terça-feira, 14 de junho de 2011

"Carioca se apaixona por Belém".


Orgulho do Pará: Carioca se apaixona por Belém.

Terça-Feira, 14/06/2011, 09:40:29

Neto de cearense e de paraense por parte de pai e bisneto de italiano pelo lado da mãe, o carioca Sérgio Fiore Oliveira, de 28 anos, é exemplo da mistura de raças em território paraense. “Eu me sinto um pouco paraense porque tenho raízes no Pará, e tenho orgulho disso”, diz o carioca. Há 14 anos no estado, Sérgio faz parte da legião de cariocas que escolheram o solo papa-chibé para viver - 14 mil, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2009.

Sérgio chegou a Belém junto com a mãe, a carioca Maria da Glória, 59, o pai, o paraense José Sérgio, 65, e a irmã Érika, 29. O pai de Sérgio, aposentado, decidiu retornar à terra natal após quase vinte anos. Antes de morar no estado, o jovem carioca passava as férias de fim de ano na casa dos avós paternos, Neuza e Waldemar Oliveira, em Belém. Ele lembra que a ansiedade por essas férias era grande, e que, juntamente com a irmã, se dedicava ainda mais aos estudos, no fim do ano, para não ficar em recuperação e garantir a viagem. “Eu já gostava do Pará antes de mudar pra cá. Gostava de ir pra Salinas e Mosqueiro”, lembra.

Foi durante a infância que Sérgio começou a apreciar a culinária paraense. Depois que mudou para o Pará, passou apreciar ainda mais, principalmente o cardápio do tradicional almoço do Círio de Nazaré, em outubro, quando a família, numerosa e festeira, se reúne na casa da avó. “Quando meu pai decidiu vir morar no Pará eu aceitei a idéia numa boa, pois eu já gostava desse lugar”, revela o carioca-paraense.

Apesar de ter enfrentado um pouco de dificuldade para se adaptar à nova escola, ao novo bairro e à nova casa, Sérgio garante que os paraenses lhe receberam muito bem. “No meu primeiro dia de aula, o arame do caderno enrolou na minha camisa, aí um garoto me ajudou na hora. Era o Wellen Pablo, que se tornou um dos meus melhores amigos”, lembra o carioca, para exemplificar a receptividade do povo paraense.

Em Belém, Sérgio diz que pôde concretizar sonhos que ficavam distantes no Rio de Janeiro, como ter um animal de estimação, brincar na rua com os primos e tomar refrigerante com sabor guaraná típico do Pará. “Também acho muito legal a proximidade de tudo aqui. Se eu tenho um amigo que mora em outro bairro, posso ir andando por mais que tenha uma linha de ônibus pra lá”, diz Sérgio.

Torcedor do Flamengo, o carioca-paraense se orgulha de dizer que estudou com o “Imperador” Adriano no Rio de Janeiro. Hoje, ele também torce para o Clube do Remo, por influência do pai, torcedor apaixonado que lhe apresentou o clube azulino ainda no Rio de Janeiro.

Formado em artes visuais em uma universidade paraense, Sérgio Oliveira trabalha na área de multi¬mídia de uma empresa de comunicação. “Não me vejo saindo do Pará tão cedo. Ainda tenho muitos projetos profissionais, além da minha família e meus amigos”, revela o jovem, que mantém um blog, junto com cinco amigos, o “100 grana”, que fala sobre cinema, quadrinho, TV e games.

Apesar de carioca, Sérgio conta que nunca visitou os pontos turísticos do Rio de Janeiro, conhecidos por qualquer turista, como Corcovado, Cristo Redentor e Maracanã, mas em Belém ele conhece tudo. Acrescenta que gosta da Avenida Visconde de Souza Franco (Doca), onde mora e dispõe de ótima posição para ver o pôr-do-sol, do almoço com a família na orla de Icoaraci e do Horto Municipal, pelo contato com a natureza.

“Eu me considero de duas cidades, o Rio e Belém, mas hoje a minha ligação é maior com esta cidade (Belém) porque aqui eu construí as coisas boas da minha vida”, diz o artista plástico, que voltou ao Rio de Janeiro apenas três vezes depois de mudar para o Pará. (Diário do Pará)

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