segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

'IR AS CAUSAS E NÃO FICAR ..."


“IR AS CAUSAS E NÃO FICAR SÓ NOS PALIATIVOS”

Questionar, tentar remover as causas da miséria da fome e não ficar só atingindo os efeitos de forma paliativa reside toda a luta da Igreja.
Não podemos mais nos contentar só em socorrer de forma paternalista as necessidades prementes.

Evidentemente que, as urgências devem ser socorridas. A quem está morrendo de fome não se vai fazer discurso de justiça social... nós temos que dar o pão.
É hora de atacar as causas, mudar os sistemas injustos, as estruturas de pecado que levam a injustiça.

É hipocrisia, fingimento, falsidade ou diria até, comodismo de alguns, para não dizer, safadeza, profanar a Palavra de Cristo quando dizem:
“Pobres sempre tereis entre vós” (Mateus 26,11), achando que isso possa servir como um anestésico na consciência.

A estes que pensam assim, é bom lembrar-se de lerem o que Jesus irá dizer depois, em Mateus 25,44-46: “malditos, afastai-vos...”
Os pobres, a justiça social, sempre foi bandeira do evangelho, sempre foi escopo da Igreja de Cristo.
Ocorre que querem fazer a Igreja se calar, se fechar nas sacristias. Alguns meios de comunicação se metem a dar lições de doutrinas evangélicas, teológicas, bíblicas e pastorais. Não perdem ocasião para difamar a Igreja com interpretações maléficas e mentirosas.

Colocam o seu poderio de comunicação para berrarem contra qualquer ação da Igreja que beneficie os pobres e cobre a justiça social.
A Campanha da Fraternidade que se iniciou na quarta feira de cinzas com o lema: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”, quer levar todos os cristãos a refletirem a respeito da situação de injustiça social que está de forma estampada para todos verem e que marginaliza nossos irmãos mais necessitados.

É preciso entender que, a injustiça não é uma situação conjuntural, não é um estado de coisa que deva ser resolvido com paliativos ou esmolas para matar a fome. É um mal de estrutura. Injustiça estruturada, institucionalizada e orquestrada.

É bom lembrar que, no tempo de Jesus, a esmola era um meio privilegiado, integrado no sistema econômico para, remediar a injustiça. Dar esmolas, fazer de todo os bens individuais uma doação, podia ser a maneira de se fazer irmão dos indigentes, assumindo-se, portanto, sua situação ou seu estado (Atos 2, 42 – 47).

Não se tinha, ainda, consciência da alienação produzida por gestos de assistência. Não se tratava, ainda, de assumir ações coletivas para a transformação da sociedade.

Hoje, somos ainda solicitados a dar esmola. E é preciso confessar que certas situações dramáticas nos obrigam a esmolar. Mas sabemos que estes gestos supletivos não nos tornam irmãos das pessoas assistidas, mesmo quando, cheio de boas intenções, nós assim o desejamos.

Isto porque, objetivamente, aquele que dá e aquele que recebe não estão no mesmo nível...

É importante trabalhar pela instauração de uma sociedade que não fabrique mais pobres, isto é, por uma sociedade em que se realizem condições objetivas para que os homens se tornem livremente irmãos.

Precisamos de outras estruturas econômicas, outra maneira de ser cristão. Não se trata apenas de fidelidade a uma palavra “dê esmola”, cuja realização tranqüiliza a consciência.
É preciso acabar com uma sociedade baseada na exploração de uns pelos outros, no tirar proveito do outro pela sua condição social.

Portanto, a ação da Igreja, solícita e responsável, fiel ao evangelho, deve mesmo ir às causas e gritar por mudanças profundas e não contentar-se com o paliativismo.

A missão da Igreja de Cristo é denunciar tudo aquilo que se opõe a justiça do Reino. Denunciar tudo aquilo que se opõe à construção de uma sociedade melhor, justa e fraterna.

Em Gálatas 3,28, Paulo exprime bem a nova dimensão de uma existência, plenamente humana, revelada por Jesus.
“Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher, pois todos vós sois um só em Cristo Jesus.”

Mas, os privilégios têm suas raízes profundas. O mundo só se modifica lentamente. Nosso sistema social permanece, profundamente, marcado pela subordinação da mulher ao homem, dos pobres aos ricos.
O direito ao trabalho não é o mesmo para um e outro. A “organização social” é tal que, muitos subordinam suas vidas às tarefas subumanas, degradantes.

A miséria de muitos, procede em parte, da ganância de poucos que, num verdadeiro corporativismo, levam a muitos a condição de verdadeiros indigentes.

Nossa sociedade, infelizmente, permanece dominada pelos poderosos e gananciosos que, tiram da mesa dos pobres o “pão de cada dia’ deixando para estes, as “migalhas” que levam a desigualdade social.

A Igreja é, diretamente, desafiada todos os dias por esta desigualdade social, pelos privilégios de alguns.
Jesus questionou, bastante, fortemente os privilégios e as hierarquias que, a sociedade judaica estabelecia, tanto no domínio social, quanto no domínio religioso.

Pela sua solidariedade com os pecadores, com os pequenos, com os sem – lei, com os impuros, Jesus contestou fortemente as estruturas de uma sociedade que ousava se apoiar em Deus para justificar a separação entre aqueles que ensinam e os que escutam entre os que decidem e os que obedecem entre os que devem ser honrados e os que devem ser excluídos ou condenados a uma condição de miséria.

