quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Parque da Residência = Belém/Pa.


Parque da Residência

A antiga residência oficial dos governadores paraenses é um exemplo das belezas arquitetônicas encontradas na cidade das magueiras. Erguido no início do século passado, e instalado em terreno localizado na antiga avenida Independência, o palacete residencial é em estilo eclético - recursos do neoclássico misturados a outros elementos estilísticos e decorativos.

Uma curiosidade é o fato de que o palacete foi alugado ao Estado para ser utilizado como residência dos governadores Enéas Martins e Lauro Sodré. Mas, oficialmente, em 1933, o primeiro inquilino a morar foi o interventor federal Magalhães Barata, quando o terreno foi adquirido pelo Estado para ser a Residência Oficial do Governador do Pará.

Com o passar dos anos, foram acrescidos à residência alguns elementos como o extenso gradil pertencente ao antigo reservatório Paes de Carvalho, um trabalho em 'art nouveau' da firma inglesa Walter Macfarlane; e o pavilhão Frederico Rhossard (homenagem ao jornalista e poeta paraense), de procedência européia, e que fazia parte do conjunto da Praça da República.

O conjunto histórico sobreviveu até 1981 quando foi tombado pelo Estado e desativado como residência oficial do governador, em 1992. Em 1995, o núcleo de arquitetos da Secult, coordenado pelo secretário de Cultura, arquiteto Paulo Chaves Fernandes, iniciou a elaboração do projeto de restauro e revitalização daquele patrimônio. Foi patrocinado pelo Governo do Pará, via Secult, em parceria com o Ministério da Cultura/Mecenato, Embratel, Banco Real e Agropalma, e passou a ser denominado Parque da Residência. A inauguração ocorreu em 1998.

No projeto, o palacete recebeu minuciosa restauração. Foram recuperadas as linhas arquitetônicas originais, assim como as peças de sua decoração que conseguiram resistir ao tempo: lustres de cristal, mobiliário, entre outros. Também foi revitalizado o busto "Clair de Lune", peça de petit bronze, que estava relegada à condição de ferro velho no depósito do palacete residencial. A peça foi restaurada por Fernando Luiz Pessoa e está exposta no interior do palacete. O brasão das armas do Estado também embeleza a fachada do Parque. Hoje o palacete abriga a sede da Secretaria Executiva de Cultura (Secult), responsável pela administração do local.

Para o jardim foram criados vários ambientes, a começar pelo orquidário, logo na entrada pela avenida Magalhães Barata. Feito em parceria com a Associação dos Orquidófilos e a antiga Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (Fcap), atual Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), o orquidário expõe espécies existentes na flora pan-amazônica, cultivadas no viveiro criado na UFRA, especialmente para atender o Parque.

Ao lado do orquidário, o pavilhão Frederico Rhossard é utilizado para lançamento de livros, apresentação de bandas de música e outros eventos do gênero. Em seguida, encontra-se um espaço com fonte e chafariz, flanqueado por bancos, a Praça das Águas. Sentado ao banco, uma surpresa: a estátua de Ruy Barata, um dosilustres representantes da poesia e literatura paraenses. A criação e execução foi do artista plástico e arquiteto Luiz Fernando Pessoa, dando ao lugar o nome de Canto do Paranatinga, uma referência a um dos sobrenomes do poeta.

Seguindo o rumo da Alameda das Icamiabas, que corta o parque em toda a sua extensão, mostrando detalhes de desenhos indígenas, chegamos ao Restô do Parque, que funciona para almoço, com buffet a quilo internacional, e jantar, com cardápio à la carte, com destaque a pratos típicos da região.

Mais adiante, outra praça, desta vez a Praça do Trem, onde está localizado um velho vagão da finada Estrada de Ferro Belém-Bragança. Foi restaurado e virou a Sorveteria Vagão onde são servidos os especialíssimos sabores da Amazônia ­ frutas como cupuaçu, murici, graviola e bacuri.

Na diagonal do vagão está o anfiteatro para apresentações ao ar livre. E, no final da alameda, a Estação Gasômetro, antiga estrutura de ferro inglesa, que pertenceu à Companhia de Gás do Pará. Agora, é um teatro com capacidade para 400 pessoas, onde são apresentados espetáculos de música e artes cênicas. Nas laterais do teatro, o público tem acesso à lojinha de artesanato e produtos culturais, tais como livros e revistas, ao Café da Luz e à Subestação dos Frios.

Nas proximidades da loja mais uma das relíquias que compõem a história dos paraenses: o antigo cadillac oficial do governo do Estado, adquirido pelo governador Magalhães Barata, na década de 50, sendo o único modelo daquele ano existente no Brasil.

Além de representar um belo e agradável local para passeios, o Parque da Residência é parte integrante do resgate da memória cultural paraense. Vale a pena conferir.

Serviço - O Parque da Residência fica na Av. Magalhães Barata, 830 (entrada principal), entre as Travessas 3 de Maio e Castelo Branco. Há também outra entrada pela Trav. 3 de Maio. Fone: (91) 3219-1221. Funciona de terça a domingo, sempre das 9 às 23 horas. Entrada franca.

A Secult funciona em seu horário padrão, de segunda à sexta, das 8 às 14 horas (expediente externo) e das 14 às 20 horas (expediente interno). O Restô do Parque funciona das 11h45min às 15h30, para o almoço e quando não há eventos, das 20 horas às 11h30, para o jantar. Fone: (91) 3229-8000. A Sorveteria Vagão funciona das 9 às 23 horas. A Butique Empório das Artes funciona das 9 às 18 horas. Fone:(91) 3219-1211.

Fonte: paratur.com

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