terça-feira, 8 de novembro de 2011

ROMÁRIO: "FIFA NÃO PODE AMEAÇAR A SOBERANIA BRASILEIRA".


Romário disse que a Fifa não pode ameaçar a soberania brasileira.


Em audiência pública da Comissão Especial das Copas do Mundo e das Confederações, o deputado Romário, do PSB fluminense, questionou a legitimidade do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, e disse que a entidade não pode ameaçar a soberania brasileira.

"Meu objetivo e interesse, como brasileiro e como deputado federal legitimado para estar aqui nesta cadeira, diferentemente do senhor nessa sua, eu tenho que dizer o seguinte: eu vou lutar até quando eu puder para que a Fifa não monte um Estado dentro deste Estado".

O deputado Ivan Valente, do PSOL paulista, também questionou a legitimidade da Fifa para tomar decisões sobre a organização dos jogos no Brasil. Para ele, o país deve agir de acordo com suas prioridades sem se encolher diante de uma entidade privada internacional e de seus sócios nacionais. Ivan Valente disse ainda que a CBF não poderia estar à frente da organização da Copa tendo em vista as acusações contra ela.

"Os números colocados pelo presidente da CBF a respeito dos benefícios que vão trazer pelo levantamento de entidades internacionais, 110 bilhões, ou arrecadação de impostos de 20 bilhões, para mim esses números são fumaça, não têm consistência. O que tem consistência são as mudanças que nós fazemos aqui de isenções fiscais de todo tipo, como foi citado, isso é um ganho geral da Fifa. A mudança do regime de contratações, ferindo a lei de licitações basicamente para a Copa".

Jérôme Valcke disse que a Fifa não ameaça a soberania de nenhum país e que busca acordo para alguns pontos conflituosos do projeto de Lei Geral da Copa [PL 2330/11]. Segundo ele, a Fifa não pretende mexer na lei que garante meia entrada a idosos, mas há problemas técnicos com a meia entrada para estudantes. Ele sugeriu a criação de uma categoria especial de ingressos para garantir o acesso a pessoas que realmente necessitem do benefício. Os preços da chamada categoria quatro ficariam em torno de US$ 25 dólares.

O representante da Fifa, Jérôme Valcke, defendeu ainda a proteção ao direito dos patrocinadores da Copa de anunciar e vender seus produtos nos estádios e no seu entorno. Segundo ele, esse direito deve ser preservado porque essas empresas ajudam a pagar as contas da Copa.

Alguns deputados se mostraram preocupados, entretanto, com possíveis prejuízos a comerciantes que atualmente vendem produtos concorrentes aos dos patrocinadores nas imediações dos estádios.

O presidente da Comissão, deputado Renan Filho, do PMDB de Alagoas, entregou a Valcke proposta para incluir na Copa um tema social: o desarmamento.

De Brasília, Verônica Lima

terça-feira, 8 de novembro de 2011
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