O contexto modificou-se, mas, não mudou muito a realidade das coisas. A sociedade continua tendo, como sempre teve seus marginalizados, excluídos, desclassificados, aos que ela (sociedade) dá apenas o direito do silêncio, da mordaça na boca.

Ainda não aprendemos a nos colocar à mesa para comer com os excluídos, marginalizados, para ouvi-los. É preciso entender que, paliativismo, simpatia e generosidade, não bastam para a transformação da história e como conseqüência, da sociedade.

É necessário buscar, a partir de agora, com a reflexão da Campanha da Fraternidade viver uma mudança real com o máximo de lucidez política e uma coragem profética enraizada na Palavra do Cristo.

Que a Luz do Espírito Santo possa conduzir o povo de Deus, dando a todos nós sabedoria e discernimento, afim de, acolhermos o Reino de Deus em nossas vidas e em nossa história.

Diácono Luiz Gonzaga
Arquidiocese de Belém – Pará/ Amazônia – Brasil.

diaconoluizgonzaga@gmail.com
diaconoluizgonzaga.blogspot.com.br

Diácos X Padres....


Diáconos X Padres
Quem perde?
A igreja católica.

Gostaria de comentar o texto publicado pelo diácono permanente José Carlos Pascoal, assessor de comunicação do CND, publicado em 09/11/09 na página da comissão nacional dos diáconos com o tema “acidental ou essencial” e acrescentar alguma coisa mais.

Meus irmãos, o Catecismo da Igreja Católica no nº 1571 diz: “...constitui um importante enriquecimento para a missão da Igreja”.
Mas, quem constitui esse enriquecimento para a missão da igreja? Os diáconos permanentes.
Eu fico então a me perguntar: - Até onde isto que diz o catecismo pode ser aproveitado pelo povo de Deus?

Após conversar com vários irmãos de diaconato, pude constatar toda uma angústia e em alguns até mesmo uma depressão espiritual por causa do diaconato.
Mas a que se deve isso? Os vários fatores. Poderíamos enumerar muitos, mas, vamos a alguns.

Somos muitas vezes deixados de lado. O enriquecimento que poderíamos produzir gerar na Igreja com nossa experiência de homens casados, pais de família, provedores de um lar, homens seculares, nos é castrado.

Somos chamados por Deus e pelo Sacramento da Ordem a vivermos uma missão de “serviço”. Cabem a nós diáconos permanentes “servir a todos”. Mas será que temos feito isto?

Infelizmente, a grande maioria dos diáconos permanentes do Brasil tem encontrado enormes dificuldades em seus ministérios. Não somos nem lembrados (como se refere nosso irmão diácono Pascoal da assessoria do CND em seu texto).

Como se não bastasse o esquecimento temos alguns padres que não nos aceitam não nos querem para o serviço do altar, muito menos em suas paróquias para o serviço ao qual fomos chamados e ordenados.
Ora, porque então convidar um homem para participar de uma escola diaconal? Porque então, tantas escolas diaconais pelo Brasil a fora? Porque então ter resgatado o diaconato a partir do vaticanoII se, aqueles que foram chamados, estudaram se prepararam, são homens íntegros, não podem servir, não podem colocar seu ministério a serviço de todos!

Ciúme, inveja, desrespeito, despreparo de alguns ordenados que, deixam os seminários cheios, robustos de liturgia e teologia, mas, estão completamente vazios estéreis de Deus, de caridade, de amor, de partilha de compaixão e misericórdia pelo povo de um “deus” que dizem servir.

É preocupante olhar em volta e observar uma paróquia com tantas comunidades (como aqui no norte do Brasil) e essas comunidades não serem atendidas espiritualmente por falta de padres ou diáconos ou leigos em condições de poderem transmitir a Palavra de Deus.

O pior acontece quando, dentro da paróquia, existe um diácono permanente e por capricho, orgulho ou vaidade do padre, este diácono não pode servir, não pode colocar-se a ‘servir a todos’, porque o “pároco” não quer diácono na sua paróquia, preferindo convidar o ministro da eucaristia (nada contra) ao diácono para realizar a Celebração da Palavra no domingo.

O diácono que se preparou por 3 ou 4 anos para o ministério é jogado no ostracismo. É deixado de lado como um saco de batata.
Ou ainda, quando alguns padres utilizam seminaristas que, muitas vezes ainda estão no primeiro ou segundo ano de filosofia não está nem na teologia, não receberam nem as “ordens menores” (leitorado e acolitato) e se enchem de vaidades. Vestidos como padres, ostentando o “clesma”, sentem-se “padres” sem ao menos saber para que lado vai a missa, mandando muitas vezes mais que os próprios padres, levando o diácono a situações constrangedoras.
O que aconteceria se após 7 ou 8 anos de intensa preparação para o presbiterado, depois de ordenado, na celebração de sua primeira missa, o padre fosse substituído pela freira e ele ficasse somente olhando?

O documento de Aparecida no número 206 diz: “Cada diácono permanente deve cultivar esmeradamente sua inserção no corpo diaconal, em fiel comunhão com seu bispo e em estreita unidade com os presbíteros e os demais membros do povo de Deus.”

Veja o que diz, “cultivar fiel comunhão com o bispo e em estreita unidade com os presbíteros...”.
Segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, a palavra “estreitar” quer dizer: “tornar mais íntimo”.

