pesca do Pará. A assessoria da secretaria informou que ele estava em viagem e não tinha como localizá-lo para comentar o tema.

A realização dos plebiscitos foi aprovada em uma sessão esvaziada na última quinta-feira após intensa movimentação nos bastidores. Um dos poucos a questionar a forma como a proposta foi aprovada, o líder do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ), destaca os interesses de políticos na criação dos Estados e, consequentemente, nos cargos que poderão ocupar. "Esses Estados nascem de uma mistura explosiva entre a necessidade real da população e os interesses subterrâneos de coronéis da região", criticou o deputado. (Eduardo Bresciani e Mariângela Galucci / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo)

Números de um Pará que não para de crescer.


O Pará foi o 6° Estado que mais cresceu e o 9° mais populoso do Brasil, segundo o Censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A população do Pará cresceu 1,4 milhão em dez anos. Hoje existem 7.581.051 habitantes no Estado.

Na Região Metropolitana de Belém, quando somadas as populações da capital e de Ananindeua, concentram-se 1.865.379 pessoas. Belém passou de 1.280.614 em 2000 para 1.393.399 em 2010, e é hoje a 11ª maior cidade do país.

Já Ananindeua teve um crescimento de 393.569 para 471.980, quase 100 mil pessoas a mais em 10 anos. Ananindeua é o município que tem também a maior densidade populacional por quilômetro quadrado: 2.477,56 habitantes.

Em Belém, a densidade demográfica é de 1315,27 habitantes por quilômetro quadrado. O município de Altamira tem uma das menores densidades demográficas do país: 0,62 habitante por quilômetro quadrado.

Destaques

Outros sete municípios paraenses aparecem entre os 19 municípios de todo o Brasil que, em 10 anos, dobraram a sua população. São eles: São Felix do Xingu (163,69%), Canaã dos Carajás (144,71%), Ulianópolis (125,12%), Anapú (117,85%), Parauapebas (115,10%), Tailândia (106,32%), Ipixuna do Pará (104,40%).

A população paraense também está mais urbanizada: na década anterior, 66,55% viviam na zona urbana, agora a estimativa é de 68,49%.

Homem X Mulher

A região Norte é a única que apresenta o número de homens superior ao de mulheres (relação de 101,8 para cada 100), sendo que todos os seus estados apresentam também razão de sexo superior a 100%. Nas demais regiões, as razões de sexos são as seguintes: Centro-Oeste, 98,6 homens para cada 100 mulheres; Sul, 96,3 homens para cada 100 mulheres; Nordeste, 95,3 homens para cada 100 mulheres respectivamente; e Sudeste, 94,6 homens para cada 100 mulheres.

Envelhecimento

Diferentemente do restante do Brasil, a população do Pará é bastante jovem, devido aos altos níveis de natalidade no passado. Na faixa etária entre 10 a 14 anos, estão concentrados 836.168 habitantes, sendo 425.547 homens (6%) contra 410.621 mulheres (5,4%). Outro dado interessante é que existem 899 pessoas com mais de 100 anos residindo no Estado, sendo 625 mulheres contra 274 homens.

Pará, uma senhora mãezona!


Muito se tem falado da divisão territorial do Pará. Nas suas manifestações, os grupos a favor e contra, no qual me incluo, têm abordado os aspectos econômicos, políticos, cultural e social, tentando com isso conquistar simpatizantes para a causa. Mas, não vi ainda falar do aspecto comportamental, que é o que caracteriza e diferencia o povo paraense dos demais brasileiros.

O povo paraense, e aqui me refiro não só aos que nasceram neste Estado, está pagando um preço muito alto por ser simpático, receptivo e acolhedor. Não há literatura que registre povo semelhante. Todos que aqui aportam, a maioria sofrida e desesperançada, são recebidos com carinho e a eles é oferecido o que é de melhor da hospitalidade paraoara.

Noutro dia fiquei boquiaberto ao ver até onde vai essa hospitalidade. Ao abrir o jornal Diário do Pará, deparei com uma foto do jogador Tiago Potiguar vestindo uma camisa do Pará. Nada contra o jogador. Lembrei que nos GPs Internacionais de Atletismo realizados em Belém, já se tornou tradição os atletas vencedores carregarem a bandeira do Pará, fato não repetido em outro Estado. Ai pense: Meu Deus! O paraense é capaz de entregar sua bandeira e vestir alguém com seu maior símbolo como demonstração do seu afeto.

É muito fácil conquistar a simpatia desse povo. Nas ruas, ao ser abordado para uma informação, o paraense para e com a maior atenção atende a quem lhe indaga, e às vezes chega a levá-lo até ao local procurado. Na esteira dessa simpatia, elegem-se vereadores e deputados, outros tornam-se empresários e fazendeiros muito poderosos.

O deputado "separatista" Giovanni Queiroz têm afirmado, frequentemente, que com o desmembramento territorial, "O Pará, como Estado-Mãe, não terá sua arrecadação atingida". Realmente o deputado tem razão.

Somente uma mãe, em sua infinita bondade, é capaz de renunciar o que tem em favor dos seus filhos, sejam legítimos ou adotados, gratos ou ingratos. A afirmaçãoé verdadeira, o Pará é uma grande mãezona!

Por fim, antes que perguntem a minha origem, digo que sou um paraense que nasceu em Rondônia.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Diácono assume paróquia em Manaus.


Notícias do diaconado permanente
9/7/2011 - 00:10:07
DIÁCONO VICE-PRESIDENTE DA CND ASSUME PARÓQUIA EM MANAUS

Com grande participação popular, assumiu no último domingo (03), a Paróquia de
Nossa Senhora do Carmo, no bairro da Raiz, o diácono Francisco Salvador Pontes
Filho (Chiquinho), Vice-Presidente da CND.
Dom Luiz Soares Vieira, Arcebispo de Manaus, presidiu a solenidade de posse, que
foi acompanhada por vários diáconos e esposas, candidatos e esposas e muitos
amigo de outras comunidades que prestigiaram o evento.
Em sua fala o novo admnistrador paroquial conclamou o povo para um trabalho
conjunto, onde a participaçào de todos será de grande importância para o bom
andamento dos trabalhos a serem executados nos próximos anos.

Fonte: CND

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Casamento gay no Brasil está se tornando realidade.


Decisões isoladas da justiça garantem esse direito



Primeiro São Paulo. Agora Brasília. Decisões de juízes estão convertendo a união estável em casamento civil no Brasil em atos inéditos no país.

Em Jacareí, interior de São Paulo, o juíz Fernando Henrique Pinto, da 2a Vara da Família, beneficiou o casal formado pelo cabeleireiro Sérgio Kauffman Sousa e o comerciante Luiz André Moresi.

Em Brasília, a juíza Junia de Souza Antunes, da 4a Vara da Família reconheceu a união estável entre o casal Silvia Gomide e Cláudia Gurgel e converteu em casamento. Há onze anos, as duas vivem juntas.

Com essas decisões, esses casais têm todos os direitos dos casais héteros como herança, pensão, direito ao sobrenome do companheiro, entre outros.

Em ambos os casos, o Ministério Público deu parecer favorável à união e não vai recorrer da decisão. Tomando por base o reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo pelo Supremo Tribunal Federal a juíza concluiu que "o reconhecimento (da união do casal) deve ser feito segundo as mesmas regras e as mesmas consequências da união estável heteroafetiva".

Fonte:terra

RESPEITEM O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DA IGREJA


Respeitem o Espírito Santo na vida da Igreja

Maureen A. Tilley , professora de Teologia da Fordham University, nos EUA, abriu o 66º Encontro Anual da Sociedade Teológica Católica dos Estados Unidos – CTSA nesta sexta-feira, em San Jose, Califórnia, fazendo diretamente uma pergunta: “O que significa ser Santo?”

A reportagem é de Thomas C. Fox, publicada no sítio National Catholic Reporter, 10-06-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto e revisada pela IHU On-Line.

Sua conferência desdobrou-se por meio da história patrística, dos modelos de reação da Igreja ao pecado e à desunião, examinando o recente tratamento dado pelo Vaticano aos irmãos “desobedientes”, e terminou com um apelo a implorar coletivamente a inspiração e a direção do Espírito Santo.

O tema do encontro deste ano da CTSA aborda a santidade. Oficialmente, o tema da conferência é “Católico inteiramente uno: Santos e santidade na Igreja pós-apostólica”, que parece deixar muito espaço para a discussão teológica.

Seu discurso ao público foi seguido de um caloroso discurso de boas-vindas do bispo de San Jose, Dom Patrick Joseph McGrath (foto).

