segunda-feira, 27 de junho de 2011

É sempre tempo de missão.


Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ

Somos um povo missionário! Impossível ser discípulo de Jesus sem viver a vida anunciando e proclamando a Boa Notícia da Salvação. A consciência da Missão Permanente ou Missão Continental cada vez mais nos questiona e alimenta nossa vida pastoral e evangelizadora. Tudo o que fazemos ou organizamos está dentro dessa perspectiva que Cristo deixou claro para nós, seus discípulos: Ide a anunciai!

Neste domingo, leremos no Evangelho a conclusão do chamado "discurso missionário" (Mt 10). Entre outras atitudes que temos nessa perícope, aqui Jesus dispõe o coração de seus discípulos para que assumam pelo menos duas atitudes importantes e necessárias para quem é convidado a anunciar o Reino: a vocação, com as suas exigências, e a missão como acolhida.

Esta é uma Palavra que é para todos os cristãos, pois todos somos missionários. Primeiro, a vocação deve ser vivida no amor. Jesus fala claramente do amor (v. 37) e da vida (v. 39). Está em jogo a escolha "por um amor maior." Amor aos familiares – legítimo e abençoado – vem observado e comparado com o amor por Jesus. Somente à luz desses dois valores (amor e vida) pode-se entender a prioridade ao Amor de Deus que, consequentemente, nos leva a amar de maneira correta os nossos familiares e a viver coerentemente a nossa vida. Somente na perspectiva do amor e da vida têm sentido as exigência da vocação para a missão com Jesus; somente por amor é possível fazer escolhas difíceis, que são incompreensíveis para aqueles que estão fora dessa lógica. Diante do bem supremo – que é sempre e somente Deus – é dado o devido peso também para os valores humanos importantes, tais como os laços familiares ou os interesses profissionais, reservando, no entanto, a Deus o primeiro lugar, a primeira escolha. Como pano de fundo deste texto, temos o primeiro mandamento da Lei de Deus: Amar a Deus sobre todas as coisas.

A linguagem de Jesus ("Tomar a sua cruz”, “perder a vida”) é escandalosa, parece absolutamente cruel, mas é a única palavra que livra das ilusões e que nos faz verdadeiramente encontrar a vida (v. 39); o caminho da cruz é o único que acaba na vida real: a ressurreição. Esta mensagem aplica-se tanto ao missionário que prega o Evangelho como àqueles aos quais ele anuncia. A essa radicalidade também convoca Paulo (Rm 6,3-4.8-11): pelo batismo somos chamados a "andar em uma vida nova" (v. 4), porque "já morremos com Cristo" e "viveremos com Ele" (v. 8.11).

A adesão a Jesus excede qualquer outro vínculo. A primazia de Jesus não é apenas estabelecida e reconhecida em palavras, mas, concretamente, no seguinte: "Quem não toma a sua cruz e me segue, não é digno de mim." O caminho da Cruz é uma nova maneira de ver as coisas e de agir, avaliar e escolher: o caminho da cruz é o caminho da auto-doação, solidariedade e renúncia a fazer de si mesmo o centro em torno do qual tudo deve girar. Mas sem medo: esta lógica, tão diferente da habitual, não gera a morte, mas dá a vida: "Quem perde sua vida por minha causa vai encontrá-la." Nenhuma dualidade, nenhuma maneira antropológica ou escatológica de entender essa afirmação. Não se trata de perder a vida "material para o benefício daquela "espiritual", nem se trata apenas de perder a vida neste mundo para encontrá-la no outro. É, antes, uma vida que atinge o homem, aqui e ali: uma maneira de viver melhor no mundo, uma vida boa, que é forte o suficiente para superar até mesmo a morte.

O segundo grande tema missionário deste domingo é a acolhida. É exemplar a hospitalidade que a mulher de Sunam e seu marido oferecem ao profeta Eliseu, mas é também a gratidão deste "homem de Deus" para com o casal estéril. Após ter consultado seu servo Giezi, Eliseu profetiza que em breve terão um filho (2Rs 4,8-11.14-16a). Trata-se de gestos de hospitalidade mútua, oferecidos em gratuidade. No Evangelho deste final de semana, Jesus elogia o gesto simples, de forma gratuita, "quem dá mesmo um copo de água fria" (Mateus 10, 42). Note o detalhe da água fria, particularmente agradável em países quentes. A missão como acolhida, vivida seja pelo missionário seja pelo povo com quem ele trabalha, tem seu fundamento na identidade que Jesus estabelece entre Ele e os seus: "Quem vos recebe, recebe a mim" (v. 40), palavras que ecoam no juízo final: "Eu estava com sede e me destes de beber" (Mateus 25, 35).

Evangelizar é entregar a vida, acolher é evangelizar, é também ir ao encontro do outro. É experimentar a verdadeira vida e proclamá-la aos irmãos e irmãs.

Abre-se aqui todo um capítulo da cooperação missionária para as obras de evangelização no mundo inteiro, que é um direito-dever de todo batizado, ainda de acordo com as formas válidas da oração, sacrifício, oferta em dinheiro ou gêneros, como também em novas formas, tais como: a informação e formação missionária do Povo de Deus, visitas às jovens comunidades cristãs, acolhida, diálogo e anúncio do Evangelho aos imigrantes (legais ou ilegais), refugiados e outros; compromisso dos líderes da política, economia, cultura, comunicação social pela construção de um mundo mais justo, fraterno, solidário na distribuição, intercâmbio e gestão dos recursos humanos e materiais, realmente para o benefício de todos no mundo, com especial atenção para os fracos e necessitados.

Desde a V Conferência do Episcopado Latino Americano e Caribenho fomos chamados a recomeçar de Cristo e, com a nossa vida em comunidade, sermos sempre mais discípulos-missionários, levando adiante essa missão permanente em todo o nosso continente. Este domingo será uma boa ocasião de nos examinarmos para descobrir como andamos nessa direção missionária.

Que o nosso coração abrasado pela experiência cristã nos conduza com entusiasmo a uma vida intensa, testemunhando Jesus Cristo Ressuscitado a tantas pessoas que, sedentas, buscam o encontro com Cristo – Caminho, Verdade e Vida.

Eucaristia é antídoto contra individualismo.


Eucaristia é antídoto contra individualismo

Afirma Bento XVI no Ângelus de hoje

CIDADE DO VATICANO, domingo, 26 de junho de 2011 (ZENIT.org) - Sem a Eucaristia, a Igreja não existiria, sublinhou hoje o Papa Bento XVI, ao introduzir a oração do Ângelus com os peregrinos presentes na Praça de São Pedro.

O Santo Padre recordou que, ainda que o Vaticano tenha celebrado o Corpus Christi na última quinta-feira, mantendo a tradição secular, esta festa é celebrada hoje em muitos países – entre eles a própria Itália –, por motivos pastorais.

Por isso, ele quis voltar a falar sobre o significado desta “festa da Eucaristia”, a qual “constitui o tesouro mais precioso da Igreja”.

“A Eucaristia é como o coração pulsante que dá vida a todo o corpo místico da Igreja: um organismo social baseado inteiramente no vínculo espiritual, mas concreto, com Cristo”, afirmou, insistindo em que, “sem a Eucaristia, a Igreja simplesmente não existiria”.

“A Eucaristia é, de fato, o que torna uma comunidade humana um mistério de comunhão, capaz de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus.”

“O Espírito Santo transforma o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo; também transforma todos os que o recebem com fé em membros do Corpo de Cristo, para que a Igreja seja verdadeiramente um sacramento de unidade dos homens com Deus e entre eles”, acrescentou.

O Papa afirmou aos presentes que, “em uma cultura cada vez mais individualista, como aquela em que estamos imersos nas sociedades ocidentais, e que tende a se espalhar por todo o mundo, a Eucaristia é uma espécie de ‘antídoto’".

O vazio produzido pela falsa liberdade pode ser muito perigoso, disse, e, diante disso, “a comunhão com o Corpo de Cristo é o remédio da inteligência e da vontade, para redescobrir o gosto da verdade e do bem comum”.

A Eucaristia “age nas mentes e nos corações dos crentes e que semeia de forma contínua neles a lógica da comunhão, do serviço, da partilha, em suma, a lógica do Evangelho”.

O novo estilo de vida que as primeiras comunidades já mostravam, vivendo em fraternidade e partilhando seus bens, para que ninguém fosse indigente, brotava “da Eucaristia, isto é, de Cristo ressuscitado, realmente presente entre os seus discípulos e operante com a força do Espírito Santo”.

“Também as gerações seguintes, através dos séculos, a Igreja, apesar dos seus limites e erros humanos, continuou sendo no mundo uma força de comunhão”, acrescentou.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

"Belém dos meus encantos".


Belém dos meus encantos.

Lá vem Belém,
moreninha brasileira,
com perfume de mangueira,
vestidinha de folhagem.
E vem que vem,
ligeirinha, bem faceira,
como chuva passageira
refrescando a paisagem.

Lá vem Belém,
com suas lendas, seus encantos,
seus feitiços, seus quebrantos,
seus casos de assombração.
E vem que vem,
com seu cheirinho de mato,
com botos, cobra Norato,
com rezas, defumação.

Lá vem Belém,
recendente, feiticeira,
no seu traje de roceira,
na noite de São João.
E vem que vem,
com seus banhos de panela,
alecrim, jasmim, canela,
hortelã, manjericão.

Lá vem Belém,
a Belém dos meus encantos,
dos terreiros, Mães de Santo,
das crendices, do pajé.
E vem que vem,
com sobrados de azulejo,
vigilengas, Ver-o-Peso,
na enchente da maré.

Lá vem Belém.
No dia da Trasladação
vela acesa, pé no chão,
sempre firme em sua fé.
E vem que vem,
o povo implorando graça,
sempre que a Berlinda passa
com a Virgem de Nazaré.

Lá vem Belém,
junto de Nossa Senhora,
dia do Círio ela implora
saúde, paz e dinheiro.
E vem que vem
o povão, o povo inteiro
porque Deus é brasileiro
e Jesus nasceu em Belém.

Sylvia Helena Tocantins
Escritora e membro da Academia Paraense de Letras.

A poesia “Belém dos meus Encantos” foi musicada pelo compositor paraense Edyr Proença. Recebeu a Medalha “E. D’Almeida Vitor” no VI Concurso Nacional de Poesia realizado em Brasília em 1985.

De presídio a polo joalheiro (São José Liberto), riqueza de Belém.


São José Liberto

O velho presídio agora é São José Liberto. Abriga o Museu de Gemas do Pará, o Pólo Joalheiro e a Casa do Artesão. O local, inaugurado em outubro de 2002, pelo então governador Almir Gabriel, está se tornando referência para o mercado joalheiro paraense por conta das jóias em ouro e gemas produzidas pelo talento dos ourives e designers paraenses. No local, o artesanato e as cerâmicas marajoara e tapajônica também ganharam espaço.

O prédio do antigo presídio levou quase dois anos para ser totalmente reformado, representando um investimento de R$ 8 milhões. A inauguração do Pólo Joalheiro também representa um novo estágio no processo de verticalização mineral do Estado que detém mais de 50% das reservas minerárias brasileiras, sendo o ouro um dos principais produtos explorados e comercializados em todo o país.

O Complexo foi inaugurado em plena semana do Círio de Nazaré. O objetivo foi homenagear os turistas, em especial os paraenses, que estão em Belém motivados pela energia positiva da maior festa religiosa do país. O antigo presídio foi palco de muitas rebeliões e sofrimentos.