Bem que nós diáconos temos procurado este estreitamento, este “tornar-se mais íntimo” com os padres, mas, eles insistem em viver o afastamento, a separação ao estreitamento.

É claro e evidente que isso não é regra, pois se caso fosse, coitado de nosso povo e de nossa igreja. Temos padres fantásticos, envolvidos com a causa do Reino de Deus. Padres zelosos, acolhedores, amigos e íntimos dos diáconos e de seu rebanho. Padres que se preocupam com o diácono e sua família estão sempre perguntando como está o ministério, se está precisando de alguma ajuda maior para que possa fazer chegar o Reino aos irmãos. Vive na prática o papel de ‘pastor de almas’ e não de “administrador de gabinete paroquial”. Onde se encontra o “conselho paroquial”? Serve para algo em algumas paróquias? Ou só é denominação?

Segue o Documento de Aparecida dizendo no nº 206: “Quando estão a serviço de uma paróquia, é necessário que os diáconos e presbíteros procurem o diálogo e trabalhem juntos”.

Acho que isso é utopia que apresenta o documento. “Diálogo e trabalho juntos”. O que mais observamos são divergências, falta de amor e caridade. Arrogância e discriminação. Presunção e egoísmo por parte de alguns que tem na paróquia, a sua “fortaleza”, deixando somente entrar, participar da mesma, apenas aqueles que lhe agradam ou comungam do mesmo pensamento para não lhe contrariar.

Que fica bem claro. SOMOS MINISTROS SAGRADOS. Diz o documento157 (diretório do ministério e da vida dos diáconos permanentes) na página 89, nº 1: “Mediante a imposição das mãos e a oração consagratória, ele (diácono) é constituído ministro sagrado, membro da hierarquia. Esta condição determina o seu estado teológico e jurídico na Igreja”.

Assim sendo, o diácono precisa ser * R E S P E I T A D O*.

Não que queiramos honras ou glórias (2 Cor. 10,31 “quer comais quer bebais quer façais qualquer coisa, fazei-o para a glória do Senhor”), mas, que sejamos tratados com atenção e dignidade por parte de alguns que, sobem no presbitério para pregar o amor, a acolhida e a dignidade, mas, não vivem aquilo que pregam.

Ou será que tudo isso é fantasia? Não passa apenas de linhas escritas sem validade? Ou será que o sacramento da ordem somente tem valor para o grau, episcopal e presbiteral?

Graças a Deus e a Virgem de Nazaré, posso desenvolver meu ministério com tranqüilidade na paróquia em que sirvo hoje (Santa Rita de Cásia – Ananindeua/PA) e tenho se não, uma relação 100% com o pároco, pelo menos estamos procurando dialogar e trabalhar da melhor maneira possível, buscando o povo, tendo como escopo, o povo de Deus.

Antes de ir ‘trabalhar’ na paróquia de Sta. Rita, tive uma experiência horrível, muito dolorosa. Servia em uma comunidade do meu bairro, quando fui chamado para uma reunião na mesma. Lá chegando para a minha surpresa, ouvi do coordenador da comunidade que o padre havia dito que se eu continuasse a visitar e celebrar na comunidade ele (padre) tinha “poder” para fechar a mesma. Tudo isso por que segundo ele (padre) a comunidade estava dando mais atenção ao diácono do que a ele (padre).
Será que era porque eu estava mais presente do que o padre? Ouvia mais a queixa, o lamento a angustia a aflição do povo do que o padre? Visitava mais os doentes do que o padre? Procurava orientar mais o povo do que o padre? Será que era porque era periferia e eu estava lá, enquanto o padre...................!

Ora meus irmãos, isto não existe. Estamos todos no mesmo barco e remando para o mesmo lado. Jesus que é Jesus pediu a colaboração de doze homens, depois vieram mais setenta e dois e assim por diante.
Não professamos a mesma fé? Não estamos na mesma igreja? Não cremos no mesmo Deus? Então isto de fechar a comunidade não existe, é ciúme bobo que não leva a nada, pelo contrário, dispersa o povo de Deus.

O diácono não quer fazer às vezes do padre, não temos essa pretensão, nós temos plena consciência de que fomos ordenados para o serviço (altar, palavra e caridade). Ocorre que, não querem nos deixar. Não estão permitindo que sejamos “servidores de todos”. Se não estão nos deixando servir naquilo para o qual fomos ordenados, imaginem cuidar de uma paróquia.

Vamos ler o que diz o código de direito canônico: Cân.517, parágrafo 2: “Por causa da escassez de sacerdotes, se o Bispo diocesano julgar que a participação no exercício do cuidado pastoral da paróquia, deva ser confiado a um diácono...”. Q U I M E R A ?

Não quero ser arrogante, mas o nosso papel hoje, em um mundo pluralista, é o de ajudar em muito a igreja católica e para isso fomos ordenados. O diácono está a serviço para ir onde o padre não pode estar.

Agora: Não vão e não nos deixam ir. “É meu território paroquial e aqui entra quem eu quero”. Esta é a mentalidade de alguns padres, I N F E L I Z M E N T E, o que é uma pena. E assim quem perde? A igreja católica.