“O uso predominante do termo ‘santo’ se refere ao Espírito Santo, ativo na comunidade cristã unida”, disse Tilley, referindo-se às comunidades da Igreja primitiva. “O Espírito é a fonte da unidade. Por isso, a santidade não é um projeto individual, mas sim comunitário. É a Igreja – e não os indivíduos – que é chamada de santa no Novo Testamento”.

Esse modelo funcionou no início, mas acabou tendo problemas com o crescimento da Igreja. Tornou-se cada vez mais difícil, disse Tilley – recentemente nomeada professora titular na Fordham –, particularmente quando se tratou de lidar com membros da Igreja que agiam contra a unidade, incluindo os pecadores dentro da Igreja.

Ela, então, esboçou várias respostas da Igreja primitiva ao dilema de acomodar a pecaminosidade em uma Igreja pura, cheia do Espírito Santo. De alguma forma, devia haver um lugar para a fragilidade humana.

Ao longo do tempo, disse ela, a Igreja testemunhou “uma conexão que ia finalmente diminuindo entre a Igreja, o Espírito Santo e a santidade, ou a falta dela”.

Um bispo ou um padre pecador pode transmitir a graça de Deus nos sacramentos? Os batismos que eles ministram são válidos e repletos da graça?

“Gradualmente”, continuou Tilley, “os pecados individuais dos membros da Igreja deixaram de ter importância para a questão da unidade ou da santidade. O ensinamento sobre a possessão e a ação do Espírito Santo era o que os mantinha unidos, e isso também foi muito reduzido”, disse ela.

“Assim, podemos ver, na evolução do pensamento patrístico ocidental, um movimento de uma Igreja estritamente delimitada, sem nenhum lugar para o mal, a uma Igreja em que o mal deve ser tolerado até certo ponto, até o fim dos tempos, para o bem daqueles que Deus sabe que vão se arrepender antes da Colheita no fim do mundo”.

Então, voltando-se à história da Igreja do século XX, Tilley disse ter visto líderes da Igreja apelando a diversos “modelos” de Igreja, enquanto eram forçados a acomodar ou a confrontar os irmãos desobedientes.

Ela comparou o modo como o Vaticano, de um lado, lidou com a Fraternidade Sacerdotal São Pio X e a Associação Patriótica Católica Chinesa; e, de outro lado, com os bispos e teólogos.

“O desejo de unidade para os dois primeiros casos – a Fraternidade Sacerdotal São Pio X e a Associação Patriótica Católica Chinesa – revela um modelo de Igreja que acha que pode cuidar de si mesma e se foca na preocupação com o bem-estar das almas”.

As disputas do Vaticano com os bispos e teólogos partiram de um modelo diferente, disse ela.

Repetidamente, João Paulo II e Bento XVI, afirmou, estenderam a mão à Fraternidade São Pio X e à Associação Patriótica Católica Chinesa. Esse não foi o caso, porém, da forma como trataram os membros do seu rebanho.

“Para as pessoas que não estão do lado de fora ou mesmo às margens, para os católicos ativos, a resposta vaticana é diferente”. Aqui, disse ela, a unidade exigiu “santificação pessoal, que, por sua vez, é reconhecida não na partilha do Espírito como já se fez, mas na adesão à ortopraxia, elevada ao status de ortodoxia”.

Tilley usou como exemplos do tratamento do Vaticano:

O arcebispo Raymond Hunthausen, de Seattle, para quem foi nomeado um coadjutor que lhe removeu da liderança diocesana.
O bispo Jacques Gaillot que foi retirado como bispo de Évreux, na França, para bispo titular de Partênia, um lugar sem nenhum cristão na Argélia.
Inúmeros bispos depostos de suas sedes nos últimos anos na África subsaariana.
E o bispo William Morris, de Toowoomba, na Austrália, que foi forçado a renunciar no mês passado.
Enquanto isso, vários teólogos, disse ela, tiveram seu trabalho considerado como inaceitável para a Congregação para a Doutrina da Fé. “A resposta a esses homens e mulheres foi diferente. Bispos errantes, agora, encontram-se fora dos círculos do poder, ou fora do seu ofício, e teólogos veem suas obras serem condenadas sem serem ouvidos”.

Tilley perguntou: “A Igreja é menos capaz de lidar com bispos e teólogos do que com cismáticos? Os atos de bispos e teólogos representam uma ameaça para a unidade, a santidade e a catolicidade da Igreja mais do que a Fraternidade Sacerdotal S. Pio X ou a Associação Patriótica Católica Chinesa?

Citando Bento XVI, a resposta é “sim”, disse Tilley. Ele diz que “hoje vemos isso de um modo realmente terrificante: que a maior perseguição da Igreja não vem de inimigos externos, mas nasce do pecado na Igreja”.

Ela concluiu afirmando que esse fenômeno revela duas ideias diferentes da Igreja como una, santa e católica. “Uma parece estar confiante de que a Igreja tem o que é preciso para cuidar dos pecadores errantes e trazê-los de volta ao rebanho. A outra é o medo de que o mundo mau, fora da Igreja e especialmente dentro dela, é capaz de seduzir e desviar as ovelhas”.

“Pode-se dizer: ‘Bem, problemas diferentes exigem soluções diferentes’. Isso também pode ser verdade. Mas as soluções diferentes tendem a refletir as concepções de Igreja e a engendrar, formar e reforçar diferentes conceitos e tipos de Igrejas, uma confiante, e outra temerosa”.

“Quem deve escolher? Os próprios santos. Eles já estão escolhendo quando admitem à comunhão os católicos divorciados e de segunda união. Eles já estão escolhendo naquilo que compram e leem. Estão fazendo boas escolhas? São direcionados pelo Espírito Santo? Como eles – vocês – estão preparados para fazer boas escolhas?”.

Tilley terminou dizendo que é preciso haver uma recuperação do respeito, não apenas da boca para fora, ao papel do Espírito Santo de engendrar a unidade e a santidade na Igreja.
28 de junho de 2011 | Categoria: Artigos

Sexo e o vaticano


Sexo e o Vaticano

Uma viagem secreta no reino dos castos.

Carmelo Abbate. Em em novo livro, o jornalista revela a existência de milhares de padres hétero e homossexuais em plena atividade

A Paolo Manzo

“O Sexo e o Vaticano”, o ensaio publicano no fim do mês de abril na Itália e na França pelo jornalista Carmelo Abbate, tem seu iní­cio no relato de uma festa muito especial e de uma investigação que teve a duração de mais de um ano. O livro, uma viagem secreta no “reino dos castos”, realizada por um undercover repórter, ele mesmo, Abbate, provocou a pronta reação do Vaticano. Uma nota oficial do Vicariato de Roma convidou os padres envolvidos a “sair ao descoberto”. Além da vergonha da pedofilia, a Igreja de Roma padece de um enorme problema
quanto a todos os temas relacionados com a sexualidade, a começar pelo celibato de padres e freiras. O livro revela a existência de sacerdotes
de todas as nacionalidades que se dividem entre cerimônias religiosas e as atrações da noite romana. Padres com vida dupla.

Experiências de escort e chat. Seminaristas e freiras que vivem escondendo a própria sexualidade, seja ela hétero ou homossexual. O problema dos filhos do sacerdotes e de suas mães que enviaram ao Papa Bento XVI um documento secreto para relatar a sua difí­cil situação. Prelados envolvidos nas batidas de polí­cia contra a prostituição.

Relatos de abortos clandestinos, estes em grande número, e pedidos de adoções para libertar-se dos “frutos do pecado”. Sem contar um rio de dinheiro para comprar o silêncio dos amantes ou para acompanhar o crescimento dos meninos.
Sex and the Vatican está para ser editado nos EUA e, ao que tudo indica, no Brasil.

ENTREVISTA:

CartaCapital: Como nasceu a idéia de escrever este livro?

Carmelo Abbate: Tudo nasceu por um acaso. Um amigo homossexual me chamou, isso em junho de 2010, e falando disso e daquilo diz de improviso: “Você nem imagina o que me aconteceu ontem”. Ele estava em uma sauna gay em Roma, e lá teve uma relação sexual com outro frequentador, e até aqui nada de extraordinário. O outro oferece uma carona no seu carro, ele aceita e ali descobre um colarinho e outros objetos clericais.

Encara o companheiro e este admite: “Sim, sou padre”. Conta então que isso é uma coisa normal, que é francês e que muitos padres vivem tranquilamente a própria sexualidade. Em seguida fala de “certa festa” que aconteceria na semana seguinte em Roma, com a preseça de outros padres e também escorts masculinos. O padre gay não me surpreendeu, mas queria verificar a história, também porque aquele sacerdote não era um padre qualquer; ele celebrava a missa todas as manhãs, às 7 horas na Basí­lica de São Pedro.