A solenidade de inauguração reuniu autoridades, políticos, operários e artistas como a cantora Fafá de Belém. Além do padre Ronaldo Menezes que abençoou a obra e o artesão paraense Levy Cardoso que falou em nome da classe. O Complexo São José Liberto despertou nos artistas o sonho e a perspectiva de um futuro promissor para a carreira e para a comercialização de suas peças.

Museu de Gemas do Pará reúne peças com até 500 milhões de anos

O Museu de Gemas do Pará, instalado juntamente com a Oficina de Jóias e Casa do Artesão, no São José Liberto, reúne mostras com até 500 milhões de anos, como uma gigantesca pedra composta por pegmatito e quartzo com Turmalina, procedente do Vale do rio Tocantins, no sudeste do Pará.

O acervo do Museu conduz o visitante a um passeio pela beleza e brilho das ametistas, quartzos, turmalinas, diamantes, procedentes de várias regiões do estado do Pará e Rondônia. Todas as pedras estão em estado bruto. O Museu também conta a história desses minérios, regiões de origem e como o homem costuma utilizá-lo nas mais variadas formas e funções.

As peças da coleção do Museu de Gemas do Pará podem ser encontradas nas mais variadas pedras e tamanhos que chamam a atenção do público pelo simbolismo de um passado recheado de história dos antigos povos indígenas. No museu também é possível encontrar pontas de flechas confeccionadas em quartzo; calendários utilizados pela civilização Tapajó Konduri, originária na região dos rios Trombetas e Curuá, na região Norte do Pará.

A coleção do Museu de Gemas dedicou um capítulo especial ao muiraquitã. Encontrado em forma batraquial e cilíndrica, o muiraquitã é considerado um amuleto de proteção da atividade de caça e pesca pela Cultura Marajoara.

Os diamantes do estado de Rondônia também estão no acervo do Museu, que reúne ainda mostras das centenárias cerâmicas marajoara e tapajônica. Por causa da importância histórica e do valor de mercado das peças, o Museu só permitirá visitas monitoradas em horários pré-estabelecidos pela direção.

O antigo presídio São José tem 250 anos de história. A primeira função do prédio foi de convento construído pelos missionários Franciscanos da Província de Nossa Senhora da Piedade, sob a invocação de São José, em 1749. O edifício fora construído num terreno herdado pelo 13º capitão-mor do Pará, Hilário de Souza Azevedo.

Mas logo os frades seriam expulsos, por ordem do Marquês de Pombal, em 1758. O convento foi ocupado pelo governo, que transformou o local em depósito de pólvora, depois em quartel, em seguida abrigou uma olaria, um hospital e, em 1843, virou cadeia pública.

Dessa fase em diante, o local entrou para a história como prisão e fim de vida para dezenas de pessoas condenadas à morte. No São José também existia o "oratório", onde os presos passavam seus últimos momentos de vida antes do cumprimento da sentença de morte. Além dos homens e mulheres infratores condenados, o velho presídio também recebia os escravos, mandados por seus senhores para serem açoitados.

Na história recente do presídio também não faltaram episódios como as constantes rebeliões. Mesmo com a desativação do presídio em 2000, pelo governador Almir Gabriel, o carma do sofrimento continuou habitando o local. Durante as obras de reformas, o secretário de Cultura Paulo Chaves Fernandes disse ter sentido o "peso do negativismo" e do sofrimento retratado nas ínfimas celas que abrigavam dezenas de presos. "Mas atrás das agruras existia a liberdade, pois em muitas celas encontramos pinturas com motivos de pássaros e montanhas que representavam a liberdade daquelas almas condenadas", lembrou, emocionado.

A primeira reforma do prédio tinha ocorrido em 1894, por ordem do então governador Lauro Sodré. Houve ainda outras duas reformas, ocorridas em 1926 e em 1943. Esta última foi no governo de Magalhães Barata, com o início de obras para adaptação de estrutura e um conceito de sistema penitenciário. Entre os anos 50 e 60, recebeu a denominação de presídio São José, com novas mudanças nas instalações físicas.

Em 2000, o governador Almir Gabriel autorizou a desativação total do presídio, transferindo os presos para um novo presídio, construído no município de Marituba. Parcialmente restaurado e reciclado ganhou a carinhosa e poética denominação de "São José Liberto", abandonando definitivamente a imagem negativa, e dando espaço à luz, cores, brilho, trabalho, pesquisa, além de estimular a cultura e a fabricação de jóias, artesanato e a cerâmica do estado do Pará.

Museu Paraense Emílio Goeldi (Parque Zoobotânico).


O Museu Paraense Emílio Goeldi é a mais antiga instituição pesquisa na região amazônica, localizado em Belém, capital do estado do Pará (Brasil), cujas atividades se concentram no estudo científico dos sistemas naturais e culturais da Amazônia, assim como na difusão de conhecimentos e coleções relacionadas à região. É reconhecido mundialmente como uma das mais importantes instituições de investigação científica sobre a Amazônia brasileira.

O Século XIX foi o auge das expedições naturalistas à Amazônia. Desde os primeiros anos, acorreram à região viajantes ingleses, alemães, franceses, italianos, estadunidenses e russos. A abertura dos portos em 1808, tornou o Brasil mais acessível aos viajantes naturalistas e artistas que vieram com grande entusiasmo para estudar e retratar a natureza amazônica.

Em 25 de março de 1871, o governo do Estado do Pará instalou, oficialmente, o Museu Paraense [1], sendo Domingos Soares Ferreira Penna designado seu primeiro diretor. Mas sua instalação foi precária. Faltava pessoal e apoio para as pesquisas. As coleções existentes acabaram se perdendo pelas más condições de conservação. A produção científica praticamente se resumiu aos próprios trabalhos de Ferreira Penna, sobre Geografia, Arqueologia e outros assuntos. Com a morte do naturalista, nos primeiros dias de 1889, o Museus ficou acéfalo e acabou sendo fechado.

Na segunda metade daquele século, o enriquecimento da região, trazido pela exportação da borracha, propiciou a formação de uma "classe ilustrada", em Belém, responsável por um movimento cultural que deixou marcas, até hoje visíveis, na cidade. A criação de associações culturais, jornais e partidos políticos; a frequente visita de naturalistas, artistas e aventureiros; o embelezamento e urbanização da cidade, fizeram de Belém a "Metrópole da Amazônia".

Três ilustres republicanos foram responsáveis pela reabertura e reforma do Museu Paraense: Justo Chermont (o primeiro governador republicano), José Veríssimo (diretor da Instrução Pública e mentor da recuperação do museu, iniciada em 1891) e Lauro Sodré (governador a partir de 1893).

Influenciados pelo Positivismo (corrente filosófica que valorizava o saber como fato útil, prático e verdadeiro), esses homens perceberam a importância que o Museu Paraense - obra bastarda da Monarquia - poderia ter.

Em 1893, o governador Lauro Sodré mandou vir do Rio de Janeiro o naturalista suiço, Emílio Goeldi (Émil August Goeldi), demitido do Museu Nacional por questões políticas, após a Proclamação da República.

O zoólogo assumiu a direção do Museu com a missão de transformá-lo em um grande centro de pesquisa sobre a região amazônica. Sua estrutura foi modificada para enquadrá-lo às normas tradicionais de museus de história natural, e foi contratada uma produtiva equipe de cientistas e técnicos. Em 1895, criava-se o Parque Zoobotânico, mostra da fauna e flora regionais para educação e lazer da população. Em 1896, começou a publicação do Boletim Científico, com boa repercussão.

Grande parte da Amazônia foi visitada, realizando-se intensivas coletas para formar as primeiras coleções zoológicas, botânicas, geológicas e etnográficas. Goeldi contratou o excelente pintor e profundo conhecedor do ambiente amazônico, Ernesto Lohse, que ilustrou o livro “Álbum de Aves Amazônicas”, com sublimes pranchas. (Lohse viria a ser morto, durante a Revolução de 1930, à porta do Museu).

Na virada do século, o Brasil consolidava suas fronteiras. Nessa ocasião, os limites entre Brasil e França, no norte do Pará, estavam sendo questionados por ambos os países. As pesquisas que o Museu Paraense iniciava na região, levantando dados sobre a geologia, a geografia, a fauna, a flora, a arqueologia e a população, foram decisivas para municiar a defesa dos interesses brasileiros, representados pelo Barão do Rio Branco. Em 1º de dezembro de 1900, pelo laudo de Berna, na Suíça, sede do julgamento internacional, o Amapá seria definitivamente incorporado ao território do Brasil. Em homenagem a Emílio Goeldi, o governador Paes de Carvalho alterou a denominação do Museu Paraense, que passou a se chamar Museu Goeldi

Desde 1850, a Febre Amarela causava muitas mortes em Belém. Dentre suas vítimas, incluiram-se dois pesquisadores recém-chegados da Europa para trabalhar na Seção de Geologia do Museu Paraense. Emílio Goeldi decidiu, então, incorporar-se à luta contra a doença, procurando identificar as principais espécies de mosquitos da Amazônia, bem como o ciclo reprodutivo desses insetos. As pesquisas intensificaram-se a partir de 1902, quando Goeldi publicou, no Diário Oficial, um trabalho sobre profilaxia e combate à Febre Amarela, Malária e Filariose, antecedendo as recomendações que o médico Oswaldo Cruz faria quando esteve em Belém, em 1910.

Durante a gestão Goeldi, o Museu ganhou respeito internacional. Foram desenvolvidas pesquisas geográficas, geológicas, climatológicas, agrícolas, faunísticas, florísticas, arqueológicas, etnológicas e museológicas. O papel educacional do Museu foi reforçado com o parque zoobotânico, publicações, conferências e exposições.

Em 1907, após 13 anos de atividades incessantes em Belém, Emílio Goeldi retirou-se, doente, para a Suíça, onde veio a falecer em 1917, aos 58 anos. Seu conterrâneo, o botânico Jacques Huber, assumiu a direção do Museu Goeldi.

A Revolução de 1930 e o período posterior, marcado pela ditadura de Getúlio Vargas, foi o início da transformação pela qual o Estado brasileiro passaria. As velhas oligarquias agrárias estavam sendo substituídas por uma nova classe, representante do poder industrial. No Pará, o interventor Joaquim de Magalhães Barata nomeou o pernambucano Carlos Estevão de Oliveira para a direção do Museu Goeldi. De acordo com a ideologia do novo regime, caracterizada pelo populismo e pelo nacionalismo, foram recuperadas as dependências do Parque Zoobotânico (principal área de lazer da população), e alterou-se novamente o nome da instituição, para Museu Paraense Emílio Goeldi.

A partir de 1931, investimentos regulares na ampliação e equipagem do Parque Zoobotânico o tornaram reconhecido nacionalmente. Chegou a abrigar 2.000 exemplares de animais vertebrados, de centenas de espécies da região, muitas das quais raras ou pouco conhecidas. Esse crescimento foi possível graças à subvenção que o Governo Estadual impôs às prefeituras do interior, obrigando-as a remeter mensalmente animais e parte de sua arrecadação ao Museu Goeldi. Muitas espécies foram reproduzidas em cativeiro com sucesso, em especial répteis e peixes. Somente nos três primeiros anos de coletas sistemáticas, foram descritas cinco novas espécies de peixes, inclusive um gênero novo.