O Livro dos Atos 3,6 diz: “Eu não tenho nem ouro nem prata, mas dou-te aquilo que tenho”.
A igreja católica tem a nós, diáconos permanentes e não está nos aproveitando. A igreja não está nos oferecendo ao mundo, por capricho e inveja de alguns. Esta nos preferindo “CASTRAR” a lançar seus servidores para “águas mais profundas”. Somos chamados pelo Documento de Aparecida nº 205 a: “acompanhar a formação de novas comunidades eclesiais”.
Como acompanhar se não nos permite nem a chegar perto. Ou ainda, a comunidade ser fechada porque o diácono está lá ajudando na evangelização?

O Documento de Aparecida segue dizendo agora no nº208: “A V conferência espera dos diáconos um testemunho evangélico e impulso missionário para que sejam apóstolos em suas famílias, em seus trabalhos, em suas comunidades e nas novas fronteiras da missão”.

É o que todos nós queremos “SERVIR” como apóstolos, pela causa do Reino de Deus. É só nos deixarem, nos respeitarem, nos acolherem e reconhecer em cada um de nós diáconos permanentes, uma extensão do padre e da igreja católica nas comunidades.

Quero deixar claro uma coisa. Minha intenção não é fazer apologia contra padre a favor de diácono e sim buscar um despertar em todos nós, padres e diáconos para esse problema que a Igreja insiste em tapar com a peneira, mas que na realidade angustia a todos, pois quem perde como já me reportei é a igreja é o povo da periferia que não pode se deslocar para os grandes centros urbanos para participar da Santa Eucaristia. Acabam ficando sem a Eucaristia e sem a Palavra. Quem perde é o padre e o diácono que, ao invés de buscarem juntos a edificação do Reino de Deus aqui na terra, estão é dispersando a grande massa, ávida por escutar a Palavra de Senhor. E enquanto ‘brigamos’ os nossos irmãos que vivem de proselitismos, arrebanham as nossas ovelhas para o seu redil.

Vamos todos fazer uma grande meditação. Vamos todos buscar no respeito uns aos outros a sintonia e a harmonia necessária para juntos, remarmos a favor da mesma maré, do mesmo Deus do mesmo Reino e da mesma Igreja Católica Apostólica Romana da qual professamos.

Diácono Luiz Gonzaga (Arquidiocese de Belém- Amazônia- Brasil).
diaconoluizgonzaga@gmail.com

