UEPA cria Serviço em Hansenologia
Segunda-Feira, 05/11/2012, 01:59:31
Manchas
dormentes na pele, de cor avermelhada ou esbranquiçada, alteração da
sensibilidade e dor no trajeto dos nervos são alguns dos sintomas da
Hanseníase, doença transmissível, que ao longo do tempo pode causar
incapacidades permanentes. A doença, uma das mais antigas da história da
Medicina, ainda é um dos maiores problemas de saúde pública do Estado
do Pará, inclusive em faixas etárias abaixo de 15 anos, apesar de ter
cura e do tratamento ser fornecido em doses gratuitas pelo Ministério da
Saúde.
O Grupo de Pesquisas em Dermatose de
Interesse Sanitário da Universidade do Estado do Pará (UEPA),
certificado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPQ) e liderado pela professora doutora Marília Brasil
Xavier, desenvolve pesquisas em hanseníase, abordando desde a prevenção e
vigilância da doença, novos métodos de diagnóstico, estudos genéticos e
terapêuticos até a reabilitação em caso de pessoas que ficaram
incapacitadas pela doença.
Um dos produtos
criados, a partir dos estudos do grupo, são as próteses adaptadas de
uma mão mecânica, com materiais de baixo custo, para facilitar o dia a
dia de quem foi acometido pela hanseníase. Além disso, para contribuir
de forma efetiva na melhoria das condições de saúde dos pacientes, e ao
mesmo, fortalecer o conhecimento científico da área, também estão sendo
desenvolvidas pesquisas sobre os fatores genéticos que favorecem o
adoecimento, a utilização de testes de execução rápida para diagnosticar
a doença, o uso de novos medicamentos para controlar os estados
reacionais e dores neurais, técnicas envolvendo cinesioatividade,
atividades físicas e ludicidade.
Partindo do desenvolvimento dessas
atividades, o grupo estabeleceu o fluxo de atendimento dos pacientes
pela UEPA, que tem início no Centro Saúde Escola do Marco, e passa pelo Serviço
de Dermatologia, pela Unidade de Ensino e Assistência em Fisioterapia e
Terapia Ocupacional (Ueafto), pelo Laboratório de Tecnologia Assistiva
(Labta), até chegar à Escola de Educação Física, e criou o Serviço de
Assistência e Pesquisa em Hansenologia da Universidade, onde estão
integrados médicos dermatologistas, pediatras, neurologistas e
ortopedistas, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais,
psicólogos e educadores físicos.
ESSENCIAL
ESSENCIAL
Para o médico neurologista do
grupo, Emanuel Souza, a criação do serviço é essencial, “pois agregou o
conhecimento que já estava sendo produzido pelo grupo de pesquisa, com o
próprio fluxo de prestação de assistência favorecendo a população uma
assistência de qualidade, com diferencial científico”, afirmou Souza, que investiga o tratamento da dor neuropática crônica no curso de Doutorado.
Já na avaliação de uma das
pesquisadoras e chefe do Serviço de Dermatologia da UEPA, Regina
Carneiro, as diversas linhas de pesquisa e assistência no âmbito da
dermatologia geral e sua integração com outras áreas possibilitam o
fortalecimento do serviço, inclusive da graduação e das residências
médicas. “Esse é o grande desafio da ciência proposto às nossas
instituições de ensino e pesquisa na Amazônia, especialmente na área da
saúde: perceber as questões científicas que emergem da realidade em que
vivemos e conjugar esforços, fomentos, ideias e métodos para
respondê-las. A grande meta é construir uma sociedade melhor, onde as pessoas possam viver melhores”, destaca.
(Diário do Pará)
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