No início dos anos 50, durante o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, o Museu foi vinculado ao recém-criado Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), juntamente com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), instalado em Manaus, capital do estado do Amazonas. No dia 7 de dezembro de 1954, José Olympio da Fonseca, diretor do INPA, firmou com o governador do Pará, General Zacarias de Assunção, um Termo de Acordo pelo qual o Museu Goeldi seria administrado e recuperado pelo INPA, durante 20 anos. Com essa medida, o Museu Goeldi pôde, mesmo com dificuldades, intensificar suas pesquisas científicas.

Na década de 1970, a limitação do espaço do Parque Zoobotânico, impedia o crescimento do Museu Goeldi. Esse foi o principal motivo para a instalação de um campus de pesquisa, na periferia da cidade, para onde viriam a ser transferidos, os departamentos de pesquisa, biblioteca e administração. A transferência ainda não está completa, mas o Campus de Pesquisa já é o local principal da realização dos experimentos científicos e da guarda das coleções do Museu. O Parque Zoobotânico permanece como uma mostra viva da natureza amazônica e ponto de referência para o programa de educação científica do Museu Goeldi.

Atualmente, o Museu possui três bases físicas. A mais antiga foi instalada em 1895 numa área de 5,2 ha, atualmente conhecida como Parque Zoobotânico. Localizado no centro urbano de Belém, nele se encontram a Diretoria, as Coordenações de Administração e Museologia, a Assessoria de Comunicação Social e a Editora do Museu. O Parque é, atualmente, uma das principais áreas de lazer da população de Belém, além de ser utilizado como instrumento de educação ambiental e científica. Possui cerca de 2.000 árvores nativas da região, como samaúma, acapu e cedro, e 600 animais, muitos deles ameaçados de extinção, como o peixe-boi, a arara-azul, o pirarucu e a onça pintada. Possui, ainda, um aquário com uma mostra de peixes e ambientes aquáticos amazônicos. Além disso, mantém uma exposição permanente sobre a obra de Emílio Goeldi e as primeiras coleções formadas pelo naturalista. O Parque recebe mais de 400 mil visitantes anualmente, entre moradores de Belém e turistas.

Em 1980, inaugurou-se, nas imediações da cidade, um Campus de Pesquisa com 12 ha, para onde foram transferidas as coordenações científicas (Botânica, Zoologia, Ciências Humanas, Ciências da Terra e Ecologia), a Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna, o Arquivo Guilherme de La Penha, o Horto Botânico Jacques Huber e vários laboratórios institucionais.

A mais recente base física, a Estação Científica Ferreira Penna (ECFP), foi inaugurada em 1993, em 33.000 ha da Floresta Nacional de Caxiuanã, Município de Melgaço, a aproximadamente 400 km de Belém . A área foi cedida pelo IBAMA e a base foi construída com recursos da Overseas Development Administration (ODA), atual DFID/Reino Unido). A ECFP destina-se à execução de programas de pesquisa e ações de desenvolvimento comunitário nas diversas áreas do conhecimento (há aproximadamente 200 famílias vivendo no interior da floresta e arredores), possuindo excelente infra-estrutura para o desenvolvimento de pesquisas em ambientes de floresta primária, sendo muito visitada por cientistas de instituições nacionais e estrangeiras.

Desde o ano 2000, o Museu Paraense Emílio Goeldi saiu do âmbito do CNPq, ficando subordinado, diretamente, ao Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil.

Forte do Castelo, riqueza de Belém.


O Forte do Castelo do Senhor Santo Cristo do Presépio de Belém localiza-se na baía do Guajará, na ponta de Maúri, à margem direita da foz do rio Guamá, dominando a entrada do porto e o canal de navegação que costeia a ilha das Onças, atual cidade de Belém, no estado do Pará, no Brasil.

Após a conquista de São Luís do Maranhão, em Novembro de 1615, por determinação do Capitão-mor da Conquista do Maranhão, Alexandre de Moura, o Capitão-mor da Capitania do Rio Grande do Norte, Francisco Caldeira de Castelo Branco, partiu daquela cidade para a conquista da boca do rio Amazonas, a 25 de dezembro de 1615, com o título de "Descobridor e Primeiro Conquistador do Rio das Amazonas" (BARRETTO, 1958:33-34).

Com três embarcações - o patacho Santa Maria da Candelária, o caravelão Santa Maria das Graças, e a lancha grande Assunção -, e menos de duzentos homens, a expedição atingiu a baía de Guajará em 12 de janeiro de 1616 levantado, num pequeno promontório de terra à margem esquerda do igarapé Piri, um forte de faxina e terra, com alojamentos cobertos de palha, artilhado com doze peças. Batizado de Forte do Presépio de Belém, núcleo do povoado de Nossa Senhora de Belém, destinava-se a conter eventuais agressões dos indígenas e quaisquer ataques dos corsários ingleses e neerlandeses que freqüentavam a região.

No contexto do levante dos Tupinambás (1617-1621), a povoação e o forte foram atacados pelas forças do chefe Guaimiaba (em língua tupi, "cabelo de velha"), que pereceu em combate (1619). Danificada, essa primitiva fortificação foi substituída por outra mais sólida, de taipa de pilão e esta, por sua vez, em 1621, por uma terceira.

A nova fortificação foi erguida com um baluarte artilhado com quatro peças, um torreão e alojamento para sessenta praças, sendo batizada como Forte Castelo do Senhor Santo Cristo, ou simplesmente Forte do Santo Cristo (BARRETTO, 1958:35-39). De acordo com Jorge Hurley, o seu construtor foi Bento Maciel Parente. (OLIVEIRA, 1968:742)

Arruinada pelos combates e pelo clima, sofreu reparos em 1632 e 1712. O Provedor da Fazenda Real no Pará, Francisco Galvão da Fonseca, por carta de 20 de maio de 1720 comunicou ao soberano que a fortificação encontrava-se completamente arruinada. A Carta-régia de 30 de maio de 1721 autorizou os seus reparos e de outras fortificações da região, sendo contratado para tal, em Lisboa, o pedreiro Francisco Martins, com um salário de 800 réis por dia. Poucos anos mais tarde, em 1728, o Sargento-mor Engenheiro Carlos Varjão Rolim, foi trazido de São Luiz do Maranhão para dirigir os trabalhos de reconstrução do forte. Por uma planta de sua autoria, datada de 1740, sabemos que possuía "Porta e tranzito, Corpo da Guarda, caza que serve de prisão, armazém, baluarte e praça baixa." (OLIVEIRA, 1968:742)

Novos reparos foram efetuados em 1759 e em 1773 (GARRIDO, 1940:30-31; BARRETTO, 1958:39-40).

À época da Independência do Brasil, o forte foi reedificado, para ser desativado no Período Regencial pelo Aviso Ministerial de 24 de dezembro de 1832, que extinguiu os Comandos dos Fortes, Fortins e pontos fortificados, desarmando-os.[1] No ano seguinte, passou a ser denominado de Castelo de São Jorge, ou simplesmente Forte do Castelo, como até hoje é denominado (BARRETTO, 1958:40).

No contexto da Cabanagem (1835-1840) o forte foi utilizado como quartel-general pelos revoltosos, ficando quase em ruínas durante a troca de tiros com a armada do inglês John Taylor, contratado pela Regência para dar fim à insurreição.

O forte foi reparado e rearmado a partir de 1850 durante o governo de Jerônimo Francisco Coelho, Presidente da Província do Pará, quando o seu recinto interior foi objeto de limpeza e ganhou novos quartéis para tropa, Casa do Comandante, ponte sobre o fosso, portão e uma muralha de cantaria pelo lado do rio Guamá. Em 1868 ainda estavam em progresso obras complementares, estando a praça artilhada com vinte e sete peças: dois canhões Parrot, calibre 100 mm, dois canhões raiados Withworth calibre 70 mm (90 mm?), quatro obuses Paixhans calibre 80 (canhões Paixhans calibre 90 mm?), e dezenove antigos canhões antecarga de alma lisa: doze de calibre 24, dois de 18 e cinco de 9.[2]

Foi novamente desarmada, pelo Aviso Ministerial de 12 de dezembro de 1876 (10 de novembro de 1876 cf. SOUZA, 1885:67), passando a abrigar o Arsenal de Guerra (GARRIDO, 1940:31), antigo Trem de Guerra, até então alojado no Convento dos Mercedários, e depois no edifício da Enfermaria Militar, que ficava ao lado do forte. (OLIVEIRA, 1968:742)
[editar] O século XX

As dependências do forte foram utilizadas para diversas finalidades, tais como depósito de armamentos, munições ou outros materiais. No contexto da Segunda Guerra Mundial, serviu de quartel para uma bateria de Artilharia. (OLIVEIRA, 1968:742)

Na década de 1950 as suas dependências abrigavam diversos serviços da 8ª Região Militar. Encontra-se tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1962. Completamente descaracterizado, o monumento sofreu diversas intervenções no passado, entre as quais várias modificações para abrigar a sede social do Círculo Militar de Belém, que mantém no local um restaurante, um bar, depósitos e um salão de festas. Em 1978, tentou-se negociar a retirada do Círculo Militar e seu restaurante, para uma intervenção de restauração no imóvel. Em 1980, com as muralhas parcialmente destruídas, a edificação passou por obras de emergência para garantir a estabilidade do conjunto remanescente. Sob responsabilidade do Ministério da Defesa, a partir de 1983, com recursos da Fundação Pró-Memória, o IPHAN realizou obras de conservação e restauração no forte, um dos mais procurados pontos turísticos da cidade, por sua localização privilegiada e seu sentido histórico, integrando o complexo histórico e religioso da cidade velha em Belém.

Atualmente, nas instalações do Forte do Presépio, o Museu do Encontro conta um pouco do início da colonização portuguesa na Amazônia. Exibe também peças de cerâmica marajoara e objetos indígenas. No interior de suas muralhas ficam expostos antigos canhões e munição.

Museus em Belém.


O Renascimento dos Museus no Norte do País.

A cidade de Belém do Pará sempre foi conhecida pelos seus grandes contrastes e intenso exotismo. Infelizmente porém, tais características são ainda desconhecidas pela maior parte da população do país. Este desconhecimento se deve, em grande parte, ao crescimento do Brasil em direção especialmente à Região Sudeste, que se tornou o maior pólo socioeconômico-político e religioso da cultura nacional, seguida de perto pelas Regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste.

Quando se pensa em museus da Região Norte, naturalmente, e com razão, pensa-se numa das principais e mais antigas instituições museais do país: o afamado Museu Paraense Emílio Goeldi, fundado na capital da antiga província do Grão Pará em outubro de 1866, e detentor do título de primeira instituição dedicada à Ciência na Amazônia e que é, ainda hoje, referência no Brasil e no mundo devido ao acervo que possui, constituído de variadas e raras espécies vivas e em reprodução tanto da área de Botânica quanto da de Zoologia. Por outro lado porém, este parece ser o único Espaço Museológico conhecido e comentado por interessados e/ou profissionais do assunto, ficando a capital do Pará conhecida por ser a cidade de um só museu. Ledo engano.

Belém possui uma quantidade considerável de instituições museais importantes para o estudo dos museus e da Museologia e que, a exemplo de muitas outras instituições em outras regiões do país, sofreram e sofrem altos e baixos, conseqüência de más administrações, politicagem, desinteresse e incompetência de toda ordem, mas que se mantêm em pé por puro milagre.