domingo, 21 de fevereiro de 2010

DIACONATO PERMANENETE



DIACONATO PERMANENTE

Nos últimos anos temos visto na Igreja o incremento do ministério do Diácono Permanente. Não resta dúvida de que os padres conciliares foram inspirados para esta restauração. A retomada desse ministério, como uma vocação própria, é uma grande riqueza para nós.
Tive a oportunidade de poder vivenciar várias experiências ligadas ao diaconato permanente, seja em minha paróquia, seja iniciando a escola diaconal em minha primeira diocese ou então continuando uma caminhada das mais antigas do Brasil, na arquidiocese anterior a que servi.
Percebi a importância e o valor do diaconato permanente, tanto no campo social como na presença evangelizadora da Igreja nos diversos âmbitos e também nas comunidades. Posso testemunhar por minhas experiências a riqueza da vida, da missão e trabalho diaconal o bem que se faz à Igreja.
Nem sempre as pessoas compreendem como esse passo que o Concílio Vaticano II nos deu foi profético. Muitos selecionam do Concílio apenas aquilo que querem e não acolhem esse grande dom que nos foi dado. Muitas comunidades no Brasil e no exterior já deram grandes passos nessa direção, enriquecendo a Igreja local com os diversos carismas e dons.
Se nos atualizamos com alguns números do Anuário Pontifício, ficamos impressionados com a vida diaconal em algumas dioceses nos Estados Unidos: Nova York conta com 377 diáconos, Los Angeles possui 261, e Boston com 257. Os pastores dessas megalópoles, com todos os seus desafios pastorais e sociais tão grandiosos quanto os nossos, souberam acolher a proposta conciliar e deram passos que hoje marcam o trabalho dessas Igrejas.
O importante é que “é preciso superar uma inércia ministerial das Igrejas, acostumadas a ver só um tipo de ministério ordenado na comunidade” (doc. 57 - pg. 22 – Estudos da CNBB - 1988). A ação do Espírito Santo se adiantou às nossas necessidades e missão.
Aqui na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro começou uma das primeiras iniciativas para a ordenação de diáconos permanentes ainda com o meu predecessor, Cardeal Dom Eugênio, sendo ele também um dos pioneiros na defesa desse ministério.
Tive a graça de suceder em Belém e aqui no Rio de Janeiro a Arcebispos pioneiros que trilharam esse caminho, e foram fieis ao Concílio, com a organização desse ministério hierárquico. Acredito que seria muito importante uma história dessa vocação, seus inícios, passos e com mais dados e fatos em nossa Igreja do Rio de Janeiro.
A nossa Arquidiocese criou a sua Escola Diaconal, onde os candidatos passam quase 5 anos de intensa formação doutrinal, pastoral e sacramental, de acordo com as horas-aula que são exigidas segundo os documentos que organizam a formação diaconal.
Com toda esta história e com o trabalho sendo bem desenvolvido, peço a Deus que nos envie muitas vocações para que possamos incrementar ainda mais, com o diaconato permanente, a nossa missão evangelizadora e catequética nesta grande cidade. Tive a alegria de ordenar, no dia 28 de novembro passado, o mais novo grupo de diáconos permanentes, que vem somar forças com aqueles que já caminham e servem a esta Igreja com generosidade e alegria. Agora necessitamos de olhar adiante e para o futuro.
Confio principalmente aos párocos o discernimento vocacional para que, consultadas as comunidades e os conselhos paroquiais, indiquem candidatos para serem encaminhados nessa direção. Em uma cidade como a nossa não podemos nos acomodar e sim nos colocar à escuta do Senhor para que saibamos acolher os trabalhadores que Ele envia para a messe.
Os párocos devem perceber em suas comunidades aqueles homens capazes de assumir essa caminhada vocacional, e também estar abertos para as vocações que lhe chegam espontaneamente ou indicadas por pessoas conhecidas que querem o bem da Igreja.
A própria comunidade paroquial é fonte de vocações desses homens que estão dispostos a uma doação mais radical e profunda pela causa do Evangelho. É um belo testemunho que temos ao nosso redor com tantas pessoas de diversas situações culturais e sociais se colocarem a serviço do povo de Deus com generosidade e alegria, autorizados pelas esposas e com a alegria dos filhos.
Somos chamados a dar testemunho e nos empenharmos numa lógica de comunhão ministerial, onde percebamos que a vida ministerial deve estar completa para que possa transparecer todo o múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, cabeça e fundamento de toda a vida vocacional na Igreja.
E que possamos, assim, perceber toda a riqueza de vocações e de serviços que existem no corpo da Igreja, onde todos estão a serviço de um único Senhor e de um único Evangelho. Todos, sendo diferentes na sua caminhada vocacional, e sendo diferentes no modo de vida na qual assumem os seus propósitos de bem servir à Igreja de Cristo, devem ter o firme propósito de completar em si mesmos o único ministério do Cristo, e do qual emanam todas as vocações.
Quero pedir, portanto, a todos os sacerdotes, e em especial aos párocos de nossa Arquidiocese, que, em comunhão com as diretrizes desta nossa Igreja particular do Rio de Janeiro, possam se empenhar para o frutuoso incremento das vocações diaconais. Quero reafirmar que estarei sempre empenhado, seguindo a linha de ação pastoral de meus predecessores, no desenvolvimento da vida diaconal em nossa Arquidiocese, com tanto vigor quanto tenho pelas vocações sacerdotais e religiosas.
Recordo que a seleção prévia dos candidatos nas paróquias já é um chamado, e se reveste de grande importância. A formação e o discernimento aperfeiçoarão esse chamado.
O caminho institucional é o que atualmente está em vigor: os nomes dos possíveis candidatos são enviados à Comissão Arquidiocesana dos Diáconos Permanentes (Cadiperj), e, uma vez aceitos, poderão ingressar no período do propedêutico, com duração de um ano, e ao seu término poderão ser inscritos na Escola Diaconal Santo Efrém.
Peço ao Senhor da Messe que nos envie boas e santas vocações diaconais para a nossa Igreja de São Sebastião do Rio de Janeiro. O cânon 385 nos recorda que: “O Bispo diocesano incentive ao máximo as vocações para os diversos ministérios”.
Assim respondo com alegria ao pedido que a Mãe Igreja me pede: promover as vocações em todos os seus ministérios, e, agora, aqui, especialmente, o ministério diaconal.
+ Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

REBELDIA SEM MOTIVO APARENTE


REBELDIA SEM MOTIVO APARENTE
Psicóloga Lúcia ABREU
A rebeldia é considerada praticamente uma condição da adolescência. Neste período da vida, eles resolvem testar o mundo à sua volta e, principalmente, os pais. É claro que existe uma inquietação saudável, de contestar as coisas e descobrir novos mundos. Entretanto, há jovens que apresentam um comportamento “rebelde” sem nenhum motivo aparente, transformando suas vidas e a dos familiares num verdadeiro caos. Pais e filhos travam batalhas diárias tentando impor suas vontades e, na maioria das vezes, sem chegarem a um acordo.
É inegável que os filhos têm estes tipos de atitudes para chamar a atenção dos pais. Hoje em dia falta limite, a criança que não tem alguém que a repreenda provoca de alguma forma. Quanto mais solta está, mais vai querer que o adulto olhe, desta forma o filho “avisa” que está carente, que precisa de alguém para dizer o que pode e o que não pode fazer.
Os adolescentes mais rebeldes são os mais amedrontados, por isso a criação de leis internas pode ser um bom caminho. É preciso negociar. No início estabeleça pequenas regras, que tem que ser combinadas e respeitadas pelas duas partes. Fale com firmeza, mas sem grosseria e cuidado com o tom de voz. Muitos pais em vez de falar, gritam e com isso acabam perdendo a autoridade.
A diferença entre as gerações de pais pode ser apontada como um dos principais provocadores da rebeldia sem causa dos adolescentes na modernidade. Os pais dos anos 50 e 60 não tinham diálogo com os filhos e eram autoritários. Depois, eles se transformaram e passaram a acreditar que sendo amigos teriam uma relação melhor com os filhos e, com isso, raras vezes diziam não.
A permissividade dos pais acarreta a falta de limites para os filhos, fazendo com que o adolescente se rebele sem motivos. Os pais perdem o rumo da educação dos filhos quando tentam ser amigos e esquecem-se de dar limites. Não adianta ser autoritário, mas sim ter autoridade. A autoridade tem que ser exercida com diálogo, mostrando principalmente o respeito que os filhos têm que ter aos pais.
Com certeza, dizer sim aos filhos é mais agradável do que dizer um não, mas, o que nos permite definir e demarcar limite, é o não. Estabelecer limites não é proibir tudo e sim definir o momento adequado para se conceder ou negar algo.
Atitudes de rebeldia por parte dos filhos afeta toda a família. Para os pais, gera uma sensação de incompetência e de impotência. Eles acordam para o fato de que os filhos cresceram, expressam suas vontades de forma diversa da deles, não seguem os parâmetros da família, são mais influenciados pela mídia e por amigos. Enfim, pai e mãe percebem que perderam o controle e que precisam voltar a conhecer seus filhos!
Os filhos também pagam o preço pela desobediência, pois a atitude provoca uma desorganização emocional. Eles sabem que quebram regras e se sentem culpados.
A melhor atitude a ser tomada é dialogar dentro de casa. Pais e filhos devem ser claros e precisos quanto às suas dificuldades. Devem expressar francamente seus medos, remorsos, falhas, limitações. Procurem expor suas reclamações, usando um tom de voz baixo e linguagem respeitosa só assim vocês poderão ajudá-los a reencontrar o afeto e a paz de que precisam.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