CC: Por isso decidiu infiltrar-se na tal festa?

CA: Sinceramente, tinha mais de uma dúvida e queria verificar. Mas era tudo verdade. Consegui entrar na festa me apresentando como namorado de meu amigo. Estavam presentes muito prelados.

CC: Medo?

CA: Houve um momento em que pensei que minha situação era insegura quando ouvi um imigrante clandestino, no Sul da Itália, relatando fatos relacionados com os “gatos”, que recolhiam tomates no meio das serras.

CC: Nunca pensou em desistir?

CA: Não, porque entra em ação a adrenalina e, como consequência, você quer levar a termo a sua investigação, quer verificar o que realmente acontece, somente por isso resisti.

CC: Que fim levou o padre francês?

CA: Procurei diretamente a Santa Sé, que não respondeu. Quem foi às missas das 7 em São Pedro, depois da publicação do livro, não o viu mais. Algumas semanas atrás, o jornal La Repubblica verificou que os padres citados em minha investigação inicial, cujos resultados foram divulgados pela revista Panorama, acabaram em algum lugar secreto, para refletir e decidir se pretendem abandonar os votos. Espero que não sejam eles a pagar por todos, porque a reação oficial do Vaticano fala de “casos isolados”. A minha motivação ao escrever o livro foi descobrir que não se trata de três, quatro, cinco frutos podres. Estamos diante de um fenômeno amplo, do qual não conhecemos a exata entidade.

CC: Qual é a conclusão?

CA: Descobri que a Igreja é um gigantesco fruto podre, e que, então, não se pode enfrentar o problema da sexualidade explorando a situação de um punhado de sacerdotes que erram. O fenômeno é extenso e importante. Além das orgias homossexuais, penso em tantos casos que me permitem descrever em detalhes as peripécias dos inúmeros padres envolvidos com mulheres. Quando estas engravidam, são aconselhadas ao aborto pelos colegas de quem as engravidou, às vezes pelo bispo da diocese. Penso na alternativa, ou seja, no número das mulheres dos padres que dão luz às escondidas e, em troca, recebem um salário mensal de, aproximadamente, 1,5 mil euros até quando os “filhos do pecado” alcancem a maioridade.

Dinheiro da Igreja pago em troca do silêncio. É terrí­vel, principalmente por causa dessa duplicidade moral, que representa o sentido real do meu livro. De um lado, quem está no interior da instituiçao tudo pode, desde que possa salvaguardar o bem maior, ou seja, as aparências. Entre o pecado e o escândalo a Igreja escolhe o pecado escondido e a mensagem: “você, padre ou freira, pode continuar a pecar, contanto que não crie caso.” Do outro lado fica a Igreja, que não somente condena o aborto, mas também a contracepção, e condena separados e divorciados. Alguns dias atrás, em Treviso, uma mulher disse ao confessor que iria casar com um homem separado e o padre a expulsou do confessionário, recusando absolvê-la por um pecado ainda não cometido.

Uma tragédia para uma fiel convicta, que escreveu aos jornais denunciando o acontecido. E nem falemos da menina brasileira de 9 anos que, estuprada pelo padrasto, sofreu o aborto dois anos atrás, porque, além da pouca idade, era desnutrida e teria morrido em caso de parto. Os médicos responsáveis e a mãe da pequena foram excomungados pelo arcebispo de Olinda e Recife. Quando o pai natural é um padre que se relacionou sexualmente com mulheres de idade, conscientes, e na maioria das vezes, apaixonadas, os bispos aconselham o aborto. Esta é a dupla moral inaceitável.

CC: Quais foram as repercussões do livro?

CA: Por minha sorte saiu contemporaneamente também na França e, considerando que somente os Alpes nos separam, em Paris sinto-me como em casa, graças à imprensa e às televisões. O que me impressionou foi que no exterior falou-se abertamente dos assuntos levantados no livro, como é normal, considerando a gravidade dos fatos apresentados. Ao contrário, na Itália, nada. A tal ponto que a respeito dessa “lei do silêncio”, escreveu uma longa reportagem o diário britânico The Guardian, chamando a Itália de “Vaticália”. Bem além dos meus merecimentos ou deméritos, quando, em 21 de abril o livro saiu, a France Press tentou recolher também a opinião da Santa Sé e da Conferência Italiana dos Bispos. Responderam: “Não temos nada a dizer. Não façam publicidade desse livro.” Certo é que, na Itália, o livro não foi resenhado.

CC: Conforme sua apuração, quantos padres no mundo não respeitariam o celibato?

CA: Segundo a minha fonte nos EUA, Richard Sipe, com 11 livros sobre o assunto, universalmente reconhecido como o maior expert em sexualidade na Igreja Católica, 25% dos padres dos EUA tiveram relações com mulheres depois da ordenação, enquanto outros 25% estão envolvidos em relações homossexuais. Estamos, pois, falando da metade dos sacerdotes norte-americanos que não respeitam as normas da castidade. Para Dom Franco Barbero, padre italiano excomungado que se ocupa desse tema, na Alemanha, de 18 mil sacerdotes católicos, pelo menos 6 mil vivem com uma mulher, mesmo de forma escondida. Na Itália, não existe nenhuma tentativa de pesquisa, nada de nada, o único dado chega novamente de Barbero que, depois de ter sido excomungado, foi procurado por mais de 3 mil sacerdotes homossexuais que manifestaram o próprio sofrimento. No Brasil, enfim, o Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris) realizou uma pesquisa anônima com 758 padres brasileiros: 41% admitiram ter tido relações sexuais e a metade deles se pronunciou contra o celibato. Com toda certeza, esses dados nos dizem que nos encontramos diante de um monumental problema para a Igreja Católica, ou seja, a dupla vida de boa parte do clero.

CC: E qual seria a causa?

CA: O vínculo do celibato não funciona. É um dado de fato. Falamos disso ou queremos fingir que o fenômeno não existe? Ou melhor, quem é realmente o verdadeiro católico, aquele que se preocupa com a sorte da Igreja, aquele que enfrenta o problema ou aquele que finge não ver? Eu,
que sou católico, casado na Igreja e com dois filhos, escrevi sobre isso. Pena que o Vaticano hoje me encare como um anticristo.

Fonte: http://blogln.ning.com/
20 de junho de 2011 | Categoria: Artigos

E A IGREJA SE FEZ SHOW


E a Igreja se fez show

Fonte: http://lucimarbueno.blogspot.com/

Cesar Kuzma *

Neste último domingo, dia 19 de junho, assisti a apresentação do Pe. Reginaldo Manzotti no “Domingão do Faustão”. Com certeza, o Pe. Manzotti alcançou a fama que procurava há muito tempo e hoje se tornou tão conhecido como o Marcelo Rossi (a quem imitou e seguiu) e outros “midiáticos” da Igreja Católica no Brasil e, também, do mundo da música e do entretenimento. No entanto, tal apresentação me faz parar e refletir alguns pontos:

1) O que representa para a Igreja Católica atual uma personalidade assim?

2) O que ele traz de novo, ou se realmente ele traz algo novo?

3) Que imagem de Igreja estamos passando para a sociedade com uma pessoa assim e, obviamente, para a própria Igreja, hoje tão carente de formação?

Cada um destes pontos merece uma análise profunda, que não faremos, a ideia é apenas uma breve reflexão sobre o assunto, crítica, mas respeitosa.

O Documento Lumen gentium do Concílio Vaticano II (1962-1965), que apresenta uma reflexão dogmática sobre a Igreja, destacando sua natureza e missão, começa assim: “Lumen gentium cum sit Christus”, ou seja, Igreja é luz para os povos assim como Cristo ** .

Ser luz, no entanto, é transmitir a mensagem do Evangelho, na qual Cristo é a luz. A Igreja, que somos nós, não tem uma luz própria e não prega a si mesma e, consequentemente, não conduz as pessoas a si, pois ela não é o fim, o destino de todos.

A Igreja é iluminada pela luz de Cristo, cujo Espírito a conduz. A Igreja, como “luz do mundo” anuncia Cristo e o seu Reino e conduz as pessoas a este fim, a este éschaton (destino último); assim ela é sinal e sacramento. Este mesmo documento apresenta-nos o papel dos batizados, que compõem a Igreja de Cristo, discernindo a sua vocação e missão. Isso fica claro quando ela nos remete à questão do serviço, um serviço ao Reino, a exemplo de Jesus, que na sua humildade e pequenez conduziu as pessoas à esperança num reino de amor, justiça e paz; um Jesus que declarou bem-aventurados os pobres e, a partir deles, iniciou o seu testemunho, fazendo-se pobre para de tudo nos libertar, sendo ponto de justiça, caminho e verdade.