Entre fins da década de 80 e início da década de 90, deu-se a boa notícia relativa à criação de dois espaços museais dos mais importantes para a história do Pará: os Museus de Arte de Belém e do Estado do Pará, locados nos respectivos Palácios Antônio Lemos, de 1885, e Lauro Sodré, de 1762–1771. A medida tomada pelo Governo na época, salvou da quase iminente ruína prédios que fizeram a história da região e que, hoje, compõem a malha patrimonial da cidade, tornando-a referência museológica quase obrigatória no norte do Brasil.

Dentro porém, de um período de quatro anos, deu-se uma nova estagnação: a cidade, detentora de um conjunto singular de prédios históricos, residências de época, logradouros públicos e igrejas, esperava, muda, por reformas. A região central era a mais comprometida, apesar de despontar, como única exceção, os Museus de Arte de Belém e do Estado do Pará, localizados também nos bairros centrais.

A grande virada ocorreu com o início do Projeto Feliz Lusitânia, encabeçado pelo Secretário Executivo da Cultura e amante confesso da cidade, o arquiteto Paulo Chaves. Este projeto, que representa a Revitalização Urbana do Núcleo Histórico da Cidade de Belém, já está concluído em sua maior parte. Compõe-se de três etapas: a) a criação do Museu de Arte Sacra do Pará, junto à revitalização da Igreja de Santo Alexandre e do Arcebispado, onde fica parte do Museu; b) a desapropriação, a restauração e a readaptação do casario colonial anexo à Igreja de Santo Alexandre, e que está em fase de conclusão; c) a restauração do Forte do Castelo – marco da fundação da cidade – e a restauração e a readaptação do antigo Hospital Militar, hoje transformado em Espaço Cultural – a Casa das Onze Janelas -, com um investimento orçado em R$18 milhões (dezoito milhões de reais). O Projeto também prevê a restauração da Catedral Metropolitana de Belém, próxima a todo o conjunto.

<< O MUSEU DE ARTE SACRA DO PARÁ >>

Cumprindo a primeira fase do Projeto, a capital do Pará conta hoje com o funcionamento do MAS. Localizado em um complexo que compreende a Igreja de Santo Alexandre e o Arcebispado de Belém - ambos datados do final do século XVIII -, o Museu foi criado no interior deste conjunto em 1998, com um acervo de 320 peças sacras, das quais 253 em exposição, provindas das coleções da própria Igreja e do Arcebispado, bem como da coleção de Abelardo Santos, composta de 200 peças adquiridas para integrar o conjunto quando da abertura do referido espaço. Em sua área térrea, o local apresenta também a Galeria Fidanza, um café e a boutique Empório das Artes. No primeiro pavimento estão localizadas as salas e corredores onde se encontram depositadas obras sacras bidimensionais e tridimensionais, enquanto que o segundo pavimento se destina ao Auditório, à Biblioteca, ao Laboratório de Restauro e à Reserva Técnica. A administração do espaço está localizada no sótão.

Com relação à Igreja, é interessante citar que esta não perdeu a sua função religiosa, ao contrário: ganhou amplitude de uso pois, atualmente, em seu interior, são apresentados concertos, lançamentos de livros etc.

A museografia foi composta de forma muito especial e cuidada: assina a iluminação o light e designer francês Jean François Hocquard, realizada toda em fibra ótica. Os espaços internos contam com vitrinas especiais feitas com o intuito de ressaltar os objetos, sem prejuízo porém, do que nelas está exposto, efeito que causa grande admiração do público. Todo o empreendimento foi orçado em R$ 9.537.341,60.

No bairro da cidade velha, próximo ao Museu de Arte Sacra, está o conjunto atualmente sob restauro composto do Forte do Castelo e do Palacete das Onze Janelas, que representam a execução da terceira fase do Projeto Feliz Lusitânia.

<< O FORTE DO CASTELO >>

O Forte do Castelo constitui um marco da fundação da cidade, tendo surgido em pleno século XVII, no mesmo ano em que a cidade foi fundada. Construído primeiramente de madeira e palha, era denominado Forte do Presépio, em alusão à partida da Frota de Castelo Branco do Maranhão em 25 de dezembro de 1615. Com o decorrer dos anos e após sucessivas modificações, o Forte foi tombado pala União em 1962.

Em 2002, através do Comando da 8a. Região Militar, o Governo do Estado do Pará e o Ministério do Exército formalizaram o contrato de alienação das áreas do Forte e do Palacete das Onze Janelas, que ficava próximo àquele, a partir de então sob a responsabilidade da Secretaria da Cultura, que deveria efetivar a transformação de ambas as áreas em futuros espaços culturais.

No Forte do Castelo encontra-se o Museu do Forte do Castelo de São Jorge (Cidade de Belém, símbolo e memória 1616–1912), que foi criado com o intuito de focar a colonização da Amazônia. Com as primeiras prospecções arqueológicas do terreno, o Museu já conta com uma infinidade de fragmentos de artefatos, como um cachimbo; uma espécie de escova de dente em terracota utilizada por índios; uma moeda de ouro da época do Brasil Colonial, de 1792, cunhada no reinado de D. José I, dentre muitos outros.

Foram retiradas várias partes de construções que, ao longo dos anos, descaracterizaram as instalações originais, procurando-se manter aquelas consideradas pertinentes ao aspecto geral do conjunto. Junto às pesquisas e às prospecções arqueológicas no local, foram encontradas também marcas da antiga Capela do Santo Cristo - datada do período de 1621 e 1626 -, entre o fosso do Forte e o ângulo setentrional do prédio.

O Museu cuidará de apresentar duas mostras de longa duração: na área interna, serão apresentados núcleos temáticos relativos à arqueologia brasileira e amazônica, à arqueologia urbana, à fundação da cidade, e ao próprio Forte, como núcleo fundador da cidade até 1962. Na área externa ficarão à disposição os materiais de artilharia do Forte, hoje completamente restaurados, e o mirante, próximo à Baía do Guajará, local de contemplação para a população e para o turismo em geral.

<< A CASA DAS ONZE JANELAS >>

O local é um dos poucos remanescentes em Belém pertencentes ao século XVIII que, junto ao Forte do Castelo e ao atual Museu de Arte Sacra, compõe o núcleo inaugural da cidade.

O palacete foi reformado ainda no séc. XVIII pelo arquiteto italiano Antônio Giuseppe Landi, que morou, casou-se e faleceu na capital. Posteriormente, o prédio foi adaptado pelo arquiteto Athaide Teive para servir de residência ao Governador. Com o passar dos séculos, também foi usado como hospital militar, sede da Guarda e depósito de materiais do Exército.

Hoje, após o completo restauro, sedia o primeiro Museu de Arte Contemporânea do norte do Brasil, com um acervo estimado em mais de 300 peças adquiridas pela FUNARTE, vindas também do Museu do Estado e de doações feitas pelo Banco Central, sempre com ênfase nas décadas de 70 e 80.

O Museu conta também com uma completa museografia, com enfoque na iluminação, fama já conquistada pelo MAS de Belém.

Junto ao Forte e ao Museu de Arte Sacra, a Casa das Onze Janelas irá recompor , para a população, o núcleo urbano mais primitivo da antiga Santa Maria de Belém do Grão Pará e integrará, com grande eficiência, a paisagem do local à história, ao lazer e à cultura.

<< ESPAÇO CULTURAL SÃO JOSÉ LIBERTO >>

Dando seqüência à revitalização dos espaços da cidade, conta-se finalmente com a restauração, re-adequação e abertura do Espaço Cultural São José Liberto.

O antigo presídio São José é uma construção datada do século XVIII, realizada pelos franciscanos da província de Nossa Senhora da Piedade, sob invocação de São José, em 1749, em terreno herdado do 13º Capitão-Mor do Pará, Hilário de Souza Azevedo, com a intenção de tornar-se um convento. Com a expulsão da Ordem pelo Marquês de Pombal em 1758, a construção passou a pertencer ao Governo, abrigando uma olaria, um hospital e, finalmente, em 1843, a cadeia pública, exercendo esta função até o ano de 2000, data de sua inauguração como Espaço Cultural.

O investimento foi orçado em torno de R$8 milhões, pagos pelo Governo do Estado, que pretendeu transformar o antigo presídio em um local que primasse pelo lazer e pela cultura na região. Hoje, a Associação São José Liberto congrega um espaço de 1.600 metros quadrados, composto por um Pólo Joalheiro, pela Casa do Artesão e pelo Museu das Gemas do Estado.

O Museu das Gemas do Pará tornou-se a grande atração do local, pois reúne peças com até 500 milhões de anos. Entre tantas, há uma rocha composta de pegmatito e quartzo com turmalina, procedente do vale do Rio Tocantins, no sudeste paraense, bem como quartzos, turmalinas, ametistas e diamantes, todas as gemas em estado bruto. Seu acervo também é composto de pontas de flechas confeccionadas em quartzo; calendários utilizados pela civilização Tapajó Konduri, encontradas na região norte do Pará; e os não menos famosos muiraquitãs marajoaras, amuletos de pedra em forma cilíndrica ou batraquial utilizados como protetores para a caça e a pesca, num total de dez exemplares.

Todo esse acervo visa explicitar, à população local e à turística, um pouco mais sobre as riquezas que têm sido exploradas ao longo dos anos na região e que costumam afluir para todo o país, restando, às vezes, muito pouca informação para o próprio povo paraense.

Este Museu, assim como os demais citados, vêm comprovar a importância do resgate da cultura, da valorização do patrimônio paraense e, conseqüentemente, do patrimônio brasileiro, e sobretudo, do papel hoje desempenhado pelo Governo junto à população, profundamente comprometido em resgatar a cidadania, ponto chave na educação de qualquer sociedade, e que, neste caso, tem sido realizada e exercida brilhantemente através dos espaços museais recém-criados.

Mercado Ver-o-peso. Riqueza de Belém-Pará.


Mercado Ver-o-Peso

A mais movimentada feira livre de Belém é o lugar onde se encontra uma amostra do universo de variedades que compõem a cultura paraense.

Mercado Ver-o-Peso, em Belém, mistura um passado
que continua vivo, com um presente cheio de inovações.

Doca do Porto de Belém, ao lado do Forte do Castelo, quem visita Belém não pode deixar de conhecer o famoso mercado a céu aberto. É lá que a cidade acorda há mais de três séculos, com a chegada dos barcos, bem cedinho.
Sua origem data da segunda metade do século XVII. Em 21 de março de 1688, quando resolveram estabelecer um rígido controle alfandegário na Amazônia, os portugueses criaram um posto de fiscalização e tributos - a casa do Haver-o-Peso. Uma balança e um funcionário público mediavam as transações comerciais da época.
Os tempos passaram e a feira, onde se vende e compra de tudo, continua sendo o mais bonito cartão postal de Belém.
O Ver-o-Peso é uma mistura de um passado que continua vivo, com um presente cheio de inovações que tentam adentrar naquele mundo. Começou com um ancoradouro simples, onde embarcações de todo mundo aportavam na Baía do Guajará, formada pelos rios Guamá, Moju e Acará. Atualmente ali encostam tanto os barcos de pesca quanto as pequenas canoas.