COMPETIR.


“COMPETIR”

A competição, no sentido de lutar por um mesmo objetivo, pode ser uma coisa saudável.
Motiva-nos a estudar mais ou a correr mais rápido. Não há nada de errado no desafio e no incentivo para se alcançar um objetivo.
Entretanto, quando o pecado abre uma brecha e entra no espírito de competição, o objetivo do sucesso pessoal é deturpado, tornando-se uma obsessão.
Essa competição pode tirar o foco de nossa atenção do objetivo final e mover-nos a fazer comparações com os outros. Isso torna errada a competição.
Vejamos o que nos diz Paulo:
(2 Cor.10,12) “ Não nos atrevemos a igualar-nos nem a comparar-nos a alguns dos que fazem a própria recomendação. Eles, ao contrário, ao se tornarem como medida de si próprio, acabam sem perceber”.
Infelizmente, a competição tornou-se tão comum em nossa cultura, que assumimos que ela é aceita por Deus de qualquer forma. Acontece que as escrituras não concordam com essa posição.
O ideal definido na Bíblia é a cooperação, a concórdia e a unidade entre os cristãos. Várias metáforas são usadas para descrever e exemplificar essa cooperação: somos parte de um todo, o “corpo de Cristo”, a “geração escolhida” e “sacerdócio real” (1 Cor. 12,27; Ef.2,20-22; 1 Pedro 2,9).
O presente do Espírito Santo para a Igreja Primitiva veio quando os cristãos “estavam reunidos no mesmo lugar” (Atos 2,1). O apóstolo Paulo falou, em várias ocasiões, sobre a necessidade da união no Espírito (Ef.4,3).
Quando Jesus visitou, Maria e Marta elas utilizaram os seus dons em servir. Maria sentou-se aos pés de Jesus, amando e sendo amada por Ele. Marta, uma mulher “realizadora” e prática, começou a preparar a comida e o lugar para o descanso do Mestre. Entretanto, Marta desviou-se de seu objetivo de servir a Jesus e começou a avaliar o desempenho de Maria. Ambas as mulheres estavam servindo com boa intenção.
O problema ocorreu quando Marta esqueceu o fato de que ambas “jogavam no mesmo time” e resolveu julgar a irmã (Lc.10,41-42).
Queridos, os dons do Espírito existem para que trabalhemos em harmonia uns para com os outros, conforme o Espírito Santo direcionar, para que, então, todo o corpo de cristãos trabalhe em conjunto.
(1 Cor. 12,7. 11-12) “ A cada um é dada uma manifestação do espírito para o bem comum... Mas tudo é realizado pelo mesmo e único espírito, repartindo a cada um como ele quer. Como o corpo, sendo um, tem muitos membros, e os membros, sendo muitos, formam um só corpo, assim é Cristo”.
Nós somos responsáveis pelo bem-estar uns dos outros, devemos rezar uns pelos outros, fomos chamados para ter um mesmo pensamento e viver em paz.
(2 Cor. 13,11) “De resto, irmãos, ficai alegres, restabelecei-vos, consolai-vos, estai de acordo e em paz; e o Deus do amor e da paz estará convosco”.
De fato, se uma discussão surge, devemos dar “preferência” ao outro – ou desistir de nossos direitos para alcançar harmonia.
(Rom.12,10) “ O amor fraterno seja afetuoso, estimando os outros mais que a si mesmo”.

Diác. Luiz Gonzaga (Arquidiocese de Belém /Pará – Amazônia – Brasil)
diaconoluizgonzaga@gmail.com

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

"O SENHOR DOS EXERCITOS"