Preocupa-me saber o que representa o Pe. Manzotti para a Igreja e para a sociedade brasileira atual. Será que ele representa o seguimento de um Jesus pobre da Galiléia, tão profundamente descrito nos Evangelhos, ou será que ele representa a si mesmo, diante do orgulho e da vaidade, pecado tão sutil aos membros da mídia, ou daqueles que são feitos ou produzidos por ela?

Quem fez o Pe. Manzotti e a sua fama e o que ele representa? Será que ele representa a Igreja Católica ou representa as gravadoras e emissoras de rádio e TV em que atua?

O Pe. Manzotti anuncia a ” boa nova” do Evangelho ou anuncia a “sua boa nova”, tão frágil e carente de conteúdo. Com certeza, o Pe. Manzotti não representa a Igreja que eu sigo e acredito, pois sua pregação, atuação e postura estão muito longe (mas longe mesmo!) do que entendo como proposta de seguimento, discipulado e missionariedade. Não falo apenas das letras de suas músicas (muitas delas, por sinal, com graves erros teológicos que educam o povo erroneamente); não falo das suas fotos sensuais nos álbuns dos CDs; não falo dessas situações, pois é pequeno demais e nem vale a pena; mas falo da postura, atuação e pregação que deve ter um cristão, quer ele seja um leigo, um religioso ou um padre, mas uma atuação de seguimento e de exemplo… Lumen gentium!

É uma pena, pois um projeto de inculturação da fé deveria ser um serviço de integração com a sociedade e não uma maneira de ser refém desta, juntando seu capital, glamour e aparência. Uma Igreja que propõe discipulado e missionariedade com o Documento de Aparecida (2007) fica à mercê diante desta forma de “evangelizar”. O que representa o Pe. Manzotti? Bem, certamente, representa a si mesmo e a sua imagem…

É evidente que sua pregação não traz nada de novo, pois dentro de músicas modernas se esconde uma postura de Igreja fechada e clerical, que coloca o padre (o sacerdote, maneira como ele sempre se apresenta) em destaque diante dos fiéis.

Antes tínhamos o padre que apenas rezava a sua missa, deixando o povo na expectativa, como alguém que sempre recebe. Agora temos o mesmo padre com suas vestes carregadas e pomposas (como de antigamente) tornando-se um cantor e animador de auditório em programas de televisão e em praças públicas pelo Brasil.

Não negamos que a Igreja deva adotar uma nova postura diante da sociedade moderna e pós-moderna, de maneira a integrar mais as pessoas e seus novos problemas e questionamentos, acontece que posturas assim envolvem o povo em luzes e sons, transformando o altar num palco e a Eucaristia num show, totalmente oposto aos ensinamentos da Igreja e totalmente contraditório com a proposta de Jesus, que se tornou igual e semelhante ao seu povo e só assim pôde conduzi-los no caminho do Reino (Fl 2,6-9).

O Pe. diz que não faz show, fico em dúvida, então, para saber o que ele faz… Um dos seus programas de televisão chama-se “evangeliza show”, algo próximo ao “show da fé” de R. R. Soares. Há que se entender que Igreja não é show business.

Quando a Igreja passa a ser show ela deixa de ser comunidade, ela deixa de ser o local onde as pessoas se reúnem para partilhar do mesmo pão, ao redor de uma mesma mesa, tornando-se um só, em Cristo.

Quando a Igreja se torna show ela deixa de ter eclesialidade, pois tira dos seus membros a participação ativa diante de sua missão, pois ninguém se conhece, todos são “turistas religiosos” atrás de um cantor, que neste caso, também é padre.

Quando a Igreja se torna show ela se distancia drasticamente da proposta do Evangelho de Jesus, que nasceu pobre numa estrebaria, que viveu pobre na Galiléia e que morreu pobre e sozinho numa cruz em Jerusalém.

Mas alguém poderá dizer: mas ela fala tão bem, ele atrai tanta gente… Não nego que tenha méritos, e deve haver, mas questiono a forma e o modelo com que faz tais coisas.

Até que ponto as pessoas seguem a Cristo e não o Padre?

Até que ponto as pessoas vão à missa pelo Padre e não pela comunidade?

Até que ponto as pessoas estão usando isso para um alimento pastoral e engajamento, e sim, para um aumento do individualismo e do culto ao “Eu-com-Deus”, distanciando-se de uma proposta de Igreja de comunhão?

Até que ponto a mensagem do Evangelho é atrair mais pessoas para a Igreja Católica (ou para outra Igreja)? Esta nunca foi a proposta de Jesus Cristo.

Quando questionado pelo rico faturamento que seu projeto traz, ele rapidamente diz que o dinheiro é para o projeto “Evangelizar é preciso” e não para ele.

Mas o que é este projeto, que não fazer a divulgação dos trabalhos, CDs, livros, shows e produtos do padre?

Evangelizar é preciso, é claro, mas o que é mesmo evangelizar? Se evangelizar for montar um projeto milionário, se for ser amigo do governador do Estado, aliado de pessoas da elite social e fazer shows, gravar CDs e ter programas de televisão e rádio, acho que não sei mesmo o que é evangelizar.

Se fosse assim, Jesus deveria ter começado a sua missão no palácio de Herodes, na casa de Caifás e Anás e ter um grande acordo com Pôncio Pilatos, ao invés de começar em uma aldeia de pescadores da Galiléia.

Acho que tudo isso é importante e deve e pode ser feito, desde que o horizonte último seja Cristo e o seu Reino, desde que isso possa ser multiplicado nas pequenas coisas e exemplos do cotidiano.

Num momento em que Igreja reflete a sua eclesiologia (sobre a Igreja) em tentativa de resgate a pequenas comunidades, menores e mais concentradas, mas com mais vigor e postura evangélica, tal postura do Pe. Manzotti vai contra este pleito.

Preocupa-me saber que imagem nós estamos passando de Igreja, preocupa-me saber que Igreja nós estamos formando para nossos filhos e membros e que mensagem de Reino nós estamos passando à sociedade.

Foi-se o tempo em que cantávamos na missa ou nos grupos sem nos preocupar de quem era a música ou o CD (disco ou cassete na época), foi-se o tempo de que as músicas religiosas tinham mais teor evangélico e mais coerências sociais (ainda encontramos isso no Pe. Zezinho e Zé Vicente e em alguns outros), foi-se o tempo em que pertencer a determinada comunidade trouxesse ao cristão uma identidade viva e coerente, capaz de ligar à comunidade a sua vida, e assim por diante.

Há um crescimento do turismo religioso motivado por fenômenos como o Manzotti, mas um declínio de conteúdo e discernimento da fé. Parece que damos razão a nossos interlocutores críticos da religião como Marx que disse: “A religião é o ópio do povo”.

Quando a Igreja se faz show, vemos que Marx tinha razão, pois ao invés de libertar ela aliena, pois o aprisionamento religioso faz parte de sua postura ideológica. Lamentável!

É lamentável entender que a Igreja Católica no Brasil hoje passa a ser representada por padres midiáticos como este, onde sua proposta de missão obedece mais aos interesses das gravadoras como “Som Livre” e outras do que a proposta do Evangelho.

Esta representação deixa um Jesus de Nazaré pequeno, quase esquecido, diante das luzes que compõem o grande espetáculo. É triste entender e lembrar que no passado estávamos representados (e muito bem!) por pessoas como Dom Helder Câmara, Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Ivo e Aluisio Lorscheider, Dom Pedro Casaldáliga e tantos outros que deram a sua vida de fé em favor da paz, do amor e da justiça, testemunhas autênticas do Evangelho, e hoje, quem diria, somos representados por pessoas assim…

É uma pena que pessoas tão importantes e atuantes pelas causas da Igreja só sejam reconhecidas depois de mortas em martírio, como Irmã Doroty e tantos outros, esquecidos por nós (Igreja) e pela sociedade.

É uma pena imensa que pessoas atuantes em pastorais sociais e em diversos movimentos sejam muitas vezes esquecidos pela Igreja ou punidos por ela (TdL) por defenderem a causa da justiça contra os ricos e poderosos; ricos e poderosos que sustentam esta estrutura piramidal e patrocinam “novas lideranças” como o Pe. Manzotti, que pela postura, servem a seus interesses.

É triste dizer que a Igreja se fez show…

* Teólogo leigo, católico, professor de Teologia da PUCPR. Assessor em grupos e movimentos eclesiais.

