quinta-feira, 31 de março de 2011

“VAIDADE, SUCESSO E A PALAVRA DE DEUS”.


Hoje em dia, muitos cristãos querem que Deus se manifeste por meio deles. Querem receber poder divino e autoridade para curar as doenças e resolver os problemas financeiros e as desavenças no lar. Desejam ser capazes de realizar as obras do Senhor, testemunhar, curar enfermos e expulsar demônios. No entanto, não possuem esse poder. Um dos principais motivos por que muitos cristãos atualmente não obtêm prosperidade abundâncias, conquistas e não realizam as obras que Cristo operou dois mil anos atrás é que não estão dispostos a seguir o exemplo de Jesus.
Não querem humilhar-se nem caminhar em obediência, submissos à vontade de Deus.

Um espírito de erro tem invadido a Igreja. Doutrinas humanas ensinadas em muitas denominações religiosas contaminam e estimulam os cristãos a exaltar-se e a mostrar-se egoístas e intimistas. A Palavra de Deus ensina que devemos humilhar-nos: “Antes, o maior dentre vós será aquele que vos serve. Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado” (Mateus 23,11-12), pois não somos nada comparados ao Senhor. Jesus reconhece a sua dependência total de Deus: “Por mim mesmo nada posso fazer” (Jô. 5,30).
Paulo declara a igreja de Corinto: “Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas, consistiram de demonstração do poder do Espírito” (1 Cor. 2,4). O apóstolo não dependia da própria sabedoria ou de sua capacidade. Paulo não confiava em si mesmo, e sim no poder de Deus.

As teologias humanas que se infiltraram na Igreja ensinam os cristãos a confiar em técnicas de pensamento positivo e em filosofias e estratégias mundanas para alcançarem o grande sucesso financeiro em suas vidas.
Jesus, porém, ensinou-nos a humilhação, a negar a nós mesmos, a desconsiderar a nossa vida e a sacrificar-nos para alcançar os perdidos. Ele afirmou: “Quem perde a sua vida por minha causa a encontrará” (Mateus 10,39).
Disse também: “Qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo” (Lc.14,33).
Afirmou ainda: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; que ama seu filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mateus 10,37).

As teologias formuladas pelo homem ensinam os cristãos a preocupar-se consigo mesmo, a buscar o que podem conseguir sozinhos, pelo ato de “declarar” e “tomar posse” das promessas de Deus. Esses cristãos buscam satisfazer a sua natureza humana, ou seja, a satisfação da própria carne. Há muitas palestras e cursos sobre confissão positiva como usá-la para melhorar a auto-imagem e aumentar a auto-estima e o amor próprio.
Os cristãos são ensinados que devem sempre ser o primeiro, de ter e ser o melhor em tudo, de ser o “destaque” sempre, afinal de contas, são “filhos do Rei’.

Como resultado, muitos agora se preocupam apenas consigo mesmo, com os problemas, com as doenças, com os filhos, com os desejos pessoais, com as próprias “batalhas” espirituais. Deixaram de dar prioridade aos “perdidos da casa do Pai”.
Já é tempo de os cristãos perceberem que esse é um estratagema um sofisma do Diabo para que pensemos apenas em nós mesmos, em vez de cumprir a vontade de Deus e levar os perdidos para o Reino do Pai.

Não vivemos para nós, e sim para aquele que morreu e ressuscitou por nossa causa (2 Cor. 5,14).
Deus deseja que você seja curado, que seu casamento seja restaurado, que seus filhos sejam libertos das drogas, que seu cônjuge fique livre do vício, que você tenha satisfação no emprego e um ministério produtivo. Ele quer que tenhamos uma vida próspera em Cristo. Deus nunca planejou derrotas para nós!
Entretanto, há um detalhe fundamental a lembrar: o motivo de alcançarmos uma vida próspera não deve tornar-se um fim em si mesmo. Devemos ser prósperos para poder realizar a vontade de Deus!

O Senhor está conclamando o seu povo a humilhar-se e a não se importar mais com a própria vida. Ele busca cristão que estão dispostos a abrir mão de si mesmo para alcançar os “perdidos da casa do Pai” que dediquem seu tempo intercedendo por estes irmãos, que desistam das próprias necessidades e dos seus desejos para despender tempo, energia e dinheiro na propagação do evangelho pelo mundo.

Conhecer a vontade de Deus não é suficiente, boa vontade tão somente não basta. Os que fazem a sua vontade e caminham em obediência herdarão a vida eterna. Jesus disse: “Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram” (Mateus 7,14).

Não conseguiremos ser obedientes a Deus se não estivermos dispostos a humilhar-nos diante dele, aceitando ser servo de todos. Jesus, o Filho de Deus, humilhou-se e tornou-se Servo. Temos de estar dispostos a fazer o mesmo.
“Humilhen-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que Ele os exalte no tempo devido” (1 Pedro 5,6).

Que a Luz do Espírito Santo nos conduza pelos caminhos do Senhor e que a Virgem de Nazaré, padroeira da Amazônia nos proteja com o seu manto sagrado.

Diácono Luiz Gonzaga
Arquidiocese de Belém – Pará – Amazônia – Brasil

diaconoluizgonzaga@gmail.com

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