“SENHOR dos Exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança.” (Salmos 84:12)
Senhor dos Exércitos… Esta passagem no Livro de Salmos nos revela este grande segredo, e quando realmente entendemos, aceitamos e praticamos esta confiança nEle… o milagre acontece.
Nestes dias, por causa da nossa filha, temos assistido, e muito, aos desenhos dos “The Veggie Tales” (Os Vegetais). São desenhos baseados em passagens e ensinamentos bíblicos, tem sobre Josué, Jonas, Gideão, o bom samaritano, e muitos outros! O que estamos vendo agora fala sobre “Davi e Golias” é uma história feita para crianças, algo muito lindo, e para falar a verdade, acho que eu e meu amor gostamos mais do que a Bella!!! (rsrsrsrsrs) O que sei é que esta história me despertou nesta noite, não a do desenho, mas a verdadeira em 1 Samuel 17:45, de como Davi enfrentou aquele gigante chamado Golias. E as palavras de Davi foram: “Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado.” Davi conhecia esse segredo!!! Por isso ele não teve medo de ir ao encontro do problema, pois sabia como solucioná-lo. Isso só veio a acontecer depois de 40 dias seguidos de muita afronta por parte de Golias, ele queria que “um” do exército de Israel fosse ao seu encontro para que lutassem cada um representando o seu povo, onde o lado que perdesse seria escravo do lado vencedor, mas Israel ficou tão em “choque” com o seu tamanho (+/- 3m de altura) que nenhum homem teve forças para ir ao seu encontro, foi quando surgiu Davi, que, com uma pedra, matou aquele gigante.
Mas a pergunta que ardeu em meu coração foi: “por que, muitas vezes, agimos mais como o exército de Israel e não como Davi?” Aquele povo já tinha visto Deus agir, livrar, fazer proezas em muitos outros momentos de suas vidas, mas “por que se esqueceram disso tudo naquele momento?” Não vou falar em tom de crítica contra este povo, e vou falar por mim mesmo (pois talvez você pense diferente…), mas eu sou igualzinho a eles!!! Os milagres acontecem todos os dias, seja provisão, livramentos, cura… e muitas vezes, quando surge um novo obstáculo, um novo “gigante” em minha vida, o primeiro pensamento que vem é: “Agora ta difícil… Não sei o que fazer… Será?” e, ao invés de clamar ao Senhor dos Exércitos por mais um milagre, me entrego à murmurações, lamentações, tristeza, dúvida… louvado seja Deus por minha esposa, que sempre que me vê desse jeito me lembra que nós servimos à um Deus que é poderoso para fazer muito mais do que pedimos ou pensamos (Efésios 3 : 20)!!! Mas… “Por que oscilamos tanto?” Se um dia fomos libertos, em Cristo, devemos viver como tais, livres, pois a verdade já nos foi revelada!!! “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32) O Senhor deseja ver o nosso posicionamento, fazer a nossa parte, que é “confiar nEle”. Como está em 1 Reis 18:21: “Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.” A pergunta foi lançada!!! Não vamos fazer parte deste povo que ficou sem resposta, que não teve forças nem coragem para defender a sua fé, mas sim daquele povo que pode levantar a cabeça e declarar: “Eu sei em quem tenho crido. Maior é o que está em mim do que o que está no mundo!!!” É isso o que Ele procura, pessoas decididas, verdadeiras, entregues não às suas dúvidas e medos, mas sim à certeza da vitória que um dia lhes foi revelada!!!
É hora de nos posicionarmos, não vamos esperar o próximo “gigante” surgir à nossa frente. Aquele que fez ontem, é fiel para fazer hoje, e fará amanhã também. Não estamos largados ao nada, sem ter a quem recorrer, mas nós temos um Pai que está disposto a tudo por Seus filhos. E Este pai está buscando estes filhos, pessoas que sabem que não estão perdidas, que tem Alguém em quem podem confiar. Ele só está esperando o seu chamado para vir correndo para socorrê-los, como está em João 4:23: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” Ele está olhando sobre a terra, buscando os Seus filhos!!! Não vamos esperar mais “40 dias de afronta” deste mundo para lembrarmos ou assumirmos nossa identidade. Vamos fazer como Davi: “Eu sou filho, e o meu Pai, além de pai, é o Senhor dos Exércitos. A quem temerei?”
A guerra já está declarada, uma guerra não só contra o mundo com todo o seu engano e maldade tentado nos oprimir mais e mais a cada dia, mas uma guerra também contra o nosso próprio “eu”, que em muitos momentos insiste em lutar na sua força ou na sua forma de pensar, onde o resultado sempre vem a ser decepção, dor… Você pode olhar para esta palavra e pensar: “Você não sabe a luta que é o meu casamento…” ou: “Eu não acho emprego em lugar algum…” ou: “Esses meus filhos, não sei mais o que fazer…” Sei que as lutas são muitas e que os “gigantes” se levantam a cada dia, mas… devemos lembrar e confiar que maior do que qualquer “gigante” é o nosso Deus!!! Sei que não é fácil, mas devemos vencer o nosso “eu” e entregar estas lutas a quem realmente pode vencê-las, o Senhor dos Exércitos. E declarar, seguindo o exemplo de Davi: “Problemas, no casamento… emprego… filhos… eu venho a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, a quem tens afrontado.”
Não desista desta luta, fique firme, sem dúvida você verá mais um “gigante” caindo derrotado à sua frente. Como está em Romanos 8:37: “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.”
Diácono Luiz Gonzaga (Arquidiocese de Belém)
diaconoluizgonzaga@gmail.com.br

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Não deixe a benção...


Não deixe a sua benção ser transferida para outro

Você já imaginou, Deus resolve te abençoar: aquele sonho que você tinha na vida esta prestes a se tornar realidade, a casa dos seus sonhos, o carro que tanto queria seu casamento realizado com festa e tudo, a viagem dos seus sonhos. Der repente tudo isso que era para você, é transferido para outro. Você ficaria decepcionado, arrasado ou até choraria não é mesmo?