** O autor se equivocou na tradução que é: SENDO CRISTO A LUZ DOS POVOS.

Seria um grave erro teológico afirmar que a Igreja, como Cristo, é Luz dos Povos

Feita essa correção, o artigo é muito bom – João Tavares
28 de junho de 2011 | Categoria: Artigos

"Negar a adoção a homossexualismo não é discriminatório.


“Negar a adoção a homossexuais não é discriminatório”

Bispos colombianos afirmam que adotar não é um direito

BOGOTÁ, terça-feira, 1º de março de 2011 (ZENIT.org) - Os bispos da Colômbia expressaram-se contra a adoção de crianças por pares homossexuais, advertindo que adotar “não é um direito” e que portanto “não há discriminação”.

Em nota datada de 25 de fevereiro, os bispos afirmam que não consideram discriminatório “o fato de que o atual ordenamento jurídico nacional não contemple a possibilidade de que pares do mesmo sexo possam adotar crianças”.

Não é discriminatório porque “os requisitos para a adoção valem tanto para casais heterossexuais ou pares do mesmo sexo, tendo em conta o bem daquele que é adotado e suas necessidades, que antecedem às dos que adotam”.

A adoção – acrescenta a nota – “consiste em criar entre duas pessoas uma relação de filiação, quer dizer, uma relação jurídica e socialmente semelhante à que existe entre um homem e uma mulher e seus filhos biológicos”.

“Tal semelhança coloca em evidência não só o alcance jurídico e social da adoção, mas também seus próprios limites: o que a natureza permite, mas também o que a natureza impede, constitui o marco jurídico da adoção. Não é a Igreja nem o Estado nem a sociedade quem nega aos homossexuais a possibilidade de adotar, mas a própria natureza das coisas”.

O interesse do menor “é a motivação e o fundamento da adoção como figura jurídica”. A adoção “só pode ser definida no âmbito das necessidades e do respeito por quem é adotado”.

Em resumo – afirmam os bispos –, “a adoção não é um direito dos que querem adotar, sejam eles homossexuais ou heterossexuais, e por isso não se pode falar de violação de um direito fundamental”.

Casamento


Bispos de Nova Iorque: casamento não pode mudar

Declaração após a aprovação do casamento homossexual no Estado

NOVA IORQUE, quinta-feira, 30 de junho de 2011 (ZENIT.org) – Os bispos de Nova Iorque afirmaram que podem continuar ridicularizando suas crenças sobre o casamento, mas que nenhuma legislatura pode mudar o que é o matrimônio.

Uma declaração dos prelados, da última sexta-feira, respondeu à última votação (33-29), que fará que Nova Iorque seja o sexto Estado da União a aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

“A passagem pelo poder legislativo de um projeto de lei que altera radicalmente e para sempre a compreensão histórica da humanidade do casamento nos deixa profundamente tristes e preocupados”, escreveram os bispos em uma declaração assinada pelo arcebispo Thimothy Dolan, de Nova Iorque, e outros sete bispos.

Os prelados reafirmaram o ensinamento da Igreja de “tratar nossos irmãos e irmãs homossexuais com respeito, dignidade e amor”.

“Mas – dizem – nós afirmamos categoricamente que o casamento é a união de um homem e uma mulher em uma duradoura e amorosa união que está aberta aos filhos, ordenada pelo bem dos filhos e dos próprios esposos.”

“Esta definição não pode mudar, apesar de que nossas crenças sobre a natureza do casamento sejam ridicularizadas continuamente, e de que alguns pretendam sancionar as igrejas e organizações religiosas que pregam estas verdades eternas”, acrescentaram.

Os bispos lançaram um apelo à sociedade para “recuperar o que parece ter perdido: um verdadeiro entendimento do significado e do lugar do casamento, como foi revelado por Deus, baseado na natureza e respeitoso dos princípios fundacionais dos Estados Unidos”.

Diáconos e novos desafios


Diáconos e novos desafios

Os diáconos permanentes da Arquidiocese da Paraíba que não participaram do 2º Congresso Latino-Americano e Caribenho do Diaconado Permanente, ocorrido entre os dias 24 e 29 de maio passado, refletiram em seu encontro mensal de junho sobre as pistas que brotaram desse encontro, a partir dos textos ali produzidos.

Os três pontos que norteiam o Ministério Diaconal – ver, ouvir e agir -, discutidos no Congresso, suscitaram novas reflexões e tomadas de posições de nossa parte para, em consonância com as diretrizes pastorais no âmbito da Arquidiocese da Paraíba, levar adiante de forma concreta.

Partilhamos o histórico da caminhada de diáconos, já no tempo da igreja primitiva, pela graça sacramental a eles concedida, foram indispensáveis para edificar projeto do Reino de Deus. Restaurado como ministério permanente hã quase cinquenta anos pelo Concílio Vaticano II, o diaconado é um dom para a Igreja, como ressaltam bispos, padres e leigos.

Os novos desafios colocados para os diáconos à luz desse Congresso e de documentos já existentes produzidos em Conferências Episcopais e outros encontros, atiçaram em nós da Paraíba a ânsia por avançar, porque a messe ganha proporções imensuráveis e os trabalhadores estão reduzidos.

Os diáconos são chamados, ainda mais, a imitar o rosto de Cristo onde estejam e, na dupla sacramentalidade, a ser sinal da Igreja doméstica. O apoio da esposa, dos filhos e da comunidade onde estamos inseridos é fundamental no desenvolvimento do nosso ministério. As palavras animadoras do Congresso Latino-Americano e Caribenho são adubo para a terra esturricada do nosso coração e em nosso redor, resta-nos regar com a enxurrada de água saída da Palavra de Deus, e esperar a colheita.

Depois deste primeiro momento de reflexão sobre este Congresso, teremos novos encontros para meditar e aprofundar a espiritualidade do diácono com fundamentos bíblicos a partir do “ver, ouvir e agir”. Da mesma reunião de junho, ficou a certeza de que os diáconos, ainda mais, devem copiar o grande gesto da Ceia da partilha de Jesus com seus amigos, quando Ele lavou os pés de cada um e exortou-os a fazer o mesmo.

Na Ceia e no gesto da Cruz, o diácono encontra base inesgotável para sua espiritualidade, orientação e força que impulsionam a avançar na missão caritativa. Somos chamados a integrar o movimento católico em favor de uma espiritualidade da paz. Não podemos calar-nos diante do clamor de irmãos sofredores e dos gemidos da criação.

Neste momento, quando tudo parece caminhar por veredas escuras, ao diácono cabe estender o olhar para a espiritualidade de libertação, e definir itinerário para Deus a partir de uma postura profética com raízes nos tempos da Igreja primitiva. As palavras do Congresso repicam em nossos corações, porque são sinceras, estimulantes e provocativas. Iremos continuar retirando o sumo do que existe de melhor desse e de outros documentos para que, reabastecidos, possamos prosseguir na caminhada fazendo aquilo que nos enche de alegria.

A V Conferência dos Bispos da América Latina e do Caribe, em Aparecida, quatro anos depois, continua ecoando, porque os diáconos foram classificados como apóstolos para novas fronteiras.

Diácono José Nunes

Arquidiocese da Paraíba
data do artigo: junho de 2011

MANIFESTAÇÃO CONTRA A PARADA GAY EM SÃO PAULO.


Autor: Bíblia Católica.

SÃO PAULO, 30 Jun. 11 / 07:25 pm (ACI)

Um grupo de leigos católicos no Brasil defendeu o direito que lhes corresponde para protestar contra as ofensas e o vilipêndio de imagens e símbolos sagrados por parte de homossexuais na última parada gay em São Paulo, pois atentou contra o Artigo 208 do Código Penal Brasileiro que considera um crime vilipendiar publicamente um ato ou objeto de culto religioso.

Segundo os editores do site, “o que houve na Avenida Paulista durante a “Parada LGBT” foi um ataque, um deboche e vilipêndio do ensinamento moral da Igreja, que considera – sendo fiel à Revelação – os atos homossexuais intrinsecamente maus”.

O evento, explicam os organizadores da página votocatólico, teve como tema um versículo do Evangelho de São João manipulado – “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia!” – colocou 170 cartazes em postes ao longo da avenida Paulista, com modelos masculinos representando santos católicos como se fossem homossexuais, seminus e em posturas eróticas, ao lado das mensagens: “Nem santo te protege” e “Use camisinha”.

