segunda-feira, 5 de novembro de 2012

MULHERES LIDERAM 48% DOS LARES EM BELÉM.

Recorde.

Região Metropolitana da capital, segundo o PNAD, detêm a maior porcentagem do País
BRASÍLIA

THIAGO VILARINS
Da Sucursal

Em uma década, a proporção de lares comandados por mulheres no Pará passou de 32% para 35,4%. Apesar do avanço, é um dos mais tímidos crescimentos registrados no país no período, segundo dados da atual Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) - dados referentes a 2011. A pesquisa aponta que a Região Metropolitana de Belém (RMB) teve um crescimento de 18,5% de mulheres responsáveis pelo orçamento familiar ao longo da última década. O avanço não é um dos maiores entre as nove regiões pesquisadas, mas reforçar que a Grande Belém tornou-se o principal centro de mulheres no comando de suas casas em todo o País. Na RMB são 48% de residências onde é a mulher que dá as ordens, caso da doméstica Socorro Ribeiro Nunes, de 50 anos, moradora da Marambaia. Ela sustenta um filho de 21 anos, estudante, e gasta 90% do que recebe com despesas do lar (veja matéria nesta página). No total, são 310 mil lares belenenses liderados por mulheres, contra 338 mil por homens.
Após a Grande Belém, a pesquisa aponta a região metropolitana de aparece Porto Alegre (46,5%), seguida pelas de Salvador (45,4%) e Fortaleza (42,1%).
Entre 2001 e 2011, a proporção de domicílios paraenses onde a mulher passou a ser a chefe, a pessoa de referência, quem distribui a mesada dos filhos, paga as principais despesas, toma conta da casa, aumentou percentualmente apenas 10,7% - somente o Acre, com 7%, teve uma expansão menor. Como comparativo, o ritmo do crescimento paraense chega a ser quase quatro vezes inferior ao que foi registrado em todo o Brasil, que cresceu nos últimos dez anos de 27,3% para 37,5% (aumento percentual de 37%).
Amapá e Santa Catarina foram os estados que tiveram os maiores saltos: aumentaram os seus percentuais em 90% e 78,8%, respectivamente. Já na análise das maiores proporções por Estado, o Pará aparece com a oitava menor marca, sendo o Maranhão responsável pela menor parcela de residências comandadas por mulheres (30,4%) e o Distrito Federal (DF) pela maior (48,1%). No geral, são 805 mil residências espalhadas pelo território paraense cujo reinado é feminino, contra 1,5 milhão onde a participação principal é masculina.
Constam entre as explicações para essa baixa expansão o fato de no Pará as mulheres ainda terem baixa renda e pouca escolaridade, a questão previdenciária, além do reduzido número de divórcios na comparação com os demais estados. "Antes de se discutir a questão regional, é preciso ter clareza dos critérios de formulação desses indicadores que apontaram que aumentou muito o número de mulheres chefes de família no país. E isso se deve basicamente a esses fatores. Ao longo desses dez anos, tivemos a entrada massiva de mulheres no mercado de trabalho. Depois tem a questão dos tipos de relações afetivas entre homens e mulheres, como casamentos, uniões estáveis e as mulheres que vivem sozinhas, que também aumentou muito nessa década. Ou seja, independente de ter um companheiro ou não, se ela se manteve trabalhando fora. E ainda tem o critério da Previdência Social. Hoje, as mulheres vivem mais e tem mais acesso a previdência. Temos que analisar agora, mais regionalmente, esses pontos combinados, para entender se essas são as razões para em algumas regiões terem ou não esse aumento", explica Gláucia Fraccaro, coordenadora de autonomia econômica das mulheres, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República.
Segundo os números da PNAD 2011, a média da renda mensal feminina no Pará chegou a R$ 430,00, um pouco mais da metade do salário médio dos homens (R$ 754,00). O valor chega a ser R$ 220,00 abaixo do rendimento feminino nacional (R$ R$ 650,00). Em uma comparação com o Distrito Federal, que aponta a maior proporção de mulheres responsáveis pelos domicílios, o orçamento feminino mensal chega a ser três menor (R$ 1.425,00). Ainda com base na explicação da coordenadora da SPM, segundo os dados do Censo Demográfico 2010, o Pará aparece como o Estado com a menor cobertura previdenciária do país, atingindo apenas 40% de toda a sua população e a proporção de mulheres divorciadas, na época da pesquisa, era de apenas 1,48% (89 mil) - segunda marca mais baixa do País, atrás, somente, do Maranhão (1,21%).

FONTE: O LIBERAL.

Nenhum comentário:

Postar um comentário