sexta-feira, 1 de julho de 2011

Diáconos e novos desafios


Diáconos e novos desafios

Os diáconos permanentes da Arquidiocese da Paraíba que não participaram do 2º Congresso Latino-Americano e Caribenho do Diaconado Permanente, ocorrido entre os dias 24 e 29 de maio passado, refletiram em seu encontro mensal de junho sobre as pistas que brotaram desse encontro, a partir dos textos ali produzidos.

Os três pontos que norteiam o Ministério Diaconal – ver, ouvir e agir -, discutidos no Congresso, suscitaram novas reflexões e tomadas de posições de nossa parte para, em consonância com as diretrizes pastorais no âmbito da Arquidiocese da Paraíba, levar adiante de forma concreta.

Partilhamos o histórico da caminhada de diáconos, já no tempo da igreja primitiva, pela graça sacramental a eles concedida, foram indispensáveis para edificar projeto do Reino de Deus. Restaurado como ministério permanente hã quase cinquenta anos pelo Concílio Vaticano II, o diaconado é um dom para a Igreja, como ressaltam bispos, padres e leigos.

Os novos desafios colocados para os diáconos à luz desse Congresso e de documentos já existentes produzidos em Conferências Episcopais e outros encontros, atiçaram em nós da Paraíba a ânsia por avançar, porque a messe ganha proporções imensuráveis e os trabalhadores estão reduzidos.

Os diáconos são chamados, ainda mais, a imitar o rosto de Cristo onde estejam e, na dupla sacramentalidade, a ser sinal da Igreja doméstica. O apoio da esposa, dos filhos e da comunidade onde estamos inseridos é fundamental no desenvolvimento do nosso ministério. As palavras animadoras do Congresso Latino-Americano e Caribenho são adubo para a terra esturricada do nosso coração e em nosso redor, resta-nos regar com a enxurrada de água saída da Palavra de Deus, e esperar a colheita.

Depois deste primeiro momento de reflexão sobre este Congresso, teremos novos encontros para meditar e aprofundar a espiritualidade do diácono com fundamentos bíblicos a partir do “ver, ouvir e agir”. Da mesma reunião de junho, ficou a certeza de que os diáconos, ainda mais, devem copiar o grande gesto da Ceia da partilha de Jesus com seus amigos, quando Ele lavou os pés de cada um e exortou-os a fazer o mesmo.

Na Ceia e no gesto da Cruz, o diácono encontra base inesgotável para sua espiritualidade, orientação e força que impulsionam a avançar na missão caritativa. Somos chamados a integrar o movimento católico em favor de uma espiritualidade da paz. Não podemos calar-nos diante do clamor de irmãos sofredores e dos gemidos da criação.

Neste momento, quando tudo parece caminhar por veredas escuras, ao diácono cabe estender o olhar para a espiritualidade de libertação, e definir itinerário para Deus a partir de uma postura profética com raízes nos tempos da Igreja primitiva. As palavras do Congresso repicam em nossos corações, porque são sinceras, estimulantes e provocativas. Iremos continuar retirando o sumo do que existe de melhor desse e de outros documentos para que, reabastecidos, possamos prosseguir na caminhada fazendo aquilo que nos enche de alegria.

A V Conferência dos Bispos da América Latina e do Caribe, em Aparecida, quatro anos depois, continua ecoando, porque os diáconos foram classificados como apóstolos para novas fronteiras.

Diácono José Nunes

Arquidiocese da Paraíba
data do artigo: junho de 2011

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