Para o Doutor Valmor Bolan, perito em Sociologia e conselheiro da Organização Universitária Interamericana (OUI-IOHE ) no Brasil e membro da Comissão Ministerial do Prouni (CONAP), “O fato mais chocante da parada gay deste ano, foi a forma como se apropriaram de uma frase (fora de contexto) do Evangelho, para insinuar que o amor proposto por Jesus seria também gay. E ainda mais usando imagens sagradas de santos católicos para ainda fazer as pessoas concluírem que tais santos eram gays. Tudo isso pode se resumir numa palavra pouco mencionada hoje em dia, mas tratou-se de um sacrilégio”.

Depois de afirmar que o fato foi uma clara provocação e um desrespeito à Igreja e às práticas religiosas milhões de brasileiros, considerando estas manifestações como “um ataque, deboche e vilipêndio do ensinamento moral da Igreja, os organizadores da iniciativa laical votocatólico recordam que o artigo 208 do código pena considera como crime “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso. Pena – detenção de um mês a um ano, ou multa”.

“O fato se torna ainda mais grave pelo fato de a Parada receber financiamento público, especialmente dos Ministérios da Cultura e da Saúde, da Petrobrás, da Caixa Econômica Federal e da Prefeitura de São Paulo. Consideramos que se este episódio passar despercebido, outros mais graves virão”, denunciaram.

Assim, o site católico lança o seguinte convite:
“Se você sentiu-se ofendido e agredido na sua fé com os cartazes desrespeitosos à fé católica na “Parada LGBT”, convidamos a queixar-se com as entidades governamentais que financiaram o evento (clique aqui), manifestar sua inconformidade com as empresas patrocinadoras do evento (clique aqui) e entrar em contato com as procuradorias regionais dos direitos dos cidadãos (clique aqui).

Para ver o artigo completo do Dr. Valmor Bolan e manifestar-se contra o desrespeito à fé ocorrido na parada gay, visite:
http://www.votocatolico.com.br/

O homossexualismo na visão dos santos padres...


O homossexualismo na visão dos Padres, Santos e Doutores da Igreja
10 abril 2011 Autor: Bíblia Católica | Postado em: Doutrina Católica

APOSTOLADO SPIRITUS PARACLITUS

Os Padres, Santos e Doutores da Igreja sempre condenaram a homossexualidade nas suas obras.

São Justino, Mártir (100-165)

São Justino, mártir e apologista cristão, nasceu em Flavia Neapolis e converteu-se ao cristianismo por volta do ano130. Ensinou e defendeu a religião cristã na Ásia Menor e em Roma, onde sofreu o martírio.


Na sua Primeira Apologia, dirigida ao imperador Tito, São Justino explica os mistérios cristãos e da racionalidade da doutrina católica. Ele também aponta o absurdo paganismo e a imoralidade dos gregos e romanos:

“Porque vemos que quase todos que são expostos (não só as raparigas, mas também os homens) são trazidos para a prostituição. E como os antigos dizem ter criado rebanhos de cavalos bois ou cabras ou ovelhas, ou de pasto, agora nós vemo-los criar filhos apenas para essa vergonhosa utilização e para esse tipo de poluição. Uma multidão de fêmeas e hermafroditas, e aqueles que cometem iniquidades abomináveis são encontrados em todas as nações. E quem recebe aluguer destes, os direitos e impostos a partir deles, deve ser eliminado do seu reino.

E alguém que use essas pessoas, além dos ateus que mantêm relações infames e impuros, pode eventualmente ter relações sexuais com seu próprio filho, ou parente, ou irmão. E há alguns que até mesmo prostituem os seus próprios filhos e esposas, e alguns são abertamente mutilado com a finalidade de sodomia”.

* * *

Santo Ireneu de Lião (130-202)

Santo Irineu nasceu em Esmirna, na Ásia Menor, onde ele conheceu o bispo São Policarpo, discípulo do Apóstolo São João. Saindo da Ásia Menor para Roma, Santo Irineu juntou-se à Escola de S. Justino Mártir antes de se tornar Bispo de Lyon no sul da Gália. Os escritos mais conhecidos de Santo Irineu são “Contra as Heresias” e “Prova da Pregação Apostólica”, em que ele refutou gnosticismo.


Santo Irineu reitera a condenação do homossexualismo pela Igreja:

“Além dessa blasfémia contra Deus, ele [Marcion], falando com a boca do diabo, disse em directa oposição com a Verdade, que ele e aqueles que são como ele, os sodomitas, os egípcios, todas as nações que praticaram todos os tipos de abominação, foram salvos pelo Senhor.”

* * *

Atenágoras de Atenas (2 º século)

Atenágoras de Atenas foi um filósofo que se converteu ao cristianismo no segundo século. Atenágoras escreveu o seu fundamento para os cristãos ao imperador Marco Aurélio em torno de 177. Ele defendeu os cristãos, a quem os pagãos tinham acusado de imoralidade. Em seguida, ele mostra que os pagãos, que eram totalmente imorais, nem sequer se abstém dos pecados contra a natureza.


“Para aqueles que criaram um mercado para fornicação e estabeleceram recursos para a infâmia e todo o tipo de vil prazer, que não se conseguem abster até mesmo de homens, homens com homens cometendo abominações chocantes, insultando todos os mais nobres princípios e insultando de modo desonroso toda a obra justa de Deus.”

* * *

São Jerónimo (340-420)

São Jerónimo é Padre e Doutor da Igreja.


Ele também foi um exegeta notável e grande polemista. No seu livro “Contra Jovinianus”, ele explica como um sodomita necessita de arrependimento e penitência para ser salvos:

“E Sodoma e Gomorra poderiam ter apaziguado a ira de Deus, se estivessem dispostas a se arrependerem, com a ajuda de jejum para ganhar as lágrimas do seu arrependimento.”

* * *

São João Crisóstomo (347-407)

São João Crisóstomo é considerado o maior dos Padres gregos e foi proclamado Doutor da Igreja. A ele foi-lhe dado o título de “Crisóstomo” (“boca de ouro”), por causa d sua grande capacidade oratória e sermões. Ele foi arcebispo e Patriarca de Constantinopla, e a sua revisão do grego na liturgia é usado até hoje.


Nos seus sermões sobre São Paulo na Epístola aos Romanos, ele mora na extrema gravidade do pecado do homossexualismo:

“Mas se tu aprendeste e ouviste falar do Inferno e acreditas que não é fogo, lembra-te de Sodoma. Pois vimos, e com certeza continuamos a ver até mesmo na vida presente, uma aparência do Inferno. Quando muitos negam totalmente as coisas que virão depois desta vida, negam ouvir falar do fogo inextinguível, Deus traz à mente as coisas presentes. Por isso foi calcinada Sodoma. Pensa emcomo é grande o pecado, para ter forçado o Inferno a aparecer mesmo antes do seu tempo! Onde a chuva era incomum, porque a relação sexual era contráriaà natureza, ela inundou a terra, tal como a luxúria havia feito com as suas almas. Por isso também a chuva era o oposto da chuva habitual. Agora não só ela não mexe no ventre da terra para a produção de frutos, mas tornou ainda inútil para a recepção das sementes. Foi também assim a relação dos homens entre homens, fazendo um corpo desta espécie mais inútil do que a própria terra de Sodoma.”

* * *

Santo Agostinho (354-430)

O maior dos Padres do Ocidente e um dos grandes Doutores da Igreja, estabeleceu as bases da teologia católica. Nas suas “Confissões”, assim ele condena, com a Igreja, a prática da homossexualidade.


“As infracções contrárias à natureza são em toda parte e em todas as vezes que se realizaram foram punidas. Tais foram as dos sodomitas. Todos eles deverão ser culpados do mesmo crime pela Lei Divina. Pois a relação que deve haver entre Deus e nós, é violado, quando a natureza, da qual Ele é o autor, é poluída pela perversidade da luxúria.”

* * *

São Gregório Magno (540-604)

Papa São Gregório I é chamado de “o Grande”. Ele é Padre e Doutor da Igreja. Introduziu o canto gregoriano na Igreja.


“A Sagrada Escritura confirma que o enxofre evoca o cheiro da carne, assim como fala da chuva de fogo e enxofre sobre Sodoma derramado pelo Senhor. Ele tinha decidido punir Sodoma por causa dos crimes da carne, e com o tipo de punição Ele enfatizou a vergonha do crime, pois quis que fedesse a enxofre, fogo e carne queimada. Foi exactamente por isso que os sodomitas, queimando com desejos perversos decorrentes da carne como fedor, devem perecer pelo fogo e enxofre para que através deste justo castigo percebam o mal que tinham cometido, comandados por um perverso desejo.”

* * *

Santa Catarina de Sena (1347-1380)

Santa Catarina, uma grande mística e Doutora da Igreja viveu em tempos difíceis. O Papado estava no exílio em Avignon, na França. Ela foi fundamental para trazer de volta os Papas para Roma. Os seus “Diálogos com Deus” são escritos famosos.