Atualmente, está sendo desenvolvido
um projeto de revitalização de todo o complexo


Obras arquitetônicas não faltam. Em meio a tanta simplicidade encontram-se traçados deslumbrantes como o Mercado Municipal de Carne, feito por Francisco Bolonha. O Mercado de Ferro, ou de Peixe, com suas inesquecíveis torres, é um dos cartões postais da cidade. À primeira vista, a impressão não é das melhores, mas vale a pena reparar nos detalhes das colunas e das escadas, todas em ferro forjadas em Londres e Nova York, foram montadas no local, o que da uma idéia do apogeu econômico do ciclo do látex na Amazônia. Ou mesmo o Solar da Beira, construção em estilo neoclássico, onde funcionava a antiga fiscalização municipal e atualmente é usado como espaço cultural.
Bem pertinho do ancoradouro, depois de passar pela feira onde pode-se comprar de tudo, encontra-se a Praça do Pescador, um local agradável onde pode-se observar uma bela paisagem.
O complexo Ver-o-Peso é formado ainda pela Praça do Relógio, Praça dos Velames e pelo Palacete de Bolonha. Este, foi um presente do engenheiro Francisco Bolonha para sua esposa Alice, em 1905. Hoje faz parte do patrimônio histórico da cidade. Construído com diferentes materiais importados, tem estilo eclético. Nele encontramos "art nouveau", elementos neoclássicos, góticos e barrocos. As telhas foram pintadas de forma a proporcionar um bonito jogo de cores à distância.
Ao todo são 26,5 mil metros quadrados, onde estão instaladas duas mil barracas e casas comerciais populares onde são vendidos, desde carnes, peixes, legumes, frutas, artigos regionais, artigos de umbanda, ervas medicinais, roupas e bijuterias. Apesar de parecer um grande varejão, a mistura de cores, cheiros e objetos é muito interessante, além de folclórica.

Praça do Relógio, um dos tantos marcos
arquitetônicos do complexo Ver-o-Peso

Mandingas, encantarias e remédios para todos os males são uma atração a parte na maior feira-livre do Brasil. As mandingueiras, chamadas de bruxas por muitos, são mulheres que vivem de misturar ervas, perfumes e pedaços de animais, criando "poções mágicas".


Mandingas, encantarias e
remédios para todos os males


Para as mandingueiras, qualquer problema tem solução. Os preparados são indicados para resolver vários problemas como traição, solidão, atrair bons negócios, espantar mau olhado e curar doenças. Na maioria das vezes, as mandingueiras convidam os visitantes a conhecer o poder das ervas amazônicas.
Atualmente, o Ver-o-Peso funciona como entreposto comercial de Belém, aonde barcos chegam às docas trazendo produtos do rio e da floresta, que depois serão vendidos nas barracas amontoadas no pátio junto do mercado de peixe. Ali são vendidas até 10 toneladas de peixe diariamente. Há também as barracas de cheiro, e a conhecida Feira do Açaí.
A feira, como o nome sugere, é um entreposto de comercialização do açaí, fruto que é produto básico da alimentação do paraense. A feira se ergue numa espécie de terraço construído ao pé da muralha do forte. Num dos extremos da feira, um quiosque abriga uma pequena loja de artesanato. Ali funcionou o primeiro necrotério da cidade.
Além da venda do açaí que vem das ilhas próximas, dispõe de bares onde os freqüentadores desfrutam da tranqüilidade de poder experimentar bebidas e comidas típicas ao sabor da brisa que sopra da Baía do Guajará.
Infelizmente, nos dias de hoje o cartão postal de Belém está um pouco abandonado, e para visitá-lo é preciso ter cuidado com bolsas, carteiras e máquinas fotográficas. A Prefeitura de Belém e o Instituto Herbert Levy estão desenvolvendo um projeto de revitalização do Ver-o-Peso, que já foi cantado em versos de Manuel Bandeira e Mário de Andrade. "A idéia é conseguir, junto a iniciativa privada, com a Lei de Mecenato, R$ 25 milhões para recuperar os prédios e garantir a limpeza e segurança total no complexo", diz o secretário municipal de cooperação e captação de recursos, Rodrigo Peixoto. Mas aparte os problemas, Ver-o-Peso é um lugar onde se encontra uma amostra do universo de variedades da cultura paraense. O intenso movimento dos barcos e o vai e vem das pessoas empresta um belíssimo colorido à paisagem, já bastante atraente pela variedade de produtos expostos à venda.

Praça do pescador, no complexo do Ver-o-Peso,
oferece sempre uma boa paisagem

Há muito a descobrir. É um mundo cheio de pequenos e interessantes detalhes. A maneira como as pessoas se comportam, andam, falam, é diferente. Um lugar muito diversificado, onde todos se encantam, às margens do rio onde nasceu Belém.


Uma amostra do universo
de variedades da cultura paraense


Sobre a cidade, já dizia Euclides da Cunha, "não se imagina, no resto do Brasil, o que é Belém". Uma das primeiras cidades brasileiras a ter luz elétrica nas ruas, bonde e telefone. Belém foi fundamental para a conquista da Amazônia. Repleta de túneis formados por mangueiras seculares, plantadas para aliviar o calor, Belém tem em torno de 1,3 milhão de habitantes que vivem principalmente do comércio, da indústria e da economia informal. Os belenenses são orgulhosos da sua culinária original, das frutas da terra, do artesanato indígena, dos ritmos e das tradições religiosas. A cidade responde por cerca de 60% do PIB do Pará (12,8 bilhões), e seu grande "marketing" turístico é a festa do Círio de Nazaré, que mobiliza 1,5 milhão de pessoas no segundo domingo de outubro.

Teatro da Paz - Riqueza de Belém - Pará.

Breve Histórico

O Theatro da Paz foi fundado em 15 de fevereiro de 1878, durante o período áureo do Ciclo da Borracha, quando ocorreu um grande crescimento econômico na região. Belém viveu um significativo processo de transformação sócio-econômico nesse período, chegando a ser chamada de “A Capital da Borracha”. Mas, apesar desse progresso a cidade ainda não possuía um teatro de grande porte, capaz de receber espetáculos do gênero lírico. Buscando satisfazer o anseio da sociedade da época, o governo da província contrata o engenheiro militar José Tiburcio de Magalhães que dá inicio ao projeto arquitetônico inspirado no Teatro Scalla de Milão (Itália). Em julho de 1869 começa a sua construção, sendo destacada a arquitetura Neoclássica. Inaugurado como Nossa Senhora da Paz, alusão ao final da guerra do Paraguai, teve seu nome reduzido para Teatro da Paz dois dias depois da inauguração. Decorado de forma simples foi aos poucos sendo embelezado com novos elementos de decoração e pintura destacando os italianos Domenico D’Angelis e Capranezi. Em 1905 passa por uma significativa reforma chegando a sua forma definitiva.

HALL DE ENTRADA


O hall de entrada é composto por materiais decorativos importados da Europa: ferro fundido inglês nos arcos das portas; escadaria em mármore italiano; lustre francês; bustos em mármore de carrara dos escritores brasileiros José de Alencar e Gonçalves Dias; estátuas em bronze francês; piso com pedras portuguesas formando mosaico e coladas com o grude do Gurijuba (peixe encontrado na região); paredes e teto pintados representando as artes gregas.



CORREDOR DAS FRIZAS


Em 1905 é fechada a porta principal de acesso ao salão de Espetáculos, já que a mesma prejudicava a acústica, em seu lugar é colocado um espelho em cristal francês. Além do espelho foram acrescentadas estátuas em pedra francesa e nas paredes foram fixadas placas em ferro esmaltado contendo o regulamento da época informando que “é proibido fumar”. O piso foi decorado em Parquê, utilizando as madeiras regionais como acapú e pau amarelo.



SALÃO DE ESPETÁCULOS


A Sala de Espetáculos que originalmente possuía 1100 lugares, hoje comporta 900. As cadeiras conservam o estilo da época em madeira e palhinha adequadas ao clima da região. A balaustrada é toda em ferro inglês folheado a ouro. A pintura em afresco do teto central apresenta elementos da mitologia greco-romana fazendo uma alusão ao Deus Apolo conduzindo a Deusa Afrodite e as musas das artes à Amazônia.No centro do teto foi adaptado o lustre em bronze americano que substituiu um grande ventilador que ajudava amenizar o calor. Nas paredes, com motivos florais, as pinturas imitam o papel de parede. O forro dos camarotes foram pintados obedecendo à hierarquia social da época; para a 1ª classe eram utilizadas as seguintes localidades: varanda, platéia, frisas, camarotes e procênios de 1ª ordem; para a 2ª classe: galerias, camarotes e procênios de 2ª ordem e para 3ª classe paraíso. Os procênios eram reservados as autoridades como: Prefeito chefe de polícia e diretores de escola. O Camarote Imperial, atualmente do Governador, situado na 1ª ordem de camarotes é ornamentado com mobília em madeira regional. O pano de boca pintado na França no ateliê Carpezat intitulado “Alegoria à República“ foi inaugurado em 1890 em celebração a República Brasileira.



SALÃO NOBRE


O Salão Nobre (Foyer), local onde a nobreza costumava se reunir, para bailes, pequenos recitais e durantes os intervalos dos espetáculos, é um espaço altamente decorado com espelhos e lustres em cristal francês e bustos em mármore de carrara de dois grandes compositores da época: Carlos Gomes e Henrique Gurjão. O mezanino do salão era o local usado pelos músicos nos eventos sociais e freqüentado pelas pessoas do paraíso em noite de espetáculos. Quanto à pintura do teto feita em 1960 é do Pernambuco Armando Baloni, que se inspira nas musas da música ladeadas pela fauna e flora amazônica. As paredes, pintadas pelos italianos, retratam motivos neoclássicos com buquês de flores.


FRONTARIA


No inicio do século XX a frontaria foi o ponto mais significativo da reforma. Devido haver polêmico na norma do neoclássico italiano: na regra colunas pares e entradas impares, mas inaugurou ao contrário, com sete colunas e 6 entradas. Na reforma de 1905 foi recuado o frontão, retirando uma coluna e uma entrada, para decorar colocaram medalhões de musas, que representam as artes cênicas: comédia, poesia, música e tragédia; as laterais a dança. No centro o Brasão do Estado do Pará. As luminárias da balaustrada uma representam o dia e a outra à noite.

Condenado por matar Dorothy Stang continuará preso.


Condenado por matar Dorothy Stang continuará preso
20 de junho de 2011 | 22h 45

CAROLINA SPILLARI - Agência Estado

O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, mais conhecido como Bida, deverá continuar preso. O pedido de liminar formulado no habeas corpus (HC) apresentado por sua defesa foi indeferido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, informou o STF hoje.

Bida foi condenado à reclusão por 30 anos por matar a missionária norte-americana Dorothy Stang em 2005. O crime ocorreu no município de Anapu, no sul do Pará. A condenação foi da 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Belém (PA).

O HC ainda será julgado no mérito, acrescentou o STF. A defesa alega excesso de prazo na prisão preventiva do fazendeiro, principalmente se reconhecida a nulidade do julgamento, e pede a expedição de alvará de soltura para Vitalmiro recorrer em liberdade da condenação. Ele cumpre pena no Centro de Recuperação do Coqueiro, que fica na cidade de Belém.

O ministro Gilmar Mendes só poderia conceder a liminar em caráter excepcional se houvesse "configuração da fumaça do bom direito e do perigo na eventual demora da decisão do caso". "Não vislumbro, no ponto, manifesta ilegalidade na prisão, uma vez que possível excesso de prazo se daria no exame de mérito deste habeas e, ante a deficiente formação dos autos, indefiro o pedido de medida liminar."

Naturalizada brasileira, a religiosa norte-americana Dorothy Stang, de 73 anos de idade, foi assassinada com seis tiros. Sua morte ocorreu em uma estrada de terra de difícil acesso, a 53 quilômetros da sede do município de Anapu.

