sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A FORMAÇÃO DOS VALORES HUMANOS

A formação dos valores humanos

Postado por Frei Erick Ramon

Os primeiros cristãos mudaram as leis do Estado com seus costumes

Vivemos no mundo da globalização, onde tudo se vê pelo prisma da economia, do possuir e do conseguir. E quanto mais se tem, mais insatisfeito se está quando não se consegue mais. Basta ver a publicidade do comércio nos meios de comunicação. Lança-se um produto e o que parecia uma conquista, já não será mais, porque logo depois começam outros lançamentos que são apontados como também necessários e atuais.

E a família se encontra nesse mundo globalizado. Perdem-se valores humanos e cristãos dentro da própria família. Como consequência, temos a deterioração de muitas famílias, porque são tentadas pelo egoísmo, pelo ter, pelo poder. Qualquer ofensa recebida é tomada gravemente. Já não existem o perdão e a caridade e muitos casamentos acabam na separação e no divórcio.

A solução é a santidade da família. E a santidade não é algo que está fora do alcance das pessoas. Ela consiste na verdade, no perdão, na misericórdia, na justiça, na fraternidade, na solidariedade. Foi o que Jesus disse: “Sede santos como meu Pai Celestial é santo”.

A família, por ser de natureza divina, cresce e se aperfeiçoa quanto mais se cultivam o diálogo e não o monólogo, assim como o entendimento, a caridade e a paz.

A família estável tem sido questionada de modo particular nos dias de hoje. Falam alguns até de estar ultrapassada por formas de convivência temporária. A forma do divórcio é reconhecida em quase todos os países. A infidelidade conjugal é tolerada muitas vezes e até incentivada.

Na conferência inaugural do Congresso Teológico Pastoral, o Pe. Cantalamessa indicou que não se deve apenas «defender» a idéia cristã de matrimônio e família, mas o mais importante é «a tarefa de redescobri-lo e vivê-lo em plenitude por parte dos cristãos, de maneira que se volte a propô-lo ao mundo com os fatos, mais que com as palavras».

Duas pessoas que se amam – e o caso do homem e da mulher no matrimônio é o mais forte – reproduzem algo do que ocorre na Trindade. Nessa luz se descobre o sentido profundo da mensagem dos profetas acerca do matrimônio humano, o qual é símbolo e reflexo de outro amor: o de Deus por Seu povo.

A igual dignidade da mulher e do homem no matrimônio está no próprio coração do projeto originário de Deus e do pensamento de Cristo, mas isso quase sempre foi descumprido.

Deve-se evitar dirigir tudo para leis do Estado a fim de defender os valores cristãos. Não podemos esperar hoje mudar os costumes com essas leis. Os primeiros cristãos mudaram-nas [as leis do Estado] com seus costumes de verdadeiros filhos de Deus.

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