Somos cidadãos do Céu
Artigos
27/09/2012
Catequese
O cristão vive com os pés na terra e com o coração no céu
Com essas palavras, São Paulo
indicou aos filipenses e a todos nós, cristãos, qual é a nossa vocação
última. E o apóstolo acrescentou: “É de lá que ansiosamente esperamos o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará nosso mísero corpo
tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso” (Fl 3,20b-21a).
Essa é a razão da nossa esperança, aquela que São Pedro pediu que manifestássemos aos outros (cf. I Pd 3,15).
O cristão vive com os pés na terra e com o coração no céu. Toda a pregação da Igreja é baseada na esperança da ressurreição. “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1 Cor 15,14), disse São Paulo. E o apóstolo afirmou: “Se é só para esta vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima” (I Cor 15,19).
O cristão vive com os pés na terra e com o coração no céu. Toda a pregação da Igreja é baseada na esperança da ressurreição. “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1 Cor 15,14), disse São Paulo. E o apóstolo afirmou: “Se é só para esta vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima” (I Cor 15,19).
Muitos cristãos põem a
esperança em Cristo apenas nesta vida, buscando nEle segurança, saúde,
paz, conforto, dinheiro, até prestígio e prazer, só para esta vida,
esquecendo-se de que são cidadãos dos céus. “Esses”, disse São Paulo,
“de todos os homens, são os mais dignos de lástima” (citação livre de I
Cor 15,19).
Cristo não veio para ser um
libertador social (não redentor), descompromissado com aquele que disse:
“O meu reino não é deste mundo” (Jo 18,36a).
Cristo nos quer a todos no
céu, vivendo definitivamente com Ele. Para isso, devemos sacrificar toda
a nossa vida aqui nesta terra. Foi o próprio Senhor quem nos disse
claramente: “Pois, que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se
vier a perder a sua vida?” (Mc 8,36). Em outro lugar disse: “Não
ajunteis para vós tesouros na terra (…). Ajuntai para vós tesouros no
céu (…). Porque, onde está o teu tesouro, lá também está teu coração”
(Mt 6,19a.20a.21). Nosso tesouro e nosso coração devem estar no céu e
não na terra.
O Senhor se fez homem e
passou pela amarga paixão, morte e ressurreição exatamente para nos
conquistar uma morada no céu. Momentos antes de beber o cálice da
paixão, Ele disse aos discípulos: “Na cada de meu Pai há muitas moradas.
Não fora, assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar.
Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo,
para que, onde eu estou, também vós estejais” (Jo 14, 2-3).
Alegremo-nos, irmãos, pois somos cidadãos do céu.
Toda a nossa vida aqui nesta
bela terra deve ser apenas uma diligente preparação para vivermos
eternamente com Deus que é amor (cf. I Jo 4,8). São Paulo nos assegurou
que “temos no céu uma casa feita por Deus e não por mãos humanas” (cf.
II Cor 5,1). Para o apóstolo a vida terrena era um exílio: “Todo o tempo
que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor” (II Cor 5,6b). E
ansiava pelo céu, dizendo: “Suspiramos e anelamos ser sobrevestidos da
nossa habitação celeste (…). Pois, enquanto permanecemos nesta tenda,
gememos oprimidos (…). Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo
ausentar-nos deste corpo, para ir habitar junto do Senhor” (II Cor
5,2.4a.8) e “para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fl 1,21).
Todo cristão tem de ansiar
pelo céu, pois ali é o seu destino. Pelos merecimentos de Jesus Cristo,
somos filhos de Deus e participantes da natureza divina (cf. II Pd.
1,4); logo, somos herdeiros do céu: “Se somos filhos, também somos
herdeiros”, disse São Paulo (citação livre de Rm 8,17).
Desejar o paraíso, disse
Santo Afonso de Ligório, é o mesmo quer desejar a Deus, nosso último,
pois lá O amaremos perfeitamente. Ali cumpriremos perfeitamente o
mandamento do Senhor: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração,
de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento”
(Lc 10,27). Disse Santo Afonso que a nossa meta, aspirações e desejos
devem ser isto: “Ir gozar de Deus no paraíso, para amá-lO com todas as
nossas forças e gozar do gozo de Deus!” E afirmou que a maior felicidade
da alma no céu é conhecer a felicidade infinita de Deus. “Entra no gozo
do teu Senhor” (citação livre de Mt 25,21). A alma entra na felicidade
de Deus; a felicidade de Deus é a sua felicidade.
Afirmou o santo que “no céu a
alma fica toda presa e consumida pelo amor de Deus. Ela fica perdida e
mergulhada no mar infinito da bondade divina. Esquece-se de si mesma e
só deseja amar ao seu Deus. Possui a Deus plenamente sem o medo de poder
perdê-lO. A todo o momento se entrega, sem reservas, a Deus. Deus a
abraça com amor, e, assim abraçada, a tem e terá por toda a eternidade.
Ela nada mais deseja. Deus está unido a ela com a Sua própria essência,
saciando-se na medida da capacidade dela e dos seus méritos”.
Alegremo-nos, irmãos, somos cidadãos do céu!
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