A missionária já havia recebido ameaças de morte pelos trabalhos sociais que prestava na região. Ela buscava a geração de emprego e renda com projetos de reflorestamento em áreas degradadas, com trabalhadores rurais da área da Rodovia Transamazônica. Dorothy buscava também minimizar os conflitos fundiários na região.


Dom Teodoro esperado em Belém-Pa.


Seg, 20 de Junho de 2011 14:45 por: cnbb


A arquidiocese de Belém (PA) está em fase final de preparação para a festividade de Corpus Christi, quinta-feira, 23, e também para a apresentação do novo bispo auxiliar, , que chega a arquidiocese no mesmo dia de Corpos Christi, após sua ordenação episcopal, que aconteceu no dia 8 de maio, na ilha de São Tiago, em Cabo Verde, presidida por dom Alberto Taveira, arcebispo de Belém.

Um tríduo eucarístico em preparação à festa de Corpus Christi inicia-se neste domingo 19 em todas as paróquias da arquidiocese de Belém. Nos três dias que antecedem a celebração haverá um tema específico. Na segunda-feira será "Deixai vir a mim as criancinhas"; na terça, voltada para a juventude, "Senhor, o que preciso fazer para ganhar a vida eterna?" e na quarta-feira: "Eu e minha família serviremos o Senhor".

sábado, 18 de junho de 2011

Belo Horizonte receberá leigos.


Sáb, 18 de Junho de 2011 10:11 por: cnbb.

O Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) realiza, na próxima semana, de 23 a 26, sua 30ª Assembleia anual, na Casa de Retiros São José, em Belo Horizonte (MG). Durante a Assembleia, os leigos vão discutir o tema “Os cristãos leigos e leigas, discípulos-missionários comprometidos com a vida”.

“Será uma assambleia avaliativa para discutir a competência do CNLB, tendo como base o estatuto do Conselho, a Carta de Princípios e as ações programadas no último encontro nacional do laicato, em 2007”, explica o presidente do CNLB, Laudelino Augusto dos Santos Azevedo.

Segundo Azevedo, a partir do tema, a Assembleia vai debater a vida no seu sentido amplo e não apenas na perspectiva ambiental. São esperadas 150 pessoas, vindas dos 17 Regionais da CNBB, incluindo representantes de movimentos religiosos (como Renovação Carismática Católica, Movimento Familiar Cristão, Cursilho de Cristandade), pastorais (da Juventude e da Terra, por exemplo) e associações leigas (Vicentinos, Apostolado da Oração, Legião de Maria, dentre outras), que são entidades filiadas ao CNLB.

Esta será a primeira assembleia coordenada por Azevedo, que assumiu a Presidência do Conselho no ano passado. “Minha expectativa [com a Assembleia] é conhecer ainda melhor o momento atual do CNLB através da avaliação e buscar novos caminhos de fidelidade à nossa vocação e missão de cristãos leigos”, comenta o presidente.

Ex-deputado estadual em Minas Gerais e atual vice-prefeito de Itajubá (MG), Azevedo aponta as “rápidas mudanças do mundo hoje” como um desafio que exige a atuação dos cristãos leigos “tanto na Igreja quanto na sociedade e na política”.

A Assembleia do CNLB contará com a presença do presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB, dom Severino Clasen, bispo de Araçuaí (MG). A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), a Comissão Nacional de Diáconos (CND), a Comissão Nacional de Presbíteros (CNP) e a Conferência Nacional dos Institutos Seculares (CNIS), convidadas, confirmaram presença no encontro.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ordenação diaconal.


15/6/2011 - 18:41:22
DOM CAETANO FERRARI ORDENOU OS PRIMEIROS DIÁCONOS PERMANENTES DE BAURÚ

fonte: cnd

No dia 12 de junho foi celebrado o Divino Espírito Santo, padroeiro da Diocese, da
Catedral e da cidade de Bauru. A data móvel é marcada pela Festa de Pentecostes,
que este ano foi histórica, pois contou com a ordenação dos quatro primeiros
diáconos permanentes da Diocese de Bauru: Arthur Fernandes, José Rafael
Mazzoni, Marcos Alberto Arantes e Sebastião Fabiano de Oliveira. A Missa Solene,
presidida por Dom Caetano Ferrari e concelebrada por diversos padres de Bauru e
região, também abriu oficialmente as comemorações do Jubileu de Ouro da criação
da Diocese de Bauru, que irá completar 50 anos em 2014. O decreto foi lido pelo
padre Milton César Carraschi.

Em sua homilia, Dom Caetano falou sobre a confirmação da Igreja em Pentecostes,
quando o Espírito Santo veio sobre Maria e os apóstolos reunidos no
Cenáculo. “Uma Igreja sem o Espírito Santo não é Igreja, seus fiéis vivem na
condição de escravos e não como filhos. Deus nos chamou a fim de sermos livres.
Somos chamados à missão, mas do meio do povo Deus escolhe os vocacionados:
bispos, padres e diáconos, estes para revelar o Cristo servidor e acolhedor dos que
mais necessitam”, destacou. O bispo explicou que os diáconos permanentes vivem
os sacramentos do matrimônio e da ordem, sendo presenças especiais na família e
na sociedade. “Em contato com o mundo, têm a missão de evangelizar. É uma
riqueza para a Igreja”, completou.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Condições das praias de Belém.


Técnicos avaliam condições das praias.
Quarta-Feira, 15/06/2011, 23:07h


Resultado da avaliação deve ser divulgado até o final do mês.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) realizou ontem pela manhã o teste de balneabilidade nas principais praias da Região Metropolitana de Belém e Mosqueiro. O objetivo desse teste é saber quais praias estão próprias para banho.

De acordo com a chefe do Departamento de Fiscalização e Monitoramento da Semma, Ivanelma Gomes, durante todo o ano são feitos vários testes nas águas dos balneários. “Desde maio já estamos fazendo esse monitoramento para conseguirmos ter um resultado para os banhistas que vão aproveitar o mês de julho”, afirmou.

Ela comenta que a Semma tem como base a resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) que define o parâmetro indicador básico para a classificação das praias quanto a sua
balneabilidade em termos sanitários. “A quantidade de coliformes fecais que é encontrado no local será considerado impróprio para banho quando 80% dos últimos cinco resultados estiverem acima de 800 nmp por 100 mililitros”, diz Ivanelma.

O principal microbiológico que é encontrado nas águas é o “Escherichia coli” também conhecido pela abreviatura E. coli, que é sempre presente nos coliformes fecais. Segundo Ivanelma, esse microbiológico é causador de doenças como febre tifoide, febre paratifoide, cólera, disenteria bacilar, amebíase, otite infecciosa e poliomielite.

A amostragem deve ser feita, preferencialmente, nos dias em que há uma menor quantidade do público nas praias e em local que apresente profundidade média de um metro. As amostras que forem recolhidas serão encaminhadas para o Laboratório Central (Lacen). O resultado deverá ser divulgado até o final do mês de junho.

MOSQUEIRO, OUTEIRO E ICOARACI

As praias do Murubira, Chapéu Virado, Farol, Baía do Sol, Bispo, Paraíso, São Francisco, Grande, do Amor, Brasília e Cruzeiro foram as escolhidas para as amostras serem recolhidas. (Diário do Pará)

Abaetetuba (Pa), ganha revista contra abuso sexual.


Abaetetuba ganha revista contra abuso sexual.

Quarta-Feira, 15/06/2011, 23:33h - Fonte: DOL

A 3ª Vara Criminal da Comarca de Abaetetuba, através do Juiz Titular Deomar Pinho Barroso, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, lança nesta quinta-feira (16), a Revista “ Inocência Roubada”. A publicação, de acordo com o juiz Deomar Barroso, integra um conjunto de iniciativas para o fortalecimento da rede de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes no município, com o intuito de atender o público infanto-juvenil.

A programação de lançamento da revista inicia às 8h, na Praça do Barco, localizada em frente ao prédio do Fórum da Comarca de Abaetetuba, e contará com a participação de escolas da rede de ensino público Municipal e Estadual, além de outros órgãos e entidades do Município, sobretudo as que integram a rede de proteção dos direitos da criança e do adolescente..

Ainda na programação, no auditório do Fórum, haverá atividades direcionadas aos professores, com o objetivo de discutir ações de enfrentamento a essa problemática, ressaltando o papel da escola no eixo da prevenção e denuncia de abuso e exploração sexual. O juiz Deomar Barroso informou ainda que será apresentada a nova metodologia de inquirição em juízo de crianças e adolescentes em situação de violência, denominada de Depoimento Especial, que visa evitar a revitimização subseqüente à violência sofrida. (TJE/PA)

Receita de maniçoba (Pará).


Receita de Maniçoba (Pará)

Tempo de preparo: 3 dias
Rendimento: 25 porções
Dificuldade: moderada
Receita Típica do: Pará


Ingredientes da Receita de Maniçoba (Pará)

3 kg de folha de maniva moída (mandioca brava)
1/2 kg de toucinho
1/2 kg de charque(carne seca)
1/2 kg de linguiça portuguesa
1/2 kg de paio
1/2 kg de lombo de porco
1/2 kg de orelha de porco
1/2 kg de rabo de porco
Alho picado a gosto
Pimenta de cheiro a gosto.


Como Fazer Maniçoba (Pará)

Modo de preparo: No 1o.dia coloque a folha da maniva moída numa panela grande com bastante água. Deixe ferver durante todo o dia em fogo brando, sem deixar secar. No dia seguinte, coloque o toucinho e deixe ferver novamente. No 3o.dia, escalde todas as carnes e coloque na panela da maniva para ferver. Mexa de vez em quando. No dia seguinte, acrescente o alho e a pimenta e deixe ferver por mais 6 horas, mexendo de vez em quando. Sirva com arroz branco e farinha de mandioca crua.

Fonte:tudogostosouol.com

Pato no tucupí.


Pato no tucupi.

Receita enviada por Cheff Culinarista André Barreta Picelli.

Ingredientes:

* 1 pato grande
* 3 cebolas pequenas, cortadas em rodelas
* 4 dentes de alho
* 100 g de bacon em fatias
* 5 tomates maduros (opcional)
* 1/3 de xícara de chá de vinagre
* 1 folha de louro picado
* 1/2 colher de café de cominho e pimenta do reino
* 1 xícara de chá de óleo
* 1 maço de jambu (ou agrião)
* 1 litro de tucupi
* 12 colheres de sopa de farinha de mandioca torrada
* Sal a gosto


Modo de Preparo:

1. Limpe muito bem o pato

2. A seguir, fure-o ligeiramente com um garfo e tempere com alho socado, sal, louro, pimenta do reino, cominho e vinagre

3. Deixe tomar gosto de um dia para o outro

4. Após este tempo, cubra o pato com fatias de bacon, coloque-o numa assadeira, arrume por cima as fatias de cebola e tomate

5. Regue com óleo e leve ao forno moderado, deixando assar até que o pato fique corado e macio

6. Retire, corte-o em pedaços e deixe no próprio molho

7. Limpe o jambu, lave e pique (conserve os talos para dar mais gosto), ferva o tucupi com 2 dentes de alho previamente socados, por mais ou menos 15 minutos

8. Se usar agrião, não se deve ferver

9. Adicione os pedaços do pato no molho e deixe ferver por 20 minutos

10. Na hora de servir, coloque em cada prato 2 colheres de sopa de farinha de mandioca, arrume por cima 1 ou 2 pedaços de pato e despeje bastante molho (bem quente)

11. O molho misturado com a farinha formará uma espécie de pirão

Para fazer o molho do tucupi:

1.Rale a mandioca, esprema o caldo e coloque para cozinhar com bastante alho
2. Depois de frio engarrafe
3. Uma boa opção para se fazer com tucupi é o famoso tacacá:
4. Ferva um litro de tucupi com um galho de jambu e três pimentas malaguetas
5. Faça uma massa bem espessa com meio quilo de polvilho e água
6. Misture meio quilo de camarões secos e sirva com molho de tucupi por cima, quente

Fonte:tudogostosouol.com

Declaração de amor ao Pará.