“Esses desgraçados não só são frágeis na sua natureza, mas pior, cometendo o pecado maldito contra a natureza e, como cegos e tolos, com a luz do seu intelecto escurecida, eles não sabem o mau cheiro e da miséria em que se encontram. Não só este pecado cheira mal diante de Mim, que sou o Supremo e Eterna Verdade, mas realmente desagrada-me muito. Não só a Mim, mas aos próprios demónios. Não é que o mal lhes desagrada, porque eles não gostam de nada que seja bom, mas porque a sua natureza foi originalmente angelical, e sua natureza angelical faz com que eles se afastem quando este grande pecado é cometido.”

* * *

São Bernardino de Siena (1380-1444)

São Bernardino de Siena era um pregador famoso, conhecido pela sua doutrina e santidade.


Quanto à homossexualidade, afirma:

“Nenhum pecado no mundo amarra a alma como a maldita sodomia, o pecado que sempre foi detestado por todos aqueles que vivem segundo Deus. Uma paixão desordenada, próxima da loucura, que perturba o vice intelecto, destrói elevação e generosidade da alma, faz do preguiçoso uma pessoa irascível, teimoso e obstinado, servil e macio e incapaz de qualquer coisa. Além disso, agitada por um desejo insaciável por prazer, a pessoa sodomita não segue a razão, mas o instinto. Eles tornam-se cegos e, quando os seus pensamentos deve subir para coisas altas e grandes, eles são frívolos e reduzidos para as coisas vis, inúteis e podres, que nunca poderia fazê-los felizes. Assim como as pessoas participam da glória de Deus em diferentes graus, de igual modo também no Inferno alguns sofrem mais que outros. Quem vive com esse vício de sodomia sofre mais do que outra, porque este é maior pecado.”

* * *

São Pedro Canísio (1521-1597)

São Pedro Canísio, jesuíta e doutor da Igreja, é responsável por ajudar um terço da Alemanha abandonar o Luteranismo e retornar para a Igreja Católica.


“Como diz a Sagrada Escritura, os sodomitas sempre foram extremamente perversos e pecaminosos. São Pedro e São Paulo condenaram sempre o pecado nefando e depravado. Na verdade, a Escritura denuncia essa indecência enorme (…) Aqueles que deviam ter vergonha de violar a lei divina e a lei natural são escravos da mais perversa depravação.”

Fonte: Livro DEFENDING A HIGHER LAW-Why We Must Resist Same-Sex “Marriage”and the Homosexual Movement

OS SACERDOTES DEVEM SER SANTOS


Sex, 01 de Julho de 2011 07:36 por: cnbb


Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá

Dia 1º de julho, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, celebramos a Jornada Mundial de Oração pela Santificação dos Presbíteros. Essa iniciativa vem ao encontro da necessidade de manifestar concretamente que formamos um só corpo, por isso orar uns pelos outros é o sinal mais forte de comunhão, que toca diretamente o coração de Deus.

Especialmente neste ano com uma alegria especialíssima, porque é o 60º aniversário da Ordenação Sacerdotal do nosso amado Papa Bento XVI. Ao mesmo tempo celebramos no próximo domingo os dois maiores Apóstolos da humanidade, Pedro e Paulo, chamamos também dia do Papa.

São duas comemorações que marcam profundamente o coração da Igreja centrada, principalmente, na figura do Apóstolo São Pedro, rocha sobre a qual Cristo edificou a Sua Igreja, fundamento da comunhão eclesial.

Dom Pedro Brito, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, em sua mensagem para este dia afirma: "Cuidar da santidade é cuidar das raízes da nossa vida para que ela dê flores e frutos espirituais. A santidade é um dos horizontes da vida da Igreja mais belos de se contemplar. É como contemplar o nascer ou o pôr do sol nos países tropicais. Deus mesmo mandou Moisés falar à comunidade de Israel: "Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo" (Lv 19,2.11,44) que, na boca de Jesus se tornou perfeição (Mt 5,48) e misericórdia (Lc 6,36).

O venerável beato João Paulo II, no encerramento do jubileu do ano 2000, fez um convite à Igreja inteira a colocar a santidade como alicerce da sua vida e missão (NMI 31). E disse ainda mais que "todo fiel é chamado à santidade e à missão" (RM 90). Imaginemos nós a que somos chamados: "santos e capazes".

Neste caminho onde todos nós devemos ser santos, temos hoje uma prioridade, orar por aqueles que foram escolhidos, entre muitos que foram chamados, para serem homens de Deus no meio do povo. Não existe ação mais eficaz e frutuosa, que toca diretamente o coração de Deus e do ser humano, do que a oração.

A Palavra nos recomenda "orai uns pelos outros para serem curados. A oração do justo, feita com insistência tem muita força" (Tg 5,16). Em todas as celebrações litúrgicas, recordamos o Papa, os Bispos, os Presbíteros, enfim todo o povo de Deus, que em assembleia orante, eleva súplicas, hinos de louvor e se alimenta da Palavra e da Eucaristia.

Assim formamos um só corpo, um só povo que entre ventos contrários, tempestades e bonança continua navegando, porque tem certeza de que no barco da vida, o Senhor não está dormindo.Ao nos lembrar de Pedro, lembramos do Papa, hoje Bento XVI. Em seu livro "Luz do mundo" o jornalista Peter Seewald pergunta: "Sua fé mudou a partir do momento em que, como Supremo Pastor, é-lhe confiado o rebanho de Cristo?" O Papa responde: "Não sou um místico. Certamente, porém, é verdade que, na condição de Papa, há muitas razões a mais para rezar ou para entregar-se completamente a Deus.Com efeito, dou-me conta de que quase tudo o que devo fazer não poderia realizá-lo por mim mesmo. Por isso coloco-me nas mãos do Senhor e digo lhe : Faze-o tu, se o quiseres! Neste sentido, a oração e o contato com Deus são agora mais necessários, mas também mais naturais e espontâneos do que antes".

Em outra pergunta: "O Papa como reza?" Ele diz: "Eu também sou um pobre mendicante diante de Deus, mais ainda do que as outras pessoas. Naturalmente rezo ao Senhor, a quem estou unido, por assim dizer, por amizade antiga. Invoco também os santos... A Mãe de Deus é sempre um grande ponto de referência... falo com o bom Deus, sobretudo mendigando, mas também agradecendo; ou simplesmente contente".

Seguindo o exemplo do Papa, vamos buscar a santidade orando sempre uns pelos outros, nesta Igreja, que deseja ser sinal visível de salvação para todos.

Falta de respeito e muito deboche.


É ASSIM QUE OS HOMOSSEXUAIS RESPEITAM AS DIVERSIDADES, É ASSIM QUE QUEREM O RESPEITO ESTA IMAGEM DE CIMA É RIDÍCULA E DESREIPEITOSA

Eu não queria escrever sobre esse assunto; mas diante das provocações e ofensas ostensivas à comunidade católica e cristã, durante a Parada Gay deste último domingo, não posso deixar de me manifestar em defesa das pessoas que tiveram seus sentimentos e convicções religiosas, seus símbolos e convicções de fé ultrajados.


Ficamos entristecidos quando vemos usados com deboche imagens de santos, deliberadamente associados a práticas que a moral cristã desaprova e que os próprios santos desaprovariam também. Histórias romanceadas ou fantasias criadas para fazer filmes sobre santos e personalidades que honraram a fé cristã não podem servir de base para associá-los a práticas alheias ao seu testemunho de vida. São Sebastião foi um mártir dos inícios do Cristianismo; a tela produzida por um artista cerca de 15 séculos após a vida do santo, não pode ser usada para passar uma suposta identidade homossexual do corajoso mártir. Por que não falar, antes, que ele preferiu heroicamente sofrer as torturas e a morte a ultrajar o bom nome e a dignidade de cristão e filho de Deus?!

“Nem santo salva do vírus da AIDS”. Pois é verdade. O que pode salvar mesmo é uma vida sexual regrada e digna. É o que a Igreja defende e convida todos a fazer. O uso desrespeitoso da imagem dos santos populares é uma ofensa aos próprios santos, que viveram dignamente; e ofende também os sentimentos religiosos do povo. Ninguém gosta de ver vilipendiados os símbolos e imagens de sua fé e seus sentimentos e convicções religiosas. Da mesma forma, também é lamentável o uso desrespeitoso da Sagrada Escritura e das palavras de Jesus – “amai-vos uns aos outros” – como se ele justificasse, aprovasse e incentivasse qualquer forma de “amor”; o “mandamento novo” foi instrumentalizado para justificar práticas contrárias ao ensinamento do próprio Jesus.

