quinta-feira, 9 de junho de 2011

Distante da terra, mas, próximos da fé.


Distantes da terra, mas próximos da fé

NAZICA:

A fé em Nossa Senhora de Nazaré, Nazinha ou Nazica para os paraenses, é levada aos quatro cantos do mundo. “Sou alucinada pelo Círio e pela Nossa Senhora, eu ensinei meus amigos a chamarem de ‘Nazica’. O cartaz do Círio é pregado em uma porta da minha casa e tenho uma imagem dela na minha estante. Sempre rezo pra ela me proteger e amenizar a saudade que sinto principalmente da família. Toda vez que ouço qualquer música do Círio, eu choro muito.” revela Aletheia, emocionada.

Círio:

Ela conta que a ligação com a padroeira dos paraenses vem de longa data: “Morei a vida inteira no centro de Belém e sentia fortemente o clima da Festa desde criança. Desde que vim pra cá, vou ao Círio todos os anos. Neste não será diferente. Aqui em Brasília, há um Círio de Nazaré em uma paróquia no bairro do Lago Sul. Esse ano não vou deixar de ir”,

A devoção é passada de mãe para filho. “Não sou muito religioso, mas por ordens da minha mãe e até mesmo por tradição uso aquelas fitinhas de Nossa Senhora de Nazaré, portanto, sou devoto da "Nazinha", garante Victor.

Mesmo distante, Roberta não perdeu a fé na Nazica. “Sou católica, devota de Nossa Senhora de Nazaré, tenho minha blusa que minha mãe mandou. Mas infelizmente não tenho como acompanhar a procissão, já que a transmissão da tevê on line é geralmente do Rio ou São Paulo, e não local”, lamenta a paraense.

À sua maneira, Randy compartilha histórias e mantém objetos que o aproximam da fé na Virgem: “Os meus amigos, sejam eles portugueses, angolanos, ingleses ou marroquinos se assustam em saber, por exemplo, que temos um prato típico que demora oito dias para ser confeccionado, ou que temos uma procissão que junta quase dois milhões de pessoas em torno de uma berlinda. Acho que contando estas histórias diminuo um pouco a saudade de casa, isso se completa com alguns objetos que funcionam como convocadores da memória, como um calendário do Círio que estava no meio das minhas apostilas ou uma camisa de banda local que surge no meio das minhas roupas. É justamente assim que acontece, os objetos vão surgindo sutilmente no meio da tua correria do dia a dia, quase que sutilmente para te lembrar que podes estar do outro lado do planeta, mas que tens um outro referencial cultural derivado das tuas origens”.

Fonte: DOL - diário on line

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