Declarações de amor ao Pará

"Gostei do tucupi, da maniçoba, do tacacá, me encantei com as mangueiras e com o povo, que tem uma fé que eu nunca vi igual. Nunca mais deixo essa terra". Sebastião Carlos Pereira tem 42 anos, 23 deles vividos no Pará. Nascido na Paraíba, ele veio para Belém ainda jovem, montou um restaurante e diz que não troca a cidade por nada. "Nossa Senhora de Nazaré é um dos maiores símbolos de orgulho do Estado", diz.

Ele é uma das pessoas que participaram da ação realizada em parceria entre o Diário do Pará e a Rádio 99 FM no restaurante Fruteira Rural - parada obrigatória dos veranistas - durante o feriado prolongado de Carnaval. Centenas de pessoas que escolheram o local para um almoço em família participaram da entrega de brindes, camisetas, receberam exemplares do jornal e participaram de sorteios de assinaturas. Na ocasião, os veranistas receberam um formulário onde se lia: 'Declare aqui seu amor pelo Pará'. Depoimentos exaltando as praias, a culinária, a religiosidade e os artistas da terra se multiplicaram - inclusive daqueles que, como Sebastião Pereira, são "paraenses de coração".

"Ser paraense é algo que eu sempre quis, sempre admirei o povo daqui. Para isto, meu agradecimento ao meu pai, Luiz, que escolheu este Estado para fixar moradia", escreveu a curitibana Keila Suely Quaresma, moradora da Cidade Velha. "Um dia me acolheste. Passei um dia, dois, e nessa história lá se vão mais de trinta anos. Te amo, Pará", escreveu Raimundo dos Santos Costa, nascido no Amapá. José Hamilton de Souza também deu seu relato: "Sou cearense, moro em Belém há 25 anos e não saio daqui por nada. Amo esse Estado", escreveu, aproveitando para frisar que é "um eterno remista".

Papel e caneta a postos, não faltaram declarações de amor.

Houve os mais inspirados: "O Pará 'paid'égua' conquistou meu coração. Fico até breado de tanta emoção", escreveu o aspirante a poeta Alcino Galvão da Silva. "Ficar sem maniçoba, tacacá, tucupi, açaí, bacuri... mas quando?!", completa. "Sempre lutarei pelo meu Pará, só paro quando meu coração parar", escreveu Ricardo Gil Castelo Branco.

Alguns depoimentos traziam um tom de exaltação, mas também de apelo - como os de André Braga Penna e Delrizo Santana Gonçalves: "O Pará é terra de muitas riquezas e nós devemos preservar este patrimônio, defendendo-o sempre", escreveu André, enquanto Delrizo declarou: "Amo meu querido Estado do Pará e não aceito a sua divisão".

Para o gerente de marketing da RBA e do Diário do Pará, Inaldo Silva, foi uma oportunidade de expressar o que se sente pela nossa terra. "Eles disseram o gostariam de falar, mesmo, e muitos agradeceram o espaço. Tantas declarações de amor são um sinal de que as pessoas aderiram à campanha do Orgulho do Pará e este projeto está rendendo bons frutos", disse, acrescentando que o projeto integra uma série de ações de valorização da cultura local. "Iniciativas como o 'Giro Cultural', o 'Personalidades Históricas', o Festival de Música e o prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia cumprem este objetivo e a ideia é fortalecê-los a cada nova edição", diz.

(Diário Online)

O povo está mais consciente.


O povo está mais consciente

Por Padre Djaci Brasileiro.

Graças a Deus, o povo sofrido, esmagado, explorado, enganado e tratado como boiada ou massa de manobra começa a tomar, aos poucos, consciência de seus direitos inalienáveis. Trata-se de um novo tempo. Uma nova história de cidadania começa a raiar no horizonte destas terras paraibanas. O povão começa a ter vez e voz, ainda que seja de forma tímida. É A libertação do homem e da mulher aproximando-se.



Consciência crítica libertadora. Se todos começarem a ter essa postura crítica cidadã, será varrida do mapa da nossa Paraíba, a cultura do engodo, da enganação, do coronelismo político, da humilhação, da injustiça social, enfim, de tudo aquilo que agride a dignidade da pessoa humana. Para nossa felicidade, essa nova maneira de pensamento crítico vai tornando-se uma realidade concreta e existencial,neste pedaço de chão nordestino



O povo começa a libertar-se, gradualmente, das amarras do medo, do comodismo, da subserviência, da cegueira cidadã. Seus olhos estão abrindo-se para a realidade daninha que sempre o afligiu. Trata-se do despertar-se de uma longa noite do “sono” da alienação generalizada, que o levava ao comodismo, ao espírito determinista ou fatalista: “sofremos, porque Deus quer assim, passamos fome, porque Deus quer assim, temos nossa dignidade desrespeitada, porque Deus quer assim”. O povão estava “dormindo”, para a felicidade dos “mandões”.



Essa tomada de consciência torna-se, que maravilha, uma arma poderosa para os oprimidos, para os deserdados da vida, para essa gente tantas vezes tratada com desdém, como se não fosse pessoa humana. Percebo que o povo já não admite ser enganado, agredido nos seus direitos mais elementares,roubado e tratado com humilhação,com desprezo,por quem quer que seja. Já está começando a lutar, mesmo de forma tímida, a passos de tartaruga, pelos seus direitos, basta observar certos programas de rádio, onde as pessoas ligam para reclamar, cobrar, reivindicar etc. Já é um avanço significativo.



Transcreverei de forma literal, o que tenho ouvido e continuo ouvindo de muitas pessoas nas conversas informais. São pessoas simples, humildes, exploradas, marginalizadas, agredidas na sua dignidade de pessoa humana. Faço questão de ouvi-las atentamente:



“Antes, a gente pensava que a gente era pobre, sofria porque Deus queria, mas hoje, a gente já não pensa assim. Deus não quer sofrimento nenhum”.



“Padre Djacy,aqui no sertão,a gente toda vida foi tratado como gado,como bicho do mato,ignorado ,tangido”.



“Seu padre, está acabando o tempo em que governador, prefeito, deputado, senador e o diabo aquático mandavam na gente”.

“Aqui, antigamente, era assim: o coronel falava e a gente ficava calado. Se a gente falasse ,ia prá chibata.Hoje ,a coisa é outra.A gente era muito humilde,não tinha vez e nem voz”.



“Neste sertão, pobre é humilhado demais por todo tipo de doutor. Onde o pobre chega é humilhado,até nos hospitais.É ,mais as coisas estão mudando,ninguém queira mais humilhar a gente,não. Agora ,a gente está aprendendo a denunciar o errado”.



“Antigamente, os políticos vinham para nossa cidade e prometiam muita coisa. A gente ficava acreditando neles. Não vinha nada de bom pra gente. Era tudo mentira. agora, a gente não se deixa mais iludir. A Gente tá abrindo os olhos.”



“Olha, padre, meu filho foi mal atendido pelo médico do PSF, ai eu liguei pra o radio e meti o pau.Denunciei mesmo.Não tenho medo de falar a verdade”.



“Na minha rua tinha maior buraqueira, a gente se reuniu para cobrar do prefeito, aí, ele num instante resolveu o problema”.



“Agora o negócio é assim: qualquer coisa errada praticada por quem quer que seja,a gente denuncia, liga prá rádio, procura o Ministério Público.”



“Se eu for ao hospital ou para um posto de saúde e não tiver médico, eu denuncio, ligo prá rádio, grito, cobro. O povo paga para esse pessoal trabalhar”.



“Não é mais admissível ficar caladas diante de tantas injustiças, falcatruas, engodos, roubalheiras, corrupção.”



“Acabou o tempo da besteira, quando o povo era humilhado, ignorado, mal tratado. O povo está abrindo os olhos, não agüenta mais humilhação”.



“Padre, por que o poder Judiciário faz tanto prédios luxuosos, bonitos, e a os pobres mal podem entrar, porque se sente pequeno demais?”



“Padre, por que os pobres são tão humilhados por certas autoridades públicas?



“Esses deputados ganham bem demais, e os pobres funcionários públicos ganham uma miséria”.



“Graças a Deus, seu padre, nós estamos aprendendo a lutar pelos nossos direitos, a gente não fica mais calado, feito besta. Ai de quem tentar nos enganar”.



“Nós somos pobres, mas somos cidadãos. Queremos ser bem tratados por prefeito, deputado, juízes, promotores, médicos, dentistas e por todos os funcionários públicos”.



“Olha, padre, eu estou sabendo que quando eu compro um pão, estou pagando imposto. Agora, eu quero que os políticos invistam honestamente o meu dinheiro”.



“Uma coisa é certa: nós estamos aprendendo a lutar por saúde , educação, segurança, estrada, água, emprego e tudo é o que é bom pra nós”.

“Estive em João Pessoa, e fiquei observando certas autoridades andando em cada carrão novo, de luxo. Fiquei pensando: tudo isso é com o dinheiro do povo.O povo trabalha,trabalha, trabalha prá manter essa gente importante viver numa boa”.



“Padre, sou aluna de uma escola pública, pense, padre, lá falta tudo. Nós somos culpados por tudo isso, porque não cobrando nossos direitos de ter professores bons, material necessário”.



“Por que um deputado, um governador se aposenta tão rápido, e ganhando tão bem? Os pobres dos trabalhadores trabalham a vida toda para ganhar uma aposentadoria miserável”.



“Acabou o tempo em que a gente era besta, calado, tudo agüentava calado. Eu acho que a gente tem mesmo é que lutar pelo o que é nosso”.



“Devemos cobrar, brigar, lutar pelos nossos direitos”.



“A gente sabe que o médico do PSF tem que cumprir o horário integral. Se ele não cumprir o horário completo, a gente denuncia”.



“Antigamente, a gente tinha medo até de entrar num fórum, numa prefeitura, numa repartição pública, hoje, acabou esse negocio de medo, somos cidadãos”.



“Hoje é o seguinte,quando nossos direitos não respeitados,procuramos Ministério Público, a Justiça, o PROCON e tudo o que é do nosso alcance”.



“Padre Djacy,é preciso que a gente lute ,brigue pelos nossos direitos”.



“O povo é besta, acomodado, ignorante, porque não sabe dos seus direitos. Na hora que começar a lutar a coisa muda”.



Uma coisa é certa, um povo consciente amedronta os poderosos ou quem quer que seja. O poder treme nas bases. Não é por acaso, que as elites políticas e econômicas fizeram questão de manter o povão no cabresto, na alienação política. Seu status quo não poderia ser abalado.



Que nós, cristãos e cristãs, seguindo o Jesus libertador, usemos a fé como arma poderosa contra todo tipo de alienação, causa de tantos males que afligem milhares de paraibanos.

Fonte: portalnexo.com

Cartaz da CF=2012.


O Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (Consep) aprovou, nesta quarta-feira, 15, o cartaz da Campanha da Fraternidade 2012, que vai discutir o tema “Fraternidade e a Saúde Pública” sob o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra".