A Igreja católica refuta a acusação de “homofóbica”. Investiguem-se os fatos de violência contra homossexuais, para ver se estão relacionados com grupos religiosos católicos. A Igreja Católica desaprova a violência contra quem quer que seja; não apoia, não incentiva e não justifica a violência contra homossexuais. E na história da luta contra o vírus HIV, a Igreja foi pioneira no acolhimento e tratamento de soro-positivos, sem questionar suas opções sexuais; muitos deles são homossexuais e todos são acolhidos com profundo respeito. Grande parte das estruturas de tratamento de aidéticos está ligada à Igreja. Mas ela ensina e defende que a melhor forma de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis é uma vida sexual regrada e digna.

Quem apela para a Constituição Nacional para afirmar e defender seus direitos, não deve esquecer que a mesma Constituição garante o respeito aos direitos dos outros, aos seus símbolos e organizações religiosas. Quem luta por reconhecimento e respeito, deve aprender a respeitar. Como cristãos, respeitamos a livre manifestação de quem pensa diversamente de nós. Mas o respeito às nossas convicções de fé e moral, às organizações religiosas, símbolos e textos sagrados, é a contrapartida que se requer.

A Igreja Católica tem suas convicções e fala delas abertamente, usando do direito de liberdade de pensamento e de expressão. Embora respeitando as pessoas homossexuais e procurando acolhê-las e tratá-las com respeito, compreensão e caridade, ela afirma que as práticas homossexuais vão contra a natureza; essa não errou ao moldar o ser humano como homem e mulher. Afirma ainda que a sexualidade não depende de “opção”, mas é um fato de natureza e dom de Deus, com um significado próprio, que precisa ser reconhecido, acolhido e vivido coerentemente pelo homem e pela mulher.

Causa preocupação a crescente ambiguidade e confusão em relação à identidade sexual, que vai tomando conta da cultura. Antes de ser um problema moral, é um problema antropológico, que merece uma séria reflexão, em vez de um tratamento superficial e debochado, sob a pressão de organizações interessadas em impor a todos um determinado pensamento sobre a identidade do ser humano. Mais do que nunca, hoje todos concordam que o desrespeito às leis da natureza biológica dos seres introduz neles a desordem e o descontrole nos ecossistemas; produz doenças e desastres ambientais e compromete o futuro e a sustentabilidade da vida. Ora, não seria o caso de fazer semelhante raciocínio, quando se trata das leis inerentes à natureza e à identidade do ser humano? Ignorar e desrespeitar o significado profundo da condição humana não terá consequências? Será sustentável para o futuro da civilização e da humanidade?

As ofensas dirigidas não só à Igreja Católica, mas a tantos outros grupos cristãos e tradições religiosas não são construtivas e não fazem bem aos próprios homossexuais, criando condições para aumentar o fosso da incompreensão e do preconceito contra eles. E não é isso que a Igreja Católica deseja para eles, pois também os ama e tem uma boa nova para eles; e são filhos muito amados pelo Pai do céu, que os chama a viver com dignidade e em paz consigo mesmos e com os outros.
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Publicado em O SÃO PAULO, 28.06.2011
Card. Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

Da profissão à vocação.


Da Profissão à Vocação
Ricardo Barbosa de Souza*

Alguns dias atrás, ouvi um pastor afirmar, até com certo orgulho, que atendia uma média de 30 pessoas por dia em seu gabinete pastoral. A princípio, aquela afirmação me deixou pasmo. Nunca tinha ouvido falar de alguém que tivesse conseguido tal façanha.
Considerando que este pastor trabalha ininterruptamente (sem parar para almoço, água, cafezinho, banheiro etc.), das 8 da manhã às 6 da tarde, ou seja, 10 horas or dia, ele disporia apenas de 20 minutos para cada pessoa, isso sem contar o tempo que se perde entre a saída de uma e a entrada de outra.
Vinte minutos para ouvir os dilemas da alma e do coração, aconselhar, orientar e orar com cada um. De duas uma: ou há um certo exagero nos números, comum das estatísticas dos pastores no Brasil, ou o significado da vocação pastoral foi completamente perdido.
Não pretendo, aqui, analisar este fato específico mas, fazer algumas considerações em torno da figura do pastor no mundo moderno. As mudanças pelas quais o mundo vem passando são profundas e rápidas e, inegavelmente, afetam tanto a igreja como o sacerdócio.
A Igreja moderna transformou-se num negócio, numa empresa, e o pastor num executivo que luta para manter-se no mercado. Esta é, talvez, uma das mudanças mais significativas e sérias que estamos atravessando.
Somos agora executivos eclesiásticos, circulando com agendas eletrônicas, telefones celulares, secretárias, auxiliares e assistentes, para atender a um volume cada vez maior de reuniões, entrevistas, conferências, aconselhamentos, etc.
Ser ocupado, tornou-se um símbolo de "status" e sucesso tanto no mundo secular como no religioso. Ter uma agenda repleta de compromissos é sinal de competência; afinal, ninguém considera um médico competente, cuja sala de espera do consultório encontra-se absolutamente vazia, e ele, confortavelmente sentado em sua cadeira lendo uma boa revista.
Para alguém ser competente, precisa estar com a agenda dos próximos meses completamente cheia. Este sim é um bom profissional.
Nesta busca por sucesso e "status" não temos mais tempo para construirmos amizades verdadeiras e profundas, nem tempo para caminharmos com nossos amigos no caminho do discipulado. Não temos tempo para ouvir as histórias dos velhos, os dramas dos mais novos e as crises da alma humana. Dispomos apenas de 20 minutos!
Vivemos hoje um processo de profissionalização do sacerdócio, o qual vem deixando de ser uma vocação para tornar-se numa profissão, e isto faz uma diferença tremenda nos resultados.
Henri Nouwen em seu livro "Creative Ministry" apresenta três perigos ou armadilhas que estes líderes profissionais enfrentam.

O primeiro é o perigo do concretismo.
Trata-se da tendência ou inclinação de ter como motivação principal os resultados objetivos e concretos decorrentes das ações do ministério.
Muitos líderes encontram-se frustrados porque os resultados que esperam nem sempre aparecem com rapidez e a objetividade que gostariam.
O profissionalismo nos induz a avaliar o ministério por resultados mensuráveis. No entanto, o ministro da reconciliação que atua na promoção do encontro do homem com Deus, com o próximo e consigo mesmo, não pode avaliar seu ministério por resultados mensuráveis estatisticamente.

O segundo é o perigo do poder.
Líderes profissionais encontram-se constantemente diante do perigo de criarem pequenos reinos para eles mesmos. O profissional necessita ser reconhecido, admirado, aclamado.
Precisa sentir-se e preservar-se superior aos outros para mantê-los cativos e dependentes. Geralmente o líder profissional é cercado de admiradores e não de discípulos, de dependentes emocionais e não de amigos. O poder impede que as pontes de amizade e comunhão sejam estabelecidas. O líder profissional que cai na armadilha do poder acaba tornando-se um anti-ministro da reconciliação.

O terceiro é o perigo do orgulho.
O profissional reconhece que as mudanças precisam acontecer, empenha-se em converter as pessoas mas é tentado a pensar que ele próprio não precisa de conversão. Ao invés de reconhecer que é parte da comunidade que serve, veste a fantasia de "messias", intocável, sempre correto e justo.
A natureza da vocação é essencialmente relacional. Somos chamados para promover a reconciliação. Este chamado envolve mais do que a capacidade de execução de projetos de natureza religiosa ou conversas de 20 minutos; envolve a arte de penetrar nos lugares secretos da alma humana e trazer para dentro deles a presença divina, conduzi-los à experiência da oração e ao encontro com o Criador. Isto exige tempo. A profissionalização do ministério torna-nos desumanos, mais preocupados conosco e nosso sucesso do que com a vida e seus afetos.
Algum tempo atrás uma paroquiana abordou-me mais ou menos assim: "Sei que você é uma pessoa bastante ocupada, e que quase nunca tem tempo, mas gostaria de poder conversar um pouco".
Talvez devesse ficar contente com este "elogio", mas, se não tenho mais tempo para conversar com as pessoas, se estou tão absorvido com meus "negócios" que já não disponho de tempo para o pastoreio, se minha agenda anda tão cheia a ponto de não poder sentar e ouvir um pouco as conversas sobre a vida, que tipo de pastor sou? Precisamos resgatar a natureza da vocação da Igreja e do pastor. Afinal, não fomos chamados para o mercado, mas para a vida.

(*) Pastor luterano