Eu tenho uma triste noticia para você, muitas bênçãos de Deus, que são para você, são transferidas para outros e você nem percebe.


A bíblia diz: que Deus já nos abençoou. Efésios 1:3 - "Bendito o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais, nos lugares celestiais, em Cristo".
Deus já nos abençoou;
Ele já nos abençoou com todas as bênçãos;
Essas bênçãos estão armazenadas num lugar chamado "lugares celestiais";


É a nossa fé que traz as coisas que já nos pertencem.
Mas infelizmente, por causa do pecado, por não perseverarem, por não ter paciência de esperar essas bênçãos, e até por falta de Fé, elas podem ser transferida para outros, não deixe isto acontecer.


Uma vez tinha um homem, que era bem de vida, mas era um homem de cara fechado, carrancudo, vivia sempre de mau humor.
Um dia ele estava no caixa de um supermercado, esperando sua vez de passar a sua mercadoria.
Uma senhora já de idade estava com alguns Paes e leite, e pediu permissão ao homem para passar a sua frente, era rapidinho
Disse a senhora: meu filho, deixa eu passar a sua frente, é rapidinho, e o senhor tem muitas mercadorias para passar.
O homem respondeu: em primeiro lugar, eu não sou seu filho, faça como todos esperem a sua vez.
A mulher coitada ficou triste, mas não abriu a sua boca, e ficou na fila aguardando a sua vez. Quando era a sua vez de passar seu pão e leite, tocou a sirene da loja, fogos de artifício foram soltos, confetes, foi àquela festa. O supermercado estava completando o seu milésimo cliente, e como premio a pessoa contemplada poderia gastar de graça três mil reais em mercadoria.
O homem ficou com cara de bobo, se ele tivesse deixado a senhora passar a sua frente, o próximo era ele, o premi0o era para ele, mas por causa da sua ignorância ele perdeu a sua benção.


Passando esse episódio para o mundo espiritual, quantas pessoas perdem sua benção, aquilo que Deus preparou para ele, é transferido para, por causa das suas atitudes e muitas vezes até pecado contra Deus.
UM EXEMPLO BIBLICO:
Texto básico: I Sm 2. Este texto fala que por causa do pecado o sacerdócio de Eli foi transferido a Samuel
No v. 12 diz: – Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não conheciam o Senhor”.
O v. 17 afirma que "era, pois muito grande o pecado desses jovens perante o Senhor, porquanto os homens desprezavam a oferta do Senhor.
O que podemos perceber é que estes jovens estavam entregues a si mesmos, faziam o que era mal aos olhos do Senhor, sendo desobedientes, e desprezavam a oferta do Senhor. Eli que era o sacerdote, e seu pai, não corrigiram seus filhos, então Deus levantou um homem, para dizer ao sacerdote:
Não me manifestei, na verdade, à casa de teu pai... E eu o escolhi dentre todas as tribos de Israel para sacerdote, para oferecer sobre o meu altar, para acender o incenso e para trazer o éfode perante mim; e dei à casa de teu pai todas as ofertas queimadas dos filhos de Israel. Por que dais coices contra o sacrifício e contra a minha oferta de manjares, que ordenei n a minha morada, e honras os teus filhos mais do que a mim, para vos engordades do principal de todas as ofertas do meu povo de Israel? I Samuel 2:28-29
Eu o escolhi – Você foi separado, para que a glória de Deus fosse manifesta dentre todas as tribos. O sacerdote Eli negligenciou ao seu chamado, consentiu que seus filhos pecassem contra Deus. E o mais triste aconteceu, Deus o substitui pelo profeta Samuel.
Deus decidiu, não tenho mais compromisso contigo, (v.35) E eu suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o meu coração e a minha alma, e eu lhe edificarei uma casa firme, e andará sempre diante do meu ungido. Tome muito cuidado a benção que seria para você pode ser transferida para outro. Deus tirou o sacerdócio de Eli e passou para Samuel,


OUTRO EXEMPLO BÍBLICO
No cap. 8 de I Samuel, o povo pede a Deus um rei, e o escolhido foi Saul.
Saul, era moço e o mais belo da sua tribo, Benjamim. Samuel o unge rei, como havia sido designado pelo Senhor. Saul com passar do tempo começa a cometer vários erros em seu reinado.
E um desse erros cruciais foi, desobedecer a Deus. Através de Samuel, o Senhor deixara uma ordem: exterminar os amalequitas! Tudo seria deveria ser destruído, até os animais..
Saul desobedece e faz acordo com o rei Agague, e poupa sua vida e leva consigo os animais do rei. Na sua chegada Saul é repreendido pelo profeta Samuel. I Samuel 15:22 “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.”
E Samuel dá uma sentença a Saul dizendo: PORQUANTO TU REJEITASTES A PALAVRA DO SENHOR, ELE TAMBÉM TE REJEITOU A TI, PARA QUE NÃO SEJAS MAIS REI. I Samuel 15:23
Que tristeza para Saul, ser substituído, ser trocado. E Deus colocou em seu lugar a Davi um homem segundo o coração de Deus. Quando Davi chegou, o Senhor disse a Samuel: "Unge-o! É esse!". Samuel tomou o vaso de óleo e ungiu Davi na presença de seus irmãos. Desde então, repousou sobre Davi o espírito do Senhor.
Conclusão: A benção que Deus tem, é para você, não deixe ser transferida para outro, tome posse daquilo que esta reservada para sua vida.