O texto foi estudado, ontem, 14, pelos bispos do Consep, juntamente com os secretários e assessores executivos da CNBB, que apresentaram sugestões ao texto. O estudo foi precedido de uma palestra feito pelo diretor do Departamento de Análise de Situação de Saúde do Ministério da Saúde, Otaliba Libâneo de Moraes Neto, que apresentou dados da saúde pública no Brasil. O coordenador da Pastoral da Saúde, André Luiz de Oliveira, também apresentou aos bispos dados sobre a saúde no país.

Cartaz:


Os bispos escolheram também o cartaz de divulgação da Campanha. A peça vencedora é do publicitário Marcelo Jacynto de Godoy, de Campinas (SP). Ele concorreu com mais de 70 cartazes que participaram do concurso promovido pela CNBB.

O texto-base e o cartaz serão lançados no dia 7 de julho, em São Paulo. A publicação será feita pelas Edições CNBB.

Esta é a primeira reunião do novo Consep, eleito na última assembleia anual da CNBB, realizada no mês de maio. Além dos três membros da Presidência da CNBB, fazem parte do Consep os presidentes das 12 Comissões Episcopais Pastorais da CNBB. A partir das 14h30, tem início a reunião do Conselho Permanente, composto de 41 bispos.

Fonte: CNBB

CF=2013 "Fraternidade e Juventude".


Qua, 15 de Junho de 2011 22:22 / Atualizado - por: cnbb


Fraternidade e Juventude.

Este será o tema da Campanha da Fraternidade de 2013. A escolha foi feita hoje, 15, pelo Conselho Episcopal Pastoral, que está reunido desde ontem na sede da CNBB.

O tema foi proposto pelo Setor Juventude da CNBB, que recolheu cerca de 300 mil assinaturas junto aos jovens do Brasil. O lema será escolhido na próxima reunião do Consep.

O Setor da Mobilidade Humana da CNBB apresentou e defendeu o tema do tráfico de pessoa humana e o trabalho escravo. Outros temas foram apresentados, mas não receberam votos.

Esta será a segunda Campanha da Fraternidade sobre a Juventude. A primeira foi realizada em 1992 com o lema “Juventude, caminho aberto”.

A escolha dos temas da Campanha da Fraternidade é feita com antecedência de dois anos.

Igreja acolhe novos crismados.


Dom, 12 de Junho de 2011 00:00

Por: Carlos Moioli = fonte: portalum.com

Na Solenidade de Pentecostes, o arcebispo Dom Orani João Tempesta conferiu o sacramento do Crisma a 147 jovens e adultos, representando todos os Vicariatos da Arquidiocese, durante a celebração eucarística realizada na manhã deste domingo, 12 de junho, na Catedral Metropolitana de São Sebastião.

Aos fiéis e, particularmente aos crismandos, Dom Orani lembrou que depois de cinquenta dias de atualização da presença do Cristo Ressuscitado, a Igreja concluía o tempo litúrgico da Páscoa. Que cada um era convidado a pedir a renovação da presença do Espírito Santo, como dom de Deus, e a renovar o entusiasmo pela missão evangelizadora da Igreja.

Neste dia de festa, em que se comemora o nascimento da Igreja Católica, o arcebispo e os demais concelebrantes estavam vestidos com a casula vermelha, a cor que associa ao fogo, símbolo do amor e do Espírito Santo. Diversos párocos concelebrantes estavam acompanhando os fiéis crismandos. Ainda a presença dos bispos auxiliares Dom Paulo Cezar Costa e Dom Pedro Cunha Cruz.

- Estava perdida, e a morte do meu pai me levou a aproximar da Igreja. Agora, com 50 anos, recebo a Primeira Comunhão e o sacramento do Crisma. De repente, a minha vida mudou e comecei a compreender o valor do amor ao próximo. Estou feliz por estar aqui, na certeza que Deus está comigo e não me abandonará. Agora é seguir em frente, fazer tudo o que for possível, afirmou Deise Magre Brandão, da Paróquia São Judas Tadeu, do Cosme Velho.

Na homilia, o arcebispo falou com entusiasmo sobre a ação do Espírito Santo na história e na vida da Igreja. Que no dia de Pentecostes, a Igreja recebeu a missão, assim como todos os cristãos, de ser presença de Cristo no mundo. Neste contexto, ressaltou que é através do sacramento do Crisma que os batizados são confirmados e enviados em missão.

Ao destacar que a redenção foi maior que a criação, lembrou que Deus cumpriu todas as suas promessas, não deixando ninguém órfão, mas oferecendo a presença e a força do Seu Espírito. Em Pentecostes, explicou o Arcebispo, a Lei e o fogo do amor de Deus antes entregue no Monte Sinai, agora era derramado nos corações. Diferente do contexto de Babel, agora as línguas eram entendidas, onde todos entendiam o que era proclamado da parte de Deus.

- Não celebramos apenas um fato histórico, mas a renovação do dom de Deus em nós. O segredo da caminhada da Igreja até hoje, apesar da perseguição peculiar de cada tempo e lugar, é a ação do Espírito Santo. É Ele quem move os corações para a conversão, para a missão, a ponto das pessoas entregarem a própria vida por causa do Evangelho. O verdadeiro protagonista da missão é Espírito Santo, afirmou Dom Orani.

Os jovens e adultos, representantes dos Vicariatos, foram apresentados ao Arcebispo, conforme a liturgia, pelo pároco da Catedral, Monsenhor Aroldo da Silva Ribeiro. A recepção do sacramento do Crisma na Catedral, no dia de Pentecostes, já é uma tradição na Igreja do Rio de Janeiro. Antes da oração litúrgica da fórmula do Crisma, os candidatos acenderam a velas no Círio Pascal, antes de ser apagado no final da celebração.

- Faz tempo que queria receber esse sacramento, mais minha idade não permitia. Agora, com 15 anos, estou preparado e feliz por dar esse passo na minha vida de fé. Tenho consciência que isso foi possível devido ao exemplo da minha família. É uma pena quando os pais perdem o habito de ir à missa, aos domingos. Precisamos de Deus, pois sem Ele, nada somos, afirmou Raphael Alves, da Paróquia Santo Cristo dos Milagres, do bairro Santo Cristo.

A recepção do Crisma foi o momento mais aguardado da celebração. Os crismandos receberam o sacramento na companhia de seus padrinhos e madrinhas. A unção foi conferida pelo Arcebispo e pelos dois bispos auxiliares.

- O despertar missionário de nossa comunidade, por meio dos encontros de círculos bíblicos, dos grupos de oração, e da Pastoral Social, proporcionou que muitas pessoas pudessem fazer parte da vida da Igreja. Depois de muita luta, conseguimos preparar 12 adultos e, para nossa alegria, hoje eles estão aqui recebendo o sacramento, contou a catequista Eliza Joana Silva de Carvalho, da capela São Pedro Nolasco, vinculada a paróquia Santo Antônio, da Pavuna.
Dom, 12 de Junho de 2011 00:00

Por: Carlos Moioli = fonte: portalum.com

Na Solenidade de Pentecostes, o arcebispo Dom Orani João Tempesta conferiu o sacramento do Crisma a 147 jovens e adultos, representando todos os Vicariatos da Arquidiocese, durante a celebração eucarística realizada na manhã deste domingo, 12 de junho, na Catedral Metropolitana de São Sebastião.

Aos fiéis e, particularmente aos crismandos, Dom Orani lembrou que depois de cinquenta dias de atualização da presença do Cristo Ressuscitado, a Igreja concluía o tempo litúrgico da Páscoa. Que cada um era convidado a pedir a renovação da presença do Espírito Santo, como dom de Deus, e a renovar o entusiasmo pela missão evangelizadora da Igreja.

Neste dia de festa, em que se comemora o nascimento da Igreja Católica, o arcebispo e os demais concelebrantes estavam vestidos com a casula vermelha, a cor que associa ao fogo, símbolo do amor e do Espírito Santo. Diversos párocos concelebrantes estavam acompanhando os fiéis crismandos. Ainda a presença dos bispos auxiliares Dom Paulo Cezar Costa e Dom Pedro Cunha Cruz.

- Estava perdida, e a morte do meu pai me levou a aproximar da Igreja. Agora, com 50 anos, recebo a Primeira Comunhão e o sacramento do Crisma. De repente, a minha vida mudou e comecei a compreender o valor do amor ao próximo. Estou feliz por estar aqui, na certeza que Deus está comigo e não me abandonará. Agora é seguir em frente, fazer tudo o que for possível, afirmou Deise Magre Brandão, da Paróquia São Judas Tadeu, do Cosme Velho.

Na homilia, o arcebispo falou com entusiasmo sobre a ação do Espírito Santo na história e na vida da Igreja. Que no dia de Pentecostes, a Igreja recebeu a missão, assim como todos os cristãos, de ser presença de Cristo no mundo. Neste contexto, ressaltou que é através do sacramento do Crisma que os batizados são confirmados e enviados em missão.

Ao destacar que a redenção foi maior que a criação, lembrou que Deus cumpriu todas as suas promessas, não deixando ninguém órfão, mas oferecendo a presença e a força do Seu Espírito. Em Pentecostes, explicou o Arcebispo, a Lei e o fogo do amor de Deus antes entregue no Monte Sinai, agora era derramado nos corações. Diferente do contexto de Babel, agora as línguas eram entendidas, onde todos entendiam o que era proclamado da parte de Deus.

- Não celebramos apenas um fato histórico, mas a renovação do dom de Deus em nós. O segredo da caminhada da Igreja até hoje, apesar da perseguição peculiar de cada tempo e lugar, é a ação do Espírito Santo. É Ele quem move os corações para a conversão, para a missão, a ponto das pessoas entregarem a própria vida por causa do Evangelho. O verdadeiro protagonista da missão é Espírito Santo, afirmou Dom Orani.

Os jovens e adultos, representantes dos Vicariatos, foram apresentados ao Arcebispo, conforme a liturgia, pelo pároco da Catedral, Monsenhor Aroldo da Silva Ribeiro. A recepção do sacramento do Crisma na Catedral, no dia de Pentecostes, já é uma tradição na Igreja do Rio de Janeiro. Antes da oração litúrgica da fórmula do Crisma, os candidatos acenderam a velas no Círio Pascal, antes de ser apagado no final da celebração.

- Faz tempo que queria receber esse sacramento, mais minha idade não permitia. Agora, com 15 anos, estou preparado e feliz por dar esse passo na minha vida de fé. Tenho consciência que isso foi possível devido ao exemplo da minha família. É uma pena quando os pais perdem o habito de ir à missa, aos domingos. Precisamos de Deus, pois sem Ele, nada somos, afirmou Raphael Alves, da Paróquia Santo Cristo dos Milagres, do bairro Santo Cristo.

A recepção do Crisma foi o momento mais aguardado da celebração. Os crismandos receberam o sacramento na companhia de seus padrinhos e madrinhas. A unção foi conferida pelo Arcebispo e pelos dois bispos auxiliares.

- O despertar missionário de nossa comunidade, por meio dos encontros de círculos bíblicos, dos grupos de oração, e da Pastoral Social, proporcionou que muitas pessoas pudessem fazer parte da vida da Igreja. Depois de muita luta, conseguimos preparar 12 adultos e, para nossa alegria, hoje eles estão aqui recebendo o sacramento, contou a catequista Eliza Joana Silva de Carvalho, da capela São Pedro Nolasco, vinculada a paróquia Santo Antônio